segunda-feira, 30 de maio de 2022

O trânsito e a necessária revisão de conceitos em Conceição da Barra

Quanto menor é a cidade, menor é a preocupação com o trânsito de pessoas e veículos, tanto por parte dos cidadãos quanto das autoridades que, obviamente (me refiro à Polícia Militar) não teria a função de disciplinar essa conduta, caso houvesse outra autoridade, específica, para fazê-lo.

O que se tem percebido na cidade que sou nascido mas no momento não resido é o registro de diversos acidentes (pasmem, de trânsito) envolvendo veículos automotores numa cidade cujo transporte mais comum, até pouco tempo atrás, era a bicicleta. 

Alguns mais graves que outros mas sempre envolvendo pessoas que adquiriram o seu veículo há pouco tempo. Sem querer com isto explorar a habilidade ou não do motorista. Efetivamente, acidentes acontecem mas a repentina quantidade de veículos circulando, é o ponto que requer atenção.

O que quero tratar no presente texto não é especificamente o motivo pelo qual mais pessoas puderam adquirir um veículo, mas alertar as autoridades municipais a dar um tratamento adequado ao trânsito na cidade, tendo em vista a nova realidade financeira de boa parte da população, contemplada com as indenizações oriundas do acidente ambiental, ocorrido numa das barragens da Vale/Samarco em Minas Gerais.

O acidente, ocorrido em 2015 e que atingiu economicamente o município, gerou essas compensações financeiras a pescadores e outros atingidos, mudando nitidamente a realidade financeira do lugar. Pelo menos, por ora.

A sede do município de Conceição da Barra-ES, que tem 130 anos de emancipação política, não foi planejada para a presença de muitos veículos automotores. 

Suas ruas estreitas e poucos espaços para estacionamento, já dificultam bastante o trânsito quando os turistas chegam nos feriados prolongados e nas férias de verão. Hoje, esse movimento que se pode chamar de caótico - sem exagero algum - já acontece no dia a dia, gerando esse fenômeno que podemos até chamar de estranho, se considerarmos que o balneário não tem mais que 15 mil habitantes.

As mudanças ocorridas requerem um debruçar das autoridades municipais sobre como melhorar a estrutura viária da cidade, podendo, inclusive (se for o caso) a implantação de um sistema de sinalização de trânsito e assim, não apenas oferecer mais segurança aos visitantes mas os barrenses, cuja preocupação com os acidentes, já está evidente nas conversas informais na cidade.

Só para não ficar restrito aos novos proprietários de veículos a minha observação sobre a necessidade de uma maior atenção no trânsito em Conceição da Barra, vivi uma experiência recente nada agradável envolvendo uma ciclista numa rua convencional da cidade, onde fica a minha casa.

Num cruzamento comum no qual qualquer pessoa sabe de quem a preferência, fui surpreendido por uma condutora de uma bicicleta que despreocupadamente atravessou na frente do meu veículo, completamente absorvida por algo que assistia no seu aparelho celular, outro equipamento que passou também a ser muito mais comum a sua posse, após a maior circulação de mais dinheiro nas mãos dos barrenses. 

Felizmente, consegui frear em tempo e evitar o pior. A ciclista, por sua vez, continuou absorvida pelo que acontecia no mundo virtual e nem se deu conta do perigo que passou.

Como eu disse no início, a preocupação que entendo ser legítima é de que um olhar mais atento das autoridades quanto aos efeitos da maior quantidade de veículos nas ruas, pode resultar em menos dor de cabeça para todos, numa cidade cujo principal atrativo para a presença de turistas é o sossego e a certeza de que acidentes automobilísticos não nos pertencem ou não nos pertencerão mais.


São Mateus-ES, 30/05/2022


Carlos Quartezani

Jornalista e Microempreendedor

domingo, 29 de maio de 2022

O encantamento do marketing

Quando adquirimos um determinado produto ou um serviço que de fato é útil ou, simplesmente atende a um nosso desejo, estimulado por uma propaganda envolvente, bem produzida e de bom gosto, compreendo na plenitude a importância das técnicas de marketing.

Não tem como negar que mesmo não necessitando tanto assim desse produto ou serviço, somos impulsionados a adquirí-los. Um magnetismo que a boa propaganda produz.

