Talvez você não consiga responder à pergunta que intitula esse texto e não o censuro porque eu também descobri que não sei. Embora seja integrante de alguns Conselhos Municipais em Conceição da Barra, por entender que o controle social é o que de mais importante podemos fazer para o enfrentamento dos problemas, envolvendo as falhas nas política públicas, ainda não consegui perceber sua importância, sobretudo, desde que o povo barrense escolheu o modelo de gestão vigente, inclusive, reelegendo-o em 2012.
Poderia falar aqui das funções que cabem aos conselheiros municipais, seja da Saúde, da Educação, do Turismo, da Cultura, etc... mas não pretendo enfadar o leitor pois penso que temas tão importantes como estes, deveriam estar sendo oferecidos nas escolas ou em cursos extra-curriculares, estimulados pelo poder público, como fazemos através dos nossos cursos de cidadania do Programa de Formação Política da Fundação Ulysses Guimarães. Mas vou me ater apenas a uma experiência que vivi hoje em meu município e que para mim remete ao quanto precisamos avançar, em termos de conhecer verdadeiramente o nosso papel de cidadão e não se deixar levar por determinações, em muitos casos, sem cabimento por conta de quem governa a cidade, neste momento.
Vamos ao fato: Sou Vice-Presidente do Conselho Municipal de Saúde em Conceição da Barra e a minha experiência de vida e conhecimento que tenho sobre o assunto, me convencem de que é papel do cidadão, sobretudo quando este representa a sociedade num determinado Conselho, requerer informações básicas para que se possa, inclusive, colaborar para a solução de um determinado problema. Ocorre que fui até a nossa farmácia básica, órgão vinculado à Secretaria Municipal de Saúde e, obviamente ao Sistema Único de Saúde e solicitei uma lista de medicamento que estivesse em falta e quanto tempo estavam em falta, para que pudesse ter um documento que embasasse minha reclamação ou elogio, na próxima reunião do Conselho.
Para minha surpresa, a funcionária além de não poder me fornecer a informação, ao consultar o seu superior, no caso o Secretário Municipal de Saúde, este a orientou a me dizer que qualquer informação relacionada à farmácia básica ou outro setor da Saúde, seria necessário um Ofício dirigido à Secretaria Municipal de Saúde.
Pois bem, a Resolução de nº 333/2003 do Conselho Nacional de Saúde em seu Parágrafo Único estabelece o seguinte princípio, no que diz respeito a atuação dos Conselhos de Saúde: "Atua na formulação e proposição de estratégias e no controle de execução das políticas públicas de saúde, inclusive em seus aspectos econômicos e financeiros".
Ora, se atuo na formulação e proposição de estratégia e no controle de políticas públicas de saúde, não posso ter acesso a uma mera lista de medicamentos que estão em falta no município, necessitando fazer um ofício à Secretaria que na teoria, está subordinada ao Conselho Municipal de Saúde? Sinceramente, acho que alguém está precisando rever conceitos. Não eu, pois além de atuar como conselheiro voluntário, sou guardião da saúde do município que vivo, portanto, meus conceitos estão corretíssimos ao solicitar uma simples lista de medicamentos.
quinta-feira, 28 de novembro de 2013
quarta-feira, 27 de novembro de 2013
Professora é encontrada morta em apartamento na Barra
Na noite de ontem, 26 de Novembro, a Polícia Militar foi acionada pelo vigilante do edifício Orion, localizado no centro de Conceição da Barra, que havia recebido uma solicitação da filha de uma das inquilinas do prédio, pois não estava conseguindo fazer contacto. O vigilante, ao perceber que o cachorro latia no apartamento, concluiu que a moradora poderia estar no interior do imóvel e que tivesse acontecido algo, por não estar atendendo a porta. Por isto, acionou a Polícia.
Segundo relato da Polícia Militar, no apartamento jazia o corpo da professora Márcia Fiorotti, 47 anos, natural do Município de Linhares, já em estado de decomposição, motivo que explica o forte odor exalado em todo o prédio, revelado por alguns moradores após a descoberta. As evidências indicam de que o falecimento ocorreu há cerca de, pelo menos, dois dias.
