sábado, 29 de novembro de 2014

O Dia do Evangélico e a Festa do Leite

Hoje, dia 29 de Novembro, comemora-se o Dia do Evangélico em Conceição da Barra. Segundo a Lei Municipal que o instituiu, será sempre no último sábado do mês de Novembro e lembrado através de uma Sessão Solene no Poder Legislativo como forma de homenagear o segmento da sociedade que hoje gira em torno de 40% da população.

Sob a presidência ad’oc da Vereadora Sirlene Olimpio, e participação dos Vereadores Amaury Januário e Istelina Fundão, o Dia não passou “em branco” e o Poder Legislativo pôde fazer as honras da Casa aos representantes dos evangélicos com a colaboração de funcionários que deixaram o conforto do seu lar num dia de sábado, para o trabalho de honrar os homenageados.

Não decidi escrever o presente texto apenas para descrever o que se passou na sessão solene. Apesar de considerar fundamental que gestos como estes devam ser rigorosamente praticados, por serem estabelecidos em Lei - e os Vereadores citados honraram o dever da Casa ao realizar a presente - não poderia deixar de lamentar a ausência de diversas lideranças no Município, em especial, lideranças evangélicas. Deixaram de presenciar o momento dedicado ao povo do qual fazem parte, evidenciando o grave e elevado nível de deslocamento no que se refere aos deveres cívicos pelo qual o segmento também deve priorizar e valorizar.

Utilizando uma metáfora do Vereador Amaury, em conversa informal antes da sessão, digo que o número de pessoas presentes à sessão lembra a “festa do leite”, onde todos estão convencidos de que terá muito leite na festa (pois todos irão levar) e então decidem levar água, no lugar do leite. Resultado: A festa do leite, virou a festa da água.

Por acreditar que de fato foram enviados convites à exaustão a todos os líderes do Município, pois a estrutura da Câmara Municipal, inclusive o Motorista Legislativo, Alexandre Marques (diácono da Igreja Vida e Paz}, se dedicou pessoalmente na empreitada, sou levado a admitir que a rigor, os ausentes pensaram exatamente como aqueles que acharam que haveria muito leite na festa e decidiram levar água. Por acreditarem que os outros convidados estariam lá, decidiram não ir e o resultado foi uma presença reduzidíssima, embora não tenha comprometido a importância do evento.

Como tudo aquilo que pode piorar, quase sempre piora mesmo, ouvimos da Vereadora Sirlene, a sugestão de que no Município deveria se criar uma Associação de Igrejas Evangélicas. A defesa foi feita após constatar que o segmento “necessita” de maior representatividade, embora reconhecendo que o Comec, cujo representante também compunha a mesa de honra, tenha sua relevância.

Apesar de considerar a sugestão legítima, sobretudo por vir de uma parlamentar capacitada e também membro de uma igreja evangélica, não posso deixar de registrar aqui que a sugestão é inócua na medida em que estaremos apenas criando mais uma Instituição, ao invés de lutarmos para a consolidação daquela que já existe, a saber, o Comec.

A Vereadora Sirlene colocou seu gabinete e seu escritório particular à disposição das igrejas evangélicas que queiram se regularizar. Enfim, ofereceu apoio mas, eu pergunto, porque isto não é efetivado através do Comec? Por que não aproveitar a Instituição existente no lugar de se criar outra? Por que não podemos lutar pela “unidade”, aproveitando uma Instituição que já existe, tem história no Município e requer apenas que as igrejas queiram participar?

Essas são perguntas que gostaria de ver respondidas e se caso a Vereadora Sirlene está lendo o presente texto, peço que faça reflexões, converse com o seu Pastor e o convide a participar do Comec. Seria muito mais fácil que criar uma nova Associação que com o tempo e a mudança de lideranças, venha a cair no esquecimento.




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