No entanto, será que esse tipo de instrumento é realmente produtivo para qualquer área da vida? As técnicas de marketing podem ser saudáveis para qualquer tipo de produto ou serviço que você precisa ou deseja muito obter?

Acho que não e explico. A publicidade tem um fim específico de destacar o valor que tem aquela marca, suas qualidades e inclusive, sua utilidade. Contudo, sempre com o viés de vender e não de orientar sobre sua real motivação para o esforço em obter o produto especificamente.

Não, não estou aqui tentando lhe convencer a não valorizar os trabalhadores da propaganda, mas oferecer uma outra perspectiva sobre tais técnicas quando o assunto é escolher seu representante político. Não é raro o arrependimento depois de ter escolhido alguém, como seu representante político, cuja maior fonte de informação foi produzida pelos "magos do marketing".

Considero a política um exercício essencial à vida humana e que, sobretudo, não se restringe ao período que antecede ao dia da votação. Portanto, se você não a observa no cotidiano, observando os pontos de vista de cada um possível postulante a um determinado cargo público, nas questões essenciais à vida em sociedade, corremos o sério risco de escolher para uma importante função alguém que apenas simpatizamos, em face de um excelente trabalho de marketing feito em favor deste.

E já que o assunto é o marketing, atividade que tenho muita admiração mas nem por isto deixo de ter minhas restrições, no tocante à política, me surpreendi recentemente com um comercial na internet, no qual a estrela é o ator Carlos Moreno, uma lenda da propaganda para mim. 

Apesar de tanto tempo sem vê-lo em ação, o rapaz engraçado e sério ao mesmo tempo que aparecia na TV vendendo o produto Bombril, continua incrivelmente habilidoso, mesmo sendo um outro produto totalmente diferente daquele que o projetou na mídia naqueles tempos.

Detalhe: o produto que ele vende, eu já adquiri, mas fui convencido pelo conjunto de vantagens que o mesmo me proporciona e não por qualidades, muitas inventadas pelos marketeiros, quando querem vender uma candidatura.


São Mateus-ES, 29/05/2022


Carlos Quartezani

Jornalista e Microempreendedor

quinta-feira, 26 de maio de 2022

Governo do varejo

É assim que defino o governo do Estado do Espírito Santo, cujo ocupante da cadeira, que não conseguiu se reeleger em sua última hospedagem no Palácio Anchieta e que só voltou, em 2018, em virtude da falta de lideranças capazes de fazer-lhe o contraponto adequado e impedir sua nova aventura como chefe do Poder Executivo capixaba.

Em resumo, o Sr Renato Casagrande é um governador que trabalha no varejo, tapando buracos, facilitando CNH's, assinando ordens de serviço para postar nas redes sociais e por aí vai. Não tem definição melhor em face de tudo o que vi até aqui, sobretudo num período em que a pandemia por Coronavirus, obrigou a todos os governantes a se comportarem de maneira previsível, à exceção do Exmo. Sr Presidente da República que decidiu vencer o vírus com o peito de aço que adquiriu, quando brevemente ocupou um posto no Exército brasileiro.

Infelizmente, esse tipo de trabalho, de visão curtíssima, agrada o povo, cujo interesse pela política se resume a demandas pessoais ou a doutrinas de caráter duvidoso (que mais confundem do que explicam), para compreender o que é de fato governar. 

Ainda aguardo um nome, em nível nacional e estadual, que possa nos colocar de volta a um patamar que realmente nos sintonize com o futuro. Hoje, minha aposta é a Senadora Simone Tebet em nível nacional e Guerino Zanon, no estadual, mas até mesmo as candidaturas de ambos, estão sujeita às intempéries do jogo político, que só começará de fato, quando os partidos realizarem suas Convenções, em Julho próximo e assim, realmente, sabermos quem é candidato ou não.

No mais é torcer para que o pior não aconteça, que é a polarização em nível nacional e que esta se estenda, também, para o solo capixaba.

São Mateus-ES, 26/05/2022

Carlos Quartezani

Jornalista e Microempreendedor

quarta-feira, 25 de maio de 2022

Conhecimento, informação e foco

Não importa o tipo de atividade que você desenvolve. Se não se debruçar sobre como funciona, absorvendo todo conhecimento possível, será apenas alguém cujo predicado é "esforçado", uma espécie de sinônimo de fracassado, só que dito de maneira sutil.