O corpo de Márcia Fiorotti foi encaminhado ao Instituto Médico Legal para se averiguar a causa da morte. Por estar coberta, presume-se que tenha sido um mal súbito e que a vítima não tenha sequer tido tempo de pedir socorro.
Segundo relato da Polícia Militar, no apartamento jazia o corpo da professora Márcia Fiorotti, 47 anos, natural do Município de Linhares, já em estado de decomposição, motivo que explica o forte odor exalado em todo o prédio, revelado por alguns moradores após a descoberta. As evidências indicam de que o falecimento ocorreu há cerca de, pelo menos, dois dias.
O corpo de Márcia Fiorotti foi encaminhado ao Instituto Médico Legal para se averiguar a causa da morte. Por estar coberta, presume-se que tenha sido um mal súbito e que a vítima não tenha sequer tido tempo de pedir socorro.
terça-feira, 19 de novembro de 2013
O que é combinado não sai caro
Ninguém em
sã consciência pode ser contra a exploração de uma pedreira, que gera emprego e
renda para a cidade, em função do pó, dos acidentes envolvendo caminhões com
pedras entre outros fatores negativos provocados por tal atividade. Da mesma
forma, não se pode ser contra uma cidade turística receber visitantes para uma
festa que proporcione lucro para comerciantes em geral, sobretudo se
considerarmos que não temos outro mecanismo mais eficiente que gere resultados
a curto ou médio prazo no que tange a geração de empregos e oportunidades. Entretanto,
se pode combinar a melhor maneira de fazer.
A folia na
Barra, que aconteceu neste fim de semana envolvendo proprietários de carros de
som, de fato foi muito bom para o comércio local, proprietários de hotéis e
pousadas, bares e restaurantes, lanchonetes, enfim, todos que hospedam e vendem
alimentos entre outros produtos. Mas, não se pode deixar de registrar que teve
uma parcela da população que não se sentiu bem e reclamou com veemência, porém,
sem nenhum sucesso. O barulho ensurdecedor dos carros de som, durante todo o
fim de semana, toliu o direito de descansar dos cidadãos que residem no bairro
Bugia. Ver televisão ou fazer qualquer outra atividade que dependesse do
silêncio, era impossível.
Evidente
que somos uma cidade turística e que há que se considerar que passamos boa
parte do ano num silêncio que não contribui em nada para a geração de empregos
e o vislumbre de um futuro, principalmente para os mais jovens. Sim,
precisamos ter uma certa tolerância com tais eventos, pois escolher Conceição
da Barra para viver, é um privilégio e ter que suportar tais situações acabam
sendo um esforço que no meu entendimento, vale a pena fazer. Mas será que não
dá para combinar com as pessoas que serão atingidas? Não tem como estabelecer
um diálogo franco, aberto e que culmine, mesmo que não numa concordância, mas
com o sentimento de que “pelo menos foi dada uma satisfação”?
Não
gostaria de estar na pele de quem mora no bairro Bugia nos eventos dessa
natureza e que acontecem naquelas imediações, por isto escrevo esse texto na
expectativa de que este Governo Municipal ao decidir realizar eventos que
interfiram no cotidiano das pessoas, pelo menos as consulte, explique os prós e
contras e quem sabe não haveria uma melhor aceitação?
Confesso
que apesar de mais uma vez estar escrevendo a este respeito (diálogo com a
população) não tenho esperança que isto aconteça pois se há algo que não temos
há muito em Conceição da Barra, é diálogo entre a sociedade e o governo... e
pelo que pude perceber nas eleições do ano passado, o povo está gostando pois a
quantidade de votos que recebeu o atual prefeito em sua reeleição, surpreendeu
até os mais otimistas que estiveram ao seu lado na campanha. Mas continuarei
fazendo minhas considerações. Mesmo que o prefeito não as escute, ficarei com a
consciência tranquila de que estou fazendo o meu papel de cidadão, mostrando o
caminho que acho correto que se trilhe.
Legislativo: A qualidade em detrimento da quantidade
Virou notícia esta
semana em jornal de grande circulação no Estado a conduta da Câmara de
Vereadores de Venda Nova do Imigrante, na região serrana, em ser menos dispendiosa
ao Município por uma série de providências que culminaram em economia para os
cofres públicos. Os vereadores não têm assessores, não tem carro à disposição,
não tem telefones e até o papel para impressão de documentos, segundo o
Presidente da Câmara local, é utilizado ambos os lados.
