A
dependência do poder público é algo que sempre considerei negativo. Apesar de
saber que este é o responsável por nortear a sociedade, através da
implementação das políticas públicas, o fato é que, especialmente em pequenas cidades,
as pessoas esperam pelo poder público para tudo, inclusive, colaborando para
uma letargia que a mim, particularmente, incomoda. O poder público é
responsável por investimentos estruturais, bem como, educação, saúde e lazer,
entretanto, tem muitas coisas que cabe à própria sociedade agir, fazer
acontecer e assim diminuir essa dependência.
Em
Conceição da Barra há alguns exemplos de que quando queremos, conseguimos
realizar boas obras sem a interferência do poder público. É claro que na
maioria das vezes, tais exemplos estão vinculados às igrejas que por força do
instrumento “fé”, algo intangível mas de muito poder, levam as pessoas a
colaborarem e darem um pouquinho do que ganham em favor de algo que no seu
entendimento, é recompensado no sentido espiritual.
A foto que
ilustra o presente texto é um exemplo da conhecida expressão “a união faz a
força”. A pequena igreja católica localizada no bairro Bugia, na Barra, foi
construída há mais de 50 anos, porém, com os problemas relacionados ao avanço
das marés, por pouco não foi totalmente destruída, assim como o foi boa parte das casas ali edificadas. O que restou da pequena igreja, foi recuperado
através de uma iniciativa popular e que se tornou um importante exemplo de que
quando se quer, pode fazer.
Não houve
intervenção do poder público. Tudo o que foi feito foi com doações a partir da
constituição de um “livro de ouro” e que de grão em grão, foi se formando um
montante para as obras. Não foi suficiente o valor arrecadado, mas permitiu a conclusão
de parte importante das obras e os débitos continuam sendo alvos de outras
iniciativas para arrecadações e assim, sanear o débito.
Outras
iniciativas podem também receber a simpatia das pessoas e as respectivas
colaborações, contudo, desde que seja feito com lisura e em favor da
coletividade, sem a permissão de que as vaidades pessoais atrapalhem a
realização do intento.
Só para
exemplificar, é assim que funcionam as cooperativas: As pessoas se unem em
favor de um objetivo comum e arcam com as despesas e usufruem dos eventuais
lucros. No caso da igreja que citei, não há lucros, mas uma satisfação
pessoal de cada um que permitiu que um imóvel importante do ponto de vista
religioso, para uma parte da sociedade, fosse recuperado fornecendo um exemplo
de que é possível fazer, sem esperar a burocracia inerente às ações do poder
público.
Se pudermos
realizar sem depender do poder público, começaremos a entender o verdadeiro
significado da palavra desenvolvimento, pois uma sociedade desenvolvida, exige do poder
público saúde, educação, e a aplicação correta dos impostos e não “favores” que
em muitos casos, saem bem mais caros do que realmente valem.
Gosto muito de ler o seu blog. Parabéns, vc escreve sempre com muita sinceridade. Que a sociedade possa realmente percebe que juntos somos mais q vencedores, a união faz a força.
ResponderExcluirObrigado pela leitura e o respeito pelo meu trabalho. Abraços!!!
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