terça-feira, 20 de agosto de 2013

O Judô na Barra e o autismo governamental

Quando faço postagens aqui e nas redes sociais, destacando a importância do envolvimento da sociedade em relação às decisões de governo, não o faço com o intuito de infernizar a vida de quem está no poder, como supõem alguns, mas que as pessoas, ao participarem dessas decisões, se sintam responsáveis pelos resultados, sejam positivos ou negativos.

Dito isto, vou ao que realmente me impulsionou a escrever esse texto. Não pretendo provocar aqui uma discussão sobre o que cabe ou não ao poder público no exercício de suas funções. São muitos os desafios e o cobertor é sempre bem mais curto do que imaginamos: Cobre-se a cabeça e descobrem-se os pés, ou, vice-versa. Contudo, se sabemos que o cobertor é curto, porque não buscamos formas de fazer com que este receba “remendos” e assim, passemos a ter uma expectativa de que na próxima noite de inverno, não sentiremos mais frio?
Os “remendos” a que me refiro podem e devem ser feitos através de parcerias com a própria sociedade. E quando digo sociedade, estou falando de ONG’s, Associações, Cooperativas, Empresas, Partidos, Igrejas, Pessoas Físicas, enfim, todos que além de focarem na razão de sua existência, fazem parte de uma sociedade cada vez menos participante das decisões, motivo pelo qual, levou multidões às ruas a afirmarem que “ninguém os representa”.

São muitas pessoas querendo participar das soluções mas não encontram o espaço, o modo e nem a credibilidade necessárias. E agora, falo exclusivamente de nossa cidade, pois é nela que vivo e conheço os entraves. E este, é um deles.
Para não ficar apenas na subjetividade, vamos a exemplos. Há 5 anos, patrocinado pelo bloco carnavalesco “Pára Raio”, o professor de educação física, Osni Meira Faria, toca um projeto social que é de suma importância para a nossa sociedade. As técnicas do Judô, associadas ao conteúdo disciplinar que tal atividade esportiva oferece aos seus praticantes, já colaboraram na vida de mais de 500 crianças barrenses que, se não tornaram grandes atletas olímpicos, com certeza, puderam tirar proveito da saúde física e o comportamento disciplinar que adquiriram, ajudando e muito na hora da abertura de portas de trabalho, bem como, diminuindo as chances de que estejam nas ruas fazendo o que não deveriam fazer.

No entanto, caríssimos leitores, o governo municipal que ora reelegemos, nunca deu a mínima para esse trabalho que é feito, inclusive, com muito carinho pelo professor Osni. O governo municipal trabalha com a tese de que não precisa de ninguém, muito menos de parceiros para realizar boas obras. Não é de se admirar que esteja sempre dizendo aos quatro ventos: “Esta obra (parada, como o ginásio de esportes) foi feita com recursos próprios”, como se recursos federais e estaduais, não tivessem a menor importância e não fosse um direito que também temos.

Porém, que essas minhas palavras sirvam para a reflexão e ação, sobretudo do nosso governo municipal. A participação de toda a sociedade é essencial e isto é o real significado da palavra “política”. Na medida em que sabemos separar o que é público daquilo que é meramente particular, com certeza veremos cidadãos como o professor Osni valorizado e estimulando outros a também darem a sua contribuição. A propósito: O benefício social que o judô ou qualquer outra modalidade esportiva pode proporcionar, nenhuma planilha de custo pode medir.



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