Louvável que a
Câmara de Vereadores de Venda Nova do Imigrante seja um exemplo de economia e
que atenda ao clamor popular no que diz respeito ao quantitativo do número de
vereadores, por exemplo. Poderia ter 11 e optou por ter apenas 9 edis. Contudo,
deixo à reflexão se de fato o que precisamos é de menos vereadores ou de uma
representação mais qualitativa que promova uma discussão sempre sadia e sábia
com o Executivo sobre o futuro da cidade.
O prédio do
Legislativo de Venda Nova do Imigrante não é próprio e funciona anexo ao da
Prefeitura. Um ótimo exemplo de economia, porém tal comodidade me leva ao
entendimento que se parece mais com uma "Secretaria Municipal" do que
com a Sede de um dos Poderes constituídos... Seria o debate possível, função
precípua do Poder Legislativo, com tamanha dependência de outro Poder?
O duodécimo, recurso
do Orçamento Municipal dirigido exclusivamente para o funcionamento das Câmaras
Municipais, algo em torno de 6 a 7% do orçamento (dependendo do número de
habitantes), existe para este fim: A independência do Poder Legislativo, em
todos os sentidos, portanto, o Presidente da Câmara deve utilizá-lo
legitimamente para o bom funcionamento da Casa e a devida “independência” nas
opiniões e ações!
As conquistas que
obtivemos até aqui, sobretudo ao derrubarmos o conceito de que a ditadura
militar era a melhor opção para o País e o resto do mundo, inclui a autonomia
dos Poderes constituídos e especialmente aqueles que necessitam do voto popular
para alcançá-lo. No entanto, o distanciamento da população em relação à
política – digo a política cotidiana, o controle social, etc... – transformou o
Poder Legislativo numa antesala do Poder Executivo, prejudicando sobremaneira o
debate tão necessário na medida em que vereadores, deputados e senadores são
quem realmente representam a população, cabendo ao Poder Executivo colocar em
prática o que decidiu o Legislativo, ou seja, o povo.
Sinceramente, sei
que a maioria que está lendo esse texto não concordará com minha posição,
preferindo a máxima de que “político é tudo safado e não tem que ter direito a
nada, pois já ganham muito bem”. Lamentavelmente parte desse discurso é
verdadeiro, pois estamos cercados por pessoas que de fato não entenderam qual é
o verdadeiro papel de um representante político. Contudo, não se pode culpar a
política pelos critérios duvidosos que estabelecemos ao escolher quem nos
representará. A política é útil e sem ela, o caos se estabelece.
Não podemos
confundir a utilidade da política com a conduta das pessoas a quem escolhemos.
Se fossem todos vereadores conscientes do seu papel, torceríamos para que
houvesse pessoas boas, capazes e em maior número, do que menos pessoas,
ganhando menos, com menos instrumentos de trabalho e consequentemente
subserviente aos demais Poderes.
quarta-feira, 13 de novembro de 2013
Bicicletas e Humanismo
A bicicleta é um transporte alternativo que deve ser valorizado, se pensamos em políticas públicas centradas em referenciais de humanismo.
O ciclismo faz bem à saúde. A bicicleta reclama do ciclista postura correta, participação das pernas na pedalagem e dos braços no manejo do volante, além de respiração correta e atenção. O ciclismo oxigena o cérebro, constitui passatempo para o espírito, desenvolve a inteligência.
Andar de bicicleta lembra-me a infância em Cachoeiro de Itapemirim, cidade localizada no sul do Espírito Santo, a terra do cronista Rubem Braga. Ruas com calçamento de paralelepípedos, poucos carros, nenhum motorista correndo. Trânsito realmente humano, quase diria trânsito fraterno. A convivência entre carros e bicicletas era absolutamente tranquila. Não me recordo de um único atropelamento de ciclista, por carro, ou de pedestre, por ciclista.
Em países adiantados e cultos, como a França, o ciclismo é um esporte que desfruta da adesão de altíssimo percentual da população. No Brasil, temos também cidades de ciclistas, como Joinville, em Santa Catarina.
Se praticado em grupo o ciclismo é, no caso dos jovens, um valioso instrumento de socialização e, no caso dos idosos, um remédio contra a solidão.
