Alguns
podem me classificar como “velho” ou outros adjetivos menos simpáticos mas devo
dizer que sou contra o evento em Conceição da Barra conhecido como Barracar, que acontece agora, em sua 2ª edição, entre os dias 14 e 16 de
Novembro... e explico os motivos a seguir.
Há tempos
estamos sofrendo economicamente pela escassez de nossa principal atividade, a
pesca, e como uma tragédia sempre puxa a outra, o turismo também vem na rota
de decadência. Primeiro pelo problema na orla, maciçamente explorado pela
mídia, acabou afastando muita gente de nosso balneário. Agora, temos o desinteresse do poder público em fazer o resgate do setor, talvez considerando que turismo é apenas uma questão de trazer gente prá cá, mesmo que seja para fazer barulho com carros de som.
A nossa dificuldade em debater temas relativos à nossa tão importante atividade
econômica – o Turismo – sem o viés do ranço político, é outro entrave. É muito difícil colocar
uma opinião sobre o que é melhor fazer para atrair turistas, sem ser tolhido,
seja pelo Governo ou a própria sociedade que insiste em destacar apenas “quem falou” e
não “o que falou”.
O Barracar é um exemplo
emblemático de nosso equívoco em termos de planejamento turístico, onde o foco
deveria ser um público de fato consumidor. A exemplo do
carnaval, porém com muito menos pessoas visitando a cidade, o barulho produzido
é infinitamente maior do que os possíveis “lucros” proporcionados pela festa
mais popular da cidade e do Brasil. Dezenas de carros equipados com som de alta
potência, atraindo jovens para um local à beira mar onde sequer é possível
entender qual é o “barato” de ouvir música sem que ninguém entenda
absolutamente nada do que se toca, é o cenário que se apresenta.
Não posso
conceber que tenhamos nos reduzido a tão pouco, em termos de destino turístico,
para patrocinar (mesmo que modestamente) um evento que além de não valorizar a nossa cultura rica e admirada
por tantos, ainda não produza absolutamente nada em termos de retorno
econômico. Nossa rede hoteleira é quem mais se abate, pois os “turistas” do
Barracar sequer escolhem os hotéis preferindo, é claro, ficarem amontoados numa
pequena casa (geralmente na Cohab), o suficiente para dormir enquanto aguardam
a hora de se juntar aos outros para “ouvir” som em alto volume... uma outra
semelhança com o nosso “carnaval”. Nos tornamos uma espécie de "paraíso dos carros de som".
Ainda bem
que paralelo a este evento desqualificado, pois revela uma juventude que tem
dinheiro para ter um carro e equipá-lo - mas não tem bom gosto - acontece também
o Encontro dos Motoqueiros. Apesar de não ser um dínamo para o nosso combalido turismo,
atrai um outro tipo de turista que consome e que não perturba os ouvidos de
quem já vive numa cidade cujo barulho ensurdecedor é do silêncio de quem não quer ou acha melhor não opinar sobre nada.
O Conselho
Municipal de Turismo apesar de ser apenas consultivo, deveria ter participação
efetiva de representações da sociedade, sobretudo de quem é proprietário de
pousada, hotel, restaurante, bem como, o pessoal da Cultura, outro setor
fragilizado e que tanto poderia contribuir para o nosso desenvolvimento. É
preciso crescer e para isso temos que fazer reflexões e agir, afinal, nossa
indústria principal é o Turismo.
Peço que não tomem minha opinião como uma reles reclamação, mas um ponto de vista de alguém que tem preocupação com nossa cidade e vê no turismo de qualidade nossa, talvez, única solução para a geração de empregos e sobrevivência sem a dependência exclusiva dos poucos empregos oferecidos pela Prefeitura e as duas empresas de álcool.
Pois vem Sr. Carlos Quartezani, pois venho lhe informar que o evento Barracar foi um sucesso, atraiu muitos turistas para o município de Conceição da Barra, os hoteis do municipio ficaram lotados e o que se chama de "mau gosto", é , com certeza, é um estilo de vida para muitas pessoas que gostam de som automotivo. Cada um pode sim ter sua opinião referente a quaisquer assuntos, mas acho que temos muitos problemas no município a serem colocados em pauta do que ficar aqui discordando dos eventos e festas só porque fazem barulho, ademais o evento foi em um local afastado, sem residencias nas proximidades,
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