terça-feira, 3 de maio de 2022

Boas escolhas e a motivação

A motivação errada tende a nos oferecer, quase sempre, uma resposta errada. Por mais que nos esforcemos, que apliquemos toda nossa energia e conhecimento em favor de um determinado projeto, se a motivação estiver errada, não chegaremos ao objetivo proposto.

Na política não é diferente. Quanto poderíamos ter avançado se a massa populacional compreendesse que o erro não está na escolha deste ou daquele, mas o que nos motivou a escolher este ou aquele?

Há quase 4 anos, por conta de uma avassaladora e necessária onda de combate a corrupção, capitaneada pelo Ministério Público, a Polícia Federal e a atuação (hoje questionável) do Poder Judiciário do Paraná, na figura do ex Juiz Sérgio Moro, o Brasil votou tendo por motivação um sentimento que é totalmente compreensível, mas que efetivamente não deve ser aplicado a todos os casos.

O ódio não é um bom conselheiro, principalmente sobre em quem votar. O político é parte do sistema que organiza a sociedade e se o ódio for o ingrediente predominante, acho que não conseguiremos chegar aonde queremos.

Mas, como dizem, um raio não cai duas vezes no mesmo lugar e espero que o mesmo não aconteça nas próximas eleições em que se usarmos, outra vez, a motivação errada estaremos repetindo o erro e tendo resultado insatisfatório.

Considero tão fundamental esse tema da motivação que proponho um questionamento, para quem até aqui acompanhou meu raciocínio e me dá o privilégio de ler o que escrevo. 

Diante mão quero deixar bem claro que não estou "profetizando" ou "desejando" a morte de ninguém, mas tão somente fazendo uma suposição.

Vamos lá, supondo que os candidatos a Presidente da República, considerados favoritos de acordo com as pesquisas recentes, viessem a morrer. Por razões naturais e sem nenhuma ação de terceiros. Qual seria a motivação das pessoas para votar, já que as figuras que até então representavam o seu conjunto de valores para liderar a Nação, não existem mais? E, convenhamos, para morrer basta estar vivo, não é?!

Neste caso o que consigo visualizar, são milhares de órfãos da política de má qualidade, sem motivo algum para votar pois a única ideia que aceitou foi a de que "o meu candidato é honesto e o do outro não", como se isto fosse o único fundamento suficiente para colocar alguém no cargo mais importante do país.

Não quero dizer com isto que a desonestidade não seja uma chaga na nossa sociedade. Isto é inegável. Mas, que transformar um princípio básico para a boa convivência humana, num atributo suficiente para aquele que vai governar, é de fato muito pouco. Merecemos mais que isto!

Se a minha suposição viesse a efeito, gostaria que os órfãos da política de má qualidade encontrassem pais adotivos que lhes oferecessem uma outra visão de mundo e que a essencial Política, com P maiúsculo, passasse a nortear as suas vidas, afinal, se a motivação estiver correta a probabilidade de ter bons resultados, é maior.


Carlos Quartezani

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