Embora tenha seu maior contingente de adeptos no seio da juventude, o ciclismo é largamente praticado por adultos. Pessoas mais velhas podem ter no ciclismo eficiente prevenção de doenças cerebrais e do coração.
O ciclismo não distingue sexos, seja entre os jovens – rapazes e moças, seja entre os mais velhos – senhoras e senhores.
Além dos benefícios que proporciona à saúde, a bicicleta é um transporte baratíssimo, pois não consome combustível. Devido ao grande aumento do número de carros, a bicicleta exige hoje, nas cidades médias e grandes e também nas estradas, a construção de ciclovias. Elas garantem a segurança do ciclista evitando acidentes.
Temos de resistir ao modelo social que elege as metas simplesmente econômicas como as essenciais, fazendo do ser humano mero instrumento e produto da Economia. A essa visão equivocada, que se funda numa deformação ética inaceitável, temos de opor a idéia de que o homem é o arquiteto e o destinatário da História. Dentro dessa concepção, a construção de ciclovias acompanhará, necessariamente, a construção de rodovias e avenidas.
João Baptista Herkenhoff, 77 anos, Juiz de Direito aposentado e palestrante pelo Brasil afora. Reside no Espírito Santo. Acaba de publicar Encontro do Direito com a Poesia – crônicas e escritos leves (GZ Editora, Rio).
E-mail: jbherkenhoff@uol.com.br
CV Lattes: http://lattes.cnpq.br/ 2197242784380520
sexta-feira, 8 de novembro de 2013
Violência preocupa e é motivo de Sessão tensa na Câmara
Na Sessão
de ontem, 07 de Novembro de 2013, na Câmara de Conceição da Barra, os
vereadores externaram sua preocupação em relação à segurança pública, sobretudo
os episódios recentes envolvendo assassinato, assaltos e furtos, ocorrências
antes classificadas como “exceção” e hoje, mais próximas de serem adjetivadas
como “regra”.
Apesar do
tom de comemoração do vereador e líder do Governo na Câmara, Rogério Rufino, que
fez menção à sua prestação de contas ao seu partido, o PTB, considerando o ano
de 2013 como “um bom ano para o seu mandato”, a maioria dos vereadores foram à
tribuna expressar sua preocupação em relação às dificuldades que vem tendo o
Município para combater os graves problemas relacionados à falta de segurança
pública em Conceição da Barra.
O vereador
Hermes, que normalmente utiliza pouco a tribuna, leu o seu discurso e em alguns
momentos, dispensou as anotações para falar de sua preocupação com a violência
em Conceição da Barra, sobretudo nos bairros onde considera estar a maioria do
seu eleitorado. O vereador revelou o quanto é preocupante saber que “já existem
pessoas armadas e com armas de grosso calibre, coisas que antes não aconteciam
numa cidade como a nossa”, pontuou o vereador.
O
parlamentar Carlinhos Rosário, ainda mais enfático, parabenizou a colega Mirtes
pelo registro que fez em relação à servidora pública Gildeni, cujo filho de
apenas 14 anos foi assassinado, e lamentou que o tempo de 10 minutos é
insuficiente para que pudesse expor tudo o que precisava naquela noite. Após
reiterar a gravidade do problema relacionado à falta de segurança na cidade e
protestar, mais uma vez, com relação ao modelo estabelecido para eleição do
Conselho Tutelar, o vereador convidou os colegas a visitarem o DPJ e verificar
as razões de não haver respostas para os diversos crimes cometidos em Conceição
da Barra.
O público
que participou da Sessão, ainda muito aquém do que se espera, testemunhou os vereadores acatarem o veto
total do Prefeito, em relação ao Projeto de Lei de autoria da Vereadora Nega,
que concedia vale transporte aos servidores públicos (considerado inconstitucional); a aprovação da subvenção
social às Entidades e a proibição do uso de capacete nos estabelecimentos
comerciais em todo o Município. Outros três PL’s foram encaminhados às
Comissões, conforme estabelece o Regimento Interno, bem como, a leitura das Indicações
de Obras e Serviços protocoladas pelos vereadores.
