Hoje, dia
29 de Novembro, comemora-se o Dia do Evangélico em Conceição da Barra. Segundo
a Lei Municipal que o instituiu, será sempre no último sábado do mês de
Novembro e lembrado através de uma Sessão Solene no Poder Legislativo como
forma de homenagear o segmento da sociedade que hoje gira em torno de 40% da
população.
Sob a
presidência ad’oc da Vereadora Sirlene Olimpio, e participação dos Vereadores
Amaury Januário e Istelina Fundão, o Dia não passou “em branco” e o Poder
Legislativo pôde fazer as honras da Casa aos representantes dos evangélicos com
a colaboração de funcionários que deixaram o conforto do seu lar num dia de
sábado, para o trabalho de honrar os homenageados.
Não decidi
escrever o presente texto apenas para descrever o que se passou na sessão
solene. Apesar de considerar fundamental que gestos como estes devam ser
rigorosamente praticados, por serem estabelecidos em Lei - e os Vereadores
citados honraram o dever da Casa ao realizar a presente - não poderia deixar de
lamentar a ausência de diversas lideranças no Município, em especial,
lideranças evangélicas. Deixaram de presenciar o momento dedicado ao povo do
qual fazem parte, evidenciando o grave e elevado nível de deslocamento no que
se refere aos deveres cívicos pelo qual o segmento também deve priorizar e
valorizar.
Utilizando
uma metáfora do Vereador Amaury, em conversa informal antes da sessão, digo que
o número de pessoas presentes à sessão lembra a “festa do leite”, onde todos
estão convencidos de que terá muito leite na festa (pois todos irão levar) e
então decidem levar água, no lugar do leite. Resultado: A festa do leite, virou
a festa da água.
Por
acreditar que de fato foram enviados convites à exaustão a todos os líderes do
Município, pois a estrutura da Câmara Municipal, inclusive o Motorista
Legislativo, Alexandre Marques (diácono da Igreja Vida e Paz}, se dedicou
pessoalmente na empreitada, sou levado a admitir que a rigor, os ausentes
pensaram exatamente como aqueles que acharam que haveria muito leite na festa e
decidiram levar água. Por acreditarem que os outros convidados estariam lá,
decidiram não ir e o resultado foi uma presença reduzidíssima, embora não tenha
comprometido a importância do evento.
Como tudo aquilo que pode piorar, quase sempre piora mesmo, ouvimos da Vereadora Sirlene, a sugestão de que no
Município deveria se criar uma Associação de Igrejas Evangélicas. A defesa foi
feita após constatar que o segmento “necessita” de maior representatividade,
embora reconhecendo que o Comec, cujo representante também compunha a mesa de
honra, tenha sua relevância.
Apesar de
considerar a sugestão legítima, sobretudo por vir de uma parlamentar capacitada
e também membro de uma igreja evangélica, não posso deixar de registrar aqui
que a sugestão é inócua na medida em que estaremos apenas criando mais uma
Instituição, ao invés de lutarmos para a consolidação daquela que já existe, a
saber, o Comec.
A Vereadora
Sirlene colocou seu gabinete e seu escritório particular à disposição das
igrejas evangélicas que queiram se regularizar. Enfim, ofereceu apoio mas, eu
pergunto, porque isto não é efetivado através do Comec? Por que não aproveitar
a Instituição existente no lugar de se criar outra? Por que não podemos lutar
pela “unidade”, aproveitando uma Instituição que já existe, tem história no
Município e requer apenas que as igrejas queiram participar?
Essas são
perguntas que gostaria de ver respondidas e se caso a Vereadora Sirlene está
lendo o presente texto, peço que faça reflexões, converse com o seu Pastor e o
convide a participar do Comec. Seria muito mais fácil que criar uma nova
Associação que com o tempo e a mudança de lideranças, venha a cair no
esquecimento.