quinta-feira, 26 de fevereiro de 2015

Mimos e agrados

Um mandato é uma missão conferida pelo povo a um determinado cidadão ou cidadã para representá-lo, seja nas Câmaras de Vereadores, Assembléias Legislativas ou no Congresso Nacional. Chama-se “Democracia Representativa”, aquela em que a população escolhe quem vai falar por ela nas instâncias específicas do Poder.

É evidente que face a tantos escândalos envolvendo pessoas ligadas direta ou indiretamente à política, o cidadão comum passa a ter aversão às pessoas que no seu ponto de vista deveria representa-lo e, via de regra, aversão a tudo o que diz respeito à política. Mas quero dizer que embora eu compreenda esse sentimento, não posso concordar com ele, e já explico o porquê.

Representar a população não significa defender um direito individual mas uma demanda coletiva, algo que implique na qualidade de vida de uma comunidade ou um segmento daquela comunidade. O fato de votar numa pessoa, não nos concede o direito de que tudo o que queremos, deva ser atendido por ela. Além de ser impossível que se atenda a tantas pessoas (para ganhar é preciso muitos votos), a cada pedido individual atendido, há uma descaracterização da democracia representativa, uma vez que o representante atendeu uma pessoa e não a coletividade.

A corrupção que hoje estampa as capas de jornais de todo o País, tem lastro nessa relação promíscua entre representante e representado, que ao invés de escolher quem realmente deve representá-lo, troca o seu voto por um benefício qualquer justificado inclusive por falas tais como "todos vão roubar mesmo, é melhor eu tirar o meu".

Mas você pode estar se perguntando: como podemos ser atendidos enquanto comunidade ou segmento da sociedade? A resposta é ORGANIZANDO-SE. Na medida em que um grupo de pessoas se unem e pleiteiam algo que atenderá a coletividade, legitima-se a democracia representativa e assim aquele representante poderá atender utilizando, inclusive, mecanismos legais através do estabelecimento de convênios entre o Poder Público e a Pessoa Jurídica, fruto da organização desse grupo de pessoas.

Defendo a formação política cidadã porque acredito que quanto mais conhecemos, menos somos engodados, inclusive por pessoas que não conhecem a verdadeira função da política na sociedade, e se arvoram de “boas pessoas”, aparecendo em momentos oportunos com mimos e agrados, levando o eleitor ao erro. E o pior, o eleitor passa a desacreditar na política e considera todos que estão nesta atividade, ladrões ou outros adjetivos piores.

Recomendo que você meu fiel leitor que me honra ao acessar este espaço, pense a política como ela verdadeiramente é e para o qual foi concebida, ou seja, estabelecer a felicidade das pessoas nas cidades. É para isso que ela foi inventada pelos gregos e até hoje, não se conhece outra forma de governo que possa ser tão próxima da dignidade humana.

Educação Liberta!

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