O Presidente,
Klebinho Alagoano, que colocou serviço de som nas ruas para convidar a
população para a Sessão, encerrou a reunião marcada por um clima de reflexão e
preocupação, agravadas pela pouca participação das pessoas nas discussões no
âmbito do Legislativo, revelando uma cidade que parece não acreditar que possa
haver soluções pela via dos instrumentos legais estabelecidos pela democracia.
segunda-feira, 4 de novembro de 2013
A raiz de todos os males
Ainda não
se pode afirmar que há uma resposta para o individualismo que assola a nossa
sociedade, desencadeando uma sucessão de problemas que enxergados sob um ponto
de vista específico, não parecem ter solução. Aliás, talvez seja essa a
resposta: Estamos sempre olhando as soluções sob um ponto de vista específico,
ou seja, olhando para o nosso próprio umbigo, logo, a solução que se apresenta
não é eficaz.
Em
Conceição da Barra, que é onde nasci e vivo, não é diferente. Raramente alguém
deseja fazer algo que necessite o envolvimento de outras pessoas. Sempre com a
justificativa de que “aqui ninguém quer nada”, aqueles que têm uma boa ideia,
um projeto, seja ele social ou que envolva um determinado negócio, quer tudo,
menos parceria com outras pessoas. É o personalismo, outra vez, imperando!
Pode ser
que estejamos realmente desanimados, sem perspectivas em relação ao semelhante
face às provas constantes que temos quanto ao seu caráter, mas a imperfeição é característico
do ser humano, o que não significa que não seja possuidor de virtudes e que podem sim serem úteis para o
sucesso de uma ideia que temos em mente, sobretudo que venha gerar empregos,
oportunidades, ou, até mesmo, socorro a quem precisa.
O
individualismo também está no destruindo. Não queremos fazer nada que não seja
exclusivamente para o atendimento de nosso próprio “eu”. As associações não
funcionam; as cooperativas não existem; os Conselhos Municipais são um “teatro”
e assim vamos caminhando como “zumbis”, aqueles seres privados de vontade
própria, que agem de forma estranha e instintiva, uma espécie de morto-vivo. É
assim que estamos: Mortos-vivos! E vou considerar que “estamos”, porque é assim
melhor definir do que dizer que “somos”. Sim, porque não foi sempre assim. Já
houve tempos melhores...
Pode ser
que a globalização, as tecnologias em geral, sobretudo a internet com suas
espetaculares redes sociais, tenham nos feito mais introspectivos,
individualistas e com pouca preocupação com o mundo lá fora, mas não justifica
que não nos preocupemos mais com a vida em comunidade. Somos seres sociáveis,
dependemos do relacionamento com outras pessoas para vivermos e o que estamos
fazendo em Conceição da Barra em relação a isto? Respondo: Nada! O que vem
reinando aqui, hoje mais do que nunca, é o ditado popular “farinha pouca, o meu
pirão primeiro”. E a farinha está ficando cada vez mais escassa...
Não quero
fazer diagnósticos sombrios sobre tudo isso que está acontecendo, mas colaborar
para que essas minhas palavras sirvam de reflexão para todos nós. Se não
atentarmos para a importância da unidade, de nos organizarmos a ponto de fazer
valer a palavra “cooperação”, não adiantará nada apresentar uma cidade bonita
por fora para os visitantes, se por dentro estamos ocos, vazios, sem
perspectivas. A última vez que nos unimos em torno de um objetivo comum, a
orla, o resultado foi uma obra do governo de aproximadamente R$80 milhões. Mas
este é só um exemplo e o maior problema que temos hoje, embora o senso comum irá
afirmar que é a segurança pública, para mim é a nossa desunião que é a raiz de
muitos males.
As Igrejas,
que para mim é a Instituição mais importante na sociedade, não conseguem dar
exemplo. É tudo na base do “cada um por si, Deus por todos”. Se Deus é um só,
por que temos tanta dificuldade em falar a mesma língua? Lamento que seja assim
e que as pessoas não tenham coragem de olhar para dentro de si mesmas e
perceberem que o mal que tentamos combater não é externo, mas está dentro de
nós mesmos. Porém, é muito mais fácil dizer que o erro está nos outros do que
reconhecê-los em nós.
Vou parar
por aqui porque ainda há muito a dizer e não quero enfadar os meus leitores.
Mas voltarei a falar sobre isto aqui mesmo neste espaço.
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