Para
quem se acostumou a ler meus escritos, principalmente os publicados aqui no
blog, poderá estranhar um pouco a exploração do tema que segue. Costumo falar
de política, pois é a razão da construção desse espaço de exposição de minhas
ideias. Contudo, hoje vou falar sobre algo que não está diretamente relacionado
à política, mas ao comportamento humano e as mazelas geradas no nosso
cotidiano. Falarei sobre a relativização de tudo, ou, popularmente traduzido
pela frase “NÃO TEM NADA A VER”.
A
tragédia familiar vivida no País e no Mundo, em consequência do uso de drogas
cada vez mais perigosas e com poder de vício centuplicado, não é novidade para
ninguém. Até mesmo em cidades pequenas como a nossa, o problema já afeta várias
famílias. A dimensão dessa situação chega ao ponto de as pessoas não esconderem
mais o problema e procuram ajuda para amenizar o sofrimento de ver um parente,
que um dia foi uma pessoa digna e responsável, se transformando num lixo
humano, na medida em que destrói tudo o que tem (família, amigos, bens, etc...)
em troca de algumas horas de prazer proporcionadas, sobretudo, pelas pedras de
crack.
Um
caso específico me chamou a atenção hoje e o fará entender as razões do título
desse texto. Quando digo sobre a relativização de tudo, refiro-me ao engodo que
estamos vivendo, sob o manto de uma liberdade que até agora não entendi para
que serve. Uma mulher de 42 anos, cujo filho havia 10 meses não usava drogas,
depois de ter sido internado numa clínica e ser considerado “limpo”, retornou
para casa, para o convívio familiar. No domingo passado, saiu para ir à praia e
não retornou. Desconfiada que o rapaz poderia ter tido uma recaída, passou a
procurá-lo pelos lugares comumente utilizados por usuários de drogas. O rapaz
estava lá, na companhia de outros usuários, maltrapilho e absorto no mundo
macabro do vício e da degradação humana.
Não
escrevo esse texto para chamar sua atenção exclusiva sobre o uso de drogas e
seus malefícios. Mas o faço na tentativa de despertar as pessoas que não usam
drogas, mas cujo comportamento pode facilitar que aqueles que os tenham como espelhos,
como referência, não se decepcione a ponto de escolher se entorpecer como uma
espécie de fuga do mundo real. A mulher, cujo filho de 19 anos se viciou e
ainda não conseguiu se livrar dessa “doença”, ao relatar a reportagem sobre sua
vida, bem como, as qualidades do filho, sem cerimônia e considerando algo
normal, fala de sua separação e que o filho teria escolhido morar com o pai em
outra cidade, quando completou 16 anos.
São
vários fatores, com certeza, que levam as pessoas ao consumo de drogas e quase
sempre, acredito, é a necessidade do preenchimento de um vazio existente na
alma humana. Contudo, essa relativização que é possível perceber hoje em dia ao
mencionar a SEPARAÇÃO DE CASAIS, tem sido um verdadeiro precipício na vida das
pessoas e as consequências recaem sobre os filhos que da mesma forma passam a
encarar tudo como algo RELATIVO, e, como já disse antes, o popular “não tem nada
a ver”.
É
claro que nem todos os casos envolvendo consumo de drogas na família, tem a ver
com separação de casais, mas se tivermos um olhar mais analítico, perceberemos
que os valores e princípios familiares, hoje encarados de forma relativa, têm
sido o principal motivo para que crianças, adolescentes e jovens, estejam
desnorteados, sem exatamente saber o sentido da vida.
Se
tudo é relativo, corremos o risco iminente de ver tudo o que realmente importa
sendo jogado na lata de lixo, sem que percebamos que é exatamente a nossa
própria vida descartada como aquele jovem, a exemplo de tantos, preferiu a
sarjeta que o seu próprio lar. O casamento não é algo de fácil condução, mas
quando há amor, não como sentimento mas como uma espécie de escolha, sempre
procuraremos o caminho do entendimento e, agindo assim, descobriremos que amar
é algo muito mais consistente do que corações acelerados pela expectativa de um
encontro, quando na fase de adolescência e juventude de nossa vidas.
Nenhum comentário:
Postar um comentário