terça-feira, 6 de agosto de 2013

Ruas calçadas: Dignidade ou marketing político?

Tenho gostado muito de ver as manilhas espalhadas pelas ruas do bairro Floresta, em Conceição da Barra, sinalizando que teremos ruas calçadas.

É parte do direito à dignidade pisarmos em ruas calçadas e, nos períodos de chuva, não termos que sujar sapatos e roupas ao se deslocar de um lugar para outro, em função da inevitável lama que se transformam as nossas ruas sem o devido calçamento. Contudo, a dignidade não se resume nisso. É preciso muito mais. Será que uma rua calçada substituiria a falta de médicos, exames, consultas com especialistas, etc..?

Cabe ao poder público, em sintonia com a sociedade, definir num orçamento claro e com participação da opinião pública, o que queremos e o que precisamos com maior urgência. Embora o calçamento de ruas não possa ser objeto de reclamação de ninguém, o problema é quando os servidores públicos, e aqui destaco os professores, não recebem um salário digno, gerando descontentamento, falta de estímulo e, para piorar as coisas, interferem na economia, uma vez que muitos deixam de consumir, optando apenas pelo básico do básico. Resultado: Desemprego e quebradeira geral.

Ainda não pude ver a felicidade nos rostos das pessoas ao avistar as manilhas nas ruas ainda sem calçamento, sinalizando que o calçamento vai chegar. Mas por que as pessoas não se alegram com tamanho benefício, afinal, não pisará mais em ruas de barro, principalmente quando viram lama nos período chuvosos? A explicação pode estar em obras que não tem o DNA das pessoas que aqui vivem. Como se orgulhar de algo que não tem minha participação, mesmo que sutil ao opinar sobre qual o bairro está necessitando mais de calçamento?

Nem sempre é possível ter recursos para fazer tudo o que é preciso. Isso é verdade. Mas quando temos um governo que privilegia a sociedade, em detrimento do seu super-ego, teremos uma sociedade mais feliz, mesmo que a sua rua ainda não tenha sido contemplada com o calçamento.

Aliás, particularmente, só vou acreditar nas ruas calçadas quando efetivamente estiverem prontas. Há motivos de sobra para desconfiar, tendo em vista que "espalhar materiais de construção na cidade" para passar uma impressão de que a Prefeitura está trabalhando, é uma marca indelével desse governo. Contudo, não me surpreenderia se a conclusão acontecer apenas no ano que vem... em ano eleitoral, é muito mais inteligente entregar obras à população, não é mesmo?!

Um comentário:

  1. O calçamento não é só questão de dignidade humana, é questão de saúde pública também! Quando a localidade tem ruas calçadas e com redes de esgotamento sanitário adequadas a lotação de nossos postos de saúde e hospitais devido a doenças como diarreias constantes, problemas respiratórios, e até mesmo dengue tendem a diminuir principalmente na faixa etária abrangida pelas crianças e idosos. Torço pra que todas as ruas de nossa cidade sejam calçadas o mais rápido possível, mas é preciso distinguir calçamento real de propaganda enganosa. Na minha rua, a rua Macanaíba, ao lado do posto de saúde, por exemplo, o manilhamento já está concluído a tanto tempo sem o devido calçamento que as manilhas hoje em muitos locais estão quebradas ou entupidas, são verdadeiros depósitos de areia ou vasos onde se planta mato! Causando o efeito contrário do calçamento pois trás mais poeira, mosquitos e agora até ratos pras casas. Resultado: Mais gente precisando de hospitais e postos de saúde numa cidade onde sabe-se que esses atendimentos são precários. Ass. Vinicius Daher

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