Outro fundamento não menos importante e que faz enorme diferença na vida dos vencedores é a informação. Não me refiro a informação qualquer, algo que seja dispensável para o seu nicho de atividade ou até mesmo sua vida no cotidiano, mas aquela que agrega ao conhecimento que você já adquiriu e que o atualiza, permitindo estar conectado com as novas tendências e pronto para oferecer um produto ou serviço que seja considerado indispensável para as pessoas.

Foco, o terceiro ingrediente que faz com que a probabilidade de sucesso seja mais real na sua trajetória. O poeta já disse há muito tempo que "para quem não sabe aonde quer chegar, qualquer lugar serve", por isto se faz necessário estabelecer claramente o seu objetivo e não permitir que as intempéries o tirem da rota.

Sei que nada disso é fácil, como se fosse uma receita de bolo que é só seguir e ao final, teremos um delicioso doce para saborear, mas caso consigamos praticar esses três fundamentos, certamente teremos aprendido a valorizar os processos que fazem parte da vida de qualquer pessoa que queira, de fato, sair de onde está e alcançar seus maiores desejos, profissionais ou de qualquer outra área da vida.

Pratique esses fundamentos e saberá que quando o que fazemos tem método e faz sentido, qualquer atividade torna-se um grande prazer em nossas vidas.


São Mateus-ES, 25/05/2022


Carlos Quartezani

Jornalista e Microempreendedor

terça-feira, 24 de maio de 2022

Atitude que vale muitos aplausos

No futebol, essa paixão avassaladora que levam muitos a extremos, também é capaz de inspirar gestos que valem muito a pena passar para frente. 

Neste caso específico, refiro-me a atitude de um atleta do Fortaleza Futebol Clube, o atacante Moisés, que ao ter a possibilidade de desencadear uma jogada que poderia levar sua equipe a fazer o gol, ao perceber que o zagueiro, o jogador do Fluminense Futebol Clube, de nome Nino (que o marcava), perdeu na corrida por ter sofrido um estiramento muscular, desistiu da jogada, praticando o que no futebol é conhecido como Fair Play.

Tanto no esporte quanto em qualquer outra área da vida, precisamos compreender que vencer "a qualquer custo", principalmente se esse custo for a infelicidade de alguém, não vale a pena, não é nobre e certamente, não tem o mesmo sabor de uma vitória conquistada "na moral", como diria alguns de meus amigos.

Dedico este breve texto às pessoas que como Moisés, do time de futebol Fortaleza, compreendem o significado de uma atitude de quem é verdadeiramente nobre, mesmo sem coroa ou sangue azul nas veias, e a pratica cotidianamente.


São Mateus-ES, 24/05/2022

Carlos Quartezani

Jornalista e Microempreendedor

segunda-feira, 23 de maio de 2022

A luta é pela educação

Os governadores do Brasil e que são, claro, candidatos a reeleição, têm 320 bilhões de reais para gastar este ano, segundo reportagem do jornal O Globo. É muito dinheiro e mesmo que a finalidade seja obras, é dinheiro circulando e grandes possibilidades da compra velada de votos.

No Estado do Espírito Santo, não é diferente. Os anúncios de obras aqui e ali ocorrem, diariamente, uma tática conhecida de todos que pretendem continuar no poder.

Se a memória é curta, porque fazer antes do período que antecede as eleições? O povo continua sendo manipulado, como sempre e a educação, bem, a educação é só esse papo dos intelectuais chatos que nunca vão virar memes na internet, a não ser que cometam algum crime ou uma gafe mais grave.

No ponto de vista deste que escreve essas linhas, o que de melhor poderíamos fazer é tentar unir o máximo de nomes possíveis, que já se declararam oposição e tentar construir uma proposta para apreciação da população, ou, pelo menos, uma parte dela que não se deixa levar por anúncios de obras, como se governar fosse tão somente construir prédios para abrigar alunos e na propaganda afirmar que "faz tudo pela educação".

E já que estou escrevendo sobre esse tema, que gosto muito, mas não por simples prazer mas por sentir que ainda há uma maneira de discorrer sobre política sem ser o conhecido repetidor de mantras, assistam o filme "Educação", disponível na Netflix. Os ingleses conseguiram falar sobre a educação e a sua importância elementar, numa história passada na década de 1960, com um viés real sobre a importância da educação e o quanto ela está fazendo falta hoje e fará ainda mais, no futuro, quando o país precisar de cérebros e só teremos bundas e músculos.

