sexta-feira, 9 de agosto de 2013

A relativização e suas consequências

Para quem se acostumou a ler meus escritos, principalmente os publicados aqui no blog, poderá estranhar um pouco a exploração do tema que segue. Costumo falar de política, pois é a razão da construção desse espaço de exposição de minhas ideias. Contudo, hoje vou falar sobre algo que não está diretamente relacionado à política, mas ao comportamento humano e as mazelas geradas no nosso cotidiano. Falarei sobre a relativização de tudo, ou, popularmente traduzido pela frase “NÃO TEM NADA A VER”.

A tragédia familiar vivida no País e no Mundo, em consequência do uso de drogas cada vez mais perigosas e com poder de vício centuplicado, não é novidade para ninguém. Até mesmo em cidades pequenas como a nossa, o problema já afeta várias famílias. A dimensão dessa situação chega ao ponto de as pessoas não esconderem mais o problema e procuram ajuda para amenizar o sofrimento de ver um parente, que um dia foi uma pessoa digna e responsável, se transformando num lixo humano, na medida em que destrói tudo o que tem (família, amigos, bens, etc...) em troca de algumas horas de prazer proporcionadas, sobretudo, pelas pedras de crack.

Um caso específico me chamou a atenção hoje e o fará entender as razões do título desse texto. Quando digo sobre a relativização de tudo, refiro-me ao engodo que estamos vivendo, sob o manto de uma liberdade que até agora não entendi para que serve. Uma mulher de 42 anos, cujo filho havia 10 meses não usava drogas, depois de ter sido internado numa clínica e ser considerado “limpo”, retornou para casa, para o convívio familiar. No domingo passado, saiu para ir à praia e não retornou. Desconfiada que o rapaz poderia ter tido uma recaída, passou a procurá-lo pelos lugares comumente utilizados por usuários de drogas. O rapaz estava lá, na companhia de outros usuários, maltrapilho e absorto no mundo macabro do vício e da degradação humana.

Não escrevo esse texto para chamar sua atenção exclusiva sobre o uso de drogas e seus malefícios. Mas o faço na tentativa de despertar as pessoas que não usam drogas, mas cujo comportamento pode facilitar que aqueles que os tenham como espelhos, como referência, não se decepcione a ponto de escolher se entorpecer como uma espécie de fuga do mundo real. A mulher, cujo filho de 19 anos se viciou e ainda não conseguiu se livrar dessa “doença”, ao relatar a reportagem sobre sua vida, bem como, as qualidades do filho, sem cerimônia e considerando algo normal, fala de sua separação e que o filho teria escolhido morar com o pai em outra cidade, quando completou 16 anos.

São vários fatores, com certeza, que levam as pessoas ao consumo de drogas e quase sempre, acredito, é a necessidade do preenchimento de um vazio existente na alma humana. Contudo, essa relativização que é possível perceber hoje em dia ao mencionar a SEPARAÇÃO DE CASAIS, tem sido um verdadeiro precipício na vida das pessoas e as consequências recaem sobre os filhos que da mesma forma passam a encarar tudo como algo RELATIVO, e, como já disse antes, o popular “não tem nada a ver”.

É claro que nem todos os casos envolvendo consumo de drogas na família, tem a ver com separação de casais, mas se tivermos um olhar mais analítico, perceberemos que os valores e princípios familiares, hoje encarados de forma relativa, têm sido o principal motivo para que crianças, adolescentes e jovens, estejam desnorteados, sem exatamente saber o sentido da vida.

Se tudo é relativo, corremos o risco iminente de ver tudo o que realmente importa sendo jogado na lata de lixo, sem que percebamos que é exatamente a nossa própria vida descartada como aquele jovem, a exemplo de tantos, preferiu a sarjeta que o seu próprio lar. O casamento não é algo de fácil condução, mas quando há amor, não como sentimento mas como uma espécie de escolha, sempre procuraremos o caminho do entendimento e, agindo assim, descobriremos que amar é algo muito mais consistente do que corações acelerados pela expectativa de um encontro, quando na fase de adolescência e juventude de nossa vidas.


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