sábado, 4 de abril de 2015

Quando se quer fazer, faz!

A dependência do poder público é algo que sempre considerei negativo. Apesar de saber que este é o responsável por nortear a sociedade, através da implementação das políticas públicas, o fato é que, especialmente em pequenas cidades, as pessoas esperam pelo poder público para tudo, inclusive, colaborando para uma letargia que a mim, particularmente, incomoda. O poder público é responsável por investimentos estruturais, bem como, educação, saúde e lazer, entretanto, tem muitas coisas que cabe à própria sociedade agir, fazer acontecer e assim diminuir essa dependência.

Em Conceição da Barra há alguns exemplos de que quando queremos, conseguimos realizar boas obras sem a interferência do poder público. É claro que na maioria das vezes, tais exemplos estão vinculados às igrejas que por força do instrumento “fé”, algo intangível mas de muito poder, levam as pessoas a colaborarem e darem um pouquinho do que ganham em favor de algo que no seu entendimento, é recompensado no sentido espiritual.

A foto que ilustra o presente texto é um exemplo da conhecida expressão “a união faz a força”. A pequena igreja católica localizada no bairro Bugia, na Barra, foi construída há mais de 50 anos, porém, com os problemas relacionados ao avanço das marés, por pouco não foi totalmente destruída, assim como o foi boa parte das casas ali edificadas. O que restou da pequena igreja, foi recuperado através de uma iniciativa popular e que se tornou um importante exemplo de que quando se quer, pode fazer.

Não houve intervenção do poder público. Tudo o que foi feito foi com doações a partir da constituição de um “livro de ouro” e que de grão em grão, foi se formando um montante para as obras. Não foi suficiente o valor arrecadado, mas permitiu a conclusão de parte importante das obras e os débitos continuam sendo alvos de outras iniciativas para arrecadações e assim, sanear o débito.

Outras iniciativas podem também receber a simpatia das pessoas e as respectivas colaborações, contudo, desde que seja feito com lisura e em favor da coletividade, sem a permissão de que as vaidades pessoais atrapalhem a realização do intento.

Só para exemplificar, é assim que funcionam as cooperativas: As pessoas se unem em favor de um objetivo comum e arcam com as despesas e usufruem dos eventuais lucros. No caso da igreja que citei, não há lucros, mas uma satisfação pessoal de cada um que permitiu que um imóvel importante do ponto de vista religioso, para uma parte da sociedade, fosse recuperado fornecendo um exemplo de que é possível fazer, sem esperar a burocracia inerente às ações do poder público.

Se pudermos realizar sem depender do poder público, começaremos a entender o verdadeiro significado da palavra desenvolvimento, pois uma sociedade desenvolvida, exige do poder público saúde, educação, e a aplicação correta dos impostos e não “favores” que em muitos casos, saem bem mais caros do que realmente valem.



2 comentários:

  1. Gosto muito de ler o seu blog. Parabéns, vc escreve sempre com muita sinceridade. Que a sociedade possa realmente percebe que juntos somos mais q vencedores, a união faz a força.

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    1. Obrigado pela leitura e o respeito pelo meu trabalho. Abraços!!!

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