São Mateus-ES, 23/05/2022


Carlos Quartezani

Jornalista e Microempreendedor

domingo, 8 de maio de 2022

A violência explode

O índice de violência tem aumentado no país e o grande paradoxo é que as facilidades para se obter uma arma de fogo, coincidem com este avanço da criminalidade. 

Em matérias jornalísticas já surgem casos de bandidos dominando bairros com grande presença de pessoas ricas. Os que são mais ricos já optam por viver em países como a Suíça. Um dos brasileiros mais ricos do mundo, por exemplo, Jorge Paulo Leman, vive lá e alguns dos diretores da sua empresa, a AmBev, também.

Por que estou escrevendo sobre isto? Porque quando a extrema direita defende o princípio de que o cidadão precisa andar armado e assim, reduzir a criminalidade - já que neste raciocínio o bandido "pensaria duas vezes antes de agir" - não condiz com a realidade. Estar armado não garante sua segurança e nem evita que o bandido, que nada tem a perder, possa não praticar o delito.

Não fiz pesquisas ou consultei alguma para chegar a esta conclusão. Está muito claro que a ideia de que para ter segurança é preciso ter sua própria arma, remonta um passado inclusive inspirado nos filmes de Bang Bang, no Velho Oeste estadunidense que tanto sucesso fez nos cinemas. 

A realidade, todavia, não é nada glamourosa e o que estamos vendo, são pessoas morrendo, fruto desse pensamento insano que é propor violência para combater a violência.

Eu espero que o meu país tenha, no futuro, um governo que acredite na inteligência associada à sabedoria e assim caminhemos para frente, desenvolvendo ideias que despertem a importância de viver em harmonia, cuidando para que a violência não contamine a todos, inclusive o próprio Estado brasileiro e assim possamos impedir a barbárie, que a julgar pelas notícias de jornais todos os dias, já se faz presente.

Parafraseando o poeta "a paz precisa invadir nossos corações e nos encher de paz, como se o vento de um tufão, arrancasse os nossos pés do chão."

São Mateus-ES, 08/05/2022


Carlos Quartezani

Jornalista e Microempreendedor

sexta-feira, 6 de maio de 2022

Dinamite!

O maior artilheiro de todos os tempos, Roberto Dinamite, foi merecidamente honrado por seu Clube, o meu Clube de Regatas Vasco da Gama, com uma estátua no nosso estádio, o São Januário, no Rio de Janeiro.

Na oportunidade, além da torcida que se fez presente em massa, fazendo o nosso ídolo não conseguir conter a emoção, antigos rivais no esporte como Zico e Júnior, estavam lá num gesto que considerei muito bacana, reconhecendo o grande atleta do futebol brasileiro ali com justiça sendo homenageado.

A postagem pode parecer ser futebolística, mas não é. É sobre honra, respeito e acima de tudo, que vale a pena ser honrado no que faz. Seja o que for, se fizermos com paixão, disciplina e dedicação, o reconhecimento chega.


Carlos Quartezani

Jornalista e Microempreendedor

Simone Tebet no Planalto

Um dirigente do MDB disse à revista Carta Capital que a candidatura própria do partido está a serviço de impedir que a ala Bolsonarista do MDB apoiasse já no primeiro turno, a reeleição de Bolsonaro. Essa conduta do MDB beneficiaria Lula, já que Simone Tebet declarou em determinada ocasião que Bolsonaro não é e nem será opção para ela num eventual segundo turno.

A informação oferecida pelo dirigente do MDB à Carta Capital faz sentido. Não se pode negar, analisando como dirigente de um grande partido, como é o caso do MDB, que ter uma candidatura própria, além de ser a base para uma maior ocupação das cadeiras no Legislativo, coloca o partido numa posição de protagonismo, que não teria ao se aliar a um dos extremos no primeiro turno.

O que a Carta Capital não explora no texto é que a candidatura própria do MDB está alicerçada nas bases do partido. Simone Tebet não foi escolhida ao acaso. Ela conquistou a confiança do partido por ser uma mulher que provou ter condições de disputar o cargo. Sua experiência na vida pública só acrescenta ao seu perfil de "mulher coragem".

Tem muito tempo pela frente, até as eleições e se o Dr Ulysses Guimarães tinha razão quando dizia que "a política é como as nuvens, se deslocam", 5 meses é uma eternidade e as nuvens certamente deverão mudar sua posição.

Por estarmos na semana em que se celebra o Dia das Mães, parabenizo a pré candidata à Presidência da República, Sra Simone Tebet, pelo seu dia e estendo o cumprimento a todas as mamães do Brasil e do mundo.


Carlos Quartezani

quinta-feira, 5 de maio de 2022

A batalha inglória de Bolsonaro contra a Cultura

Nenhum governante, que se considere democrático, pode reagir aos opositores sufocando a sua existência. 

O artista, especificamente, é um profissional importante e quanto mais e melhor o Estado o auxilia - ainda que apenas não atrapalhando seus processos - toda a sociedade sairá beneficiada. 

Ninguém vive apenas por comida e bebida. A arte e a cultura tem seu fundamento na existência humana, portanto, impedir que ela seja exercida, por infelizmente não possuirmos uma cultura de valorização daquilo que não é "nem comida e nem bebida", afasta em definitivo qualquer possibilidade de tornar as diversas formas de arte auto-sustentável.


Carlos Quartezani

terça-feira, 3 de maio de 2022

Boas escolhas e a motivação

A motivação errada tende a nos oferecer, quase sempre, uma resposta errada. Por mais que nos esforcemos, que apliquemos toda nossa energia e conhecimento em favor de um determinado projeto, se a motivação estiver errada, não chegaremos ao objetivo proposto.

Na política não é diferente. Quanto poderíamos ter avançado se a massa populacional compreendesse que o erro não está na escolha deste ou daquele, mas o que nos motivou a escolher este ou aquele?

Há quase 4 anos, por conta de uma avassaladora e necessária onda de combate a corrupção, capitaneada pelo Ministério Público, a Polícia Federal e a atuação (hoje questionável) do Poder Judiciário do Paraná, na figura do ex Juiz Sérgio Moro, o Brasil votou tendo por motivação um sentimento que é totalmente compreensível, mas que efetivamente não deve ser aplicado a todos os casos.

O ódio não é um bom conselheiro, principalmente sobre em quem votar. O político é parte do sistema que organiza a sociedade e se o ódio for o ingrediente predominante, acho que não conseguiremos chegar aonde queremos.

Mas, como dizem, um raio não cai duas vezes no mesmo lugar e espero que o mesmo não aconteça nas próximas eleições em que se usarmos, outra vez, a motivação errada estaremos repetindo o erro e tendo resultado insatisfatório.

Considero tão fundamental esse tema da motivação que proponho um questionamento, para quem até aqui acompanhou meu raciocínio e me dá o privilégio de ler o que escrevo. 

Diante mão quero deixar bem claro que não estou "profetizando" ou "desejando" a morte de ninguém, mas tão somente fazendo uma suposição.

Vamos lá, supondo que os candidatos a Presidente da República, considerados favoritos de acordo com as pesquisas recentes, viessem a morrer. Por razões naturais e sem nenhuma ação de terceiros. Qual seria a motivação das pessoas para votar, já que as figuras que até então representavam o seu conjunto de valores para liderar a Nação, não existem mais? E, convenhamos, para morrer basta estar vivo, não é?!

Neste caso o que consigo visualizar, são milhares de órfãos da política de má qualidade, sem motivo algum para votar pois a única ideia que aceitou foi a de que "o meu candidato é honesto e o do outro não", como se isto fosse o único fundamento suficiente para colocar alguém no cargo mais importante do país.

Não quero dizer com isto que a desonestidade não seja uma chaga na nossa sociedade. Isto é inegável. Mas, que transformar um princípio básico para a boa convivência humana, num atributo suficiente para aquele que vai governar, é de fato muito pouco. Merecemos mais que isto!

Se a minha suposição viesse a efeito, gostaria que os órfãos da política de má qualidade encontrassem pais adotivos que lhes oferecessem uma outra visão de mundo e que a essencial Política, com P maiúsculo, passasse a nortear as suas vidas, afinal, se a motivação estiver correta a probabilidade de ter bons resultados, é maior.


Carlos Quartezani