quarta-feira, 12 de fevereiro de 2025

As narrativas

Estamos dominados pelas narrativas. Aquele que for capaz de ser mais convincente, ainda que não tenha razão, vence. É estranho, mas é a realidade. 

Quem se importa em entender os eventos, principalmente aqueles relacionados à Economia? Poucos. E aqueles que se importam, preocupam-se mais em encontrar a explicação que atenda ao que já tem como o certo em sua mente, não admitindo nada diferente disso. O caos se instalou.

Por conta principalmente do palanque que não se desfaz, termina uma eleição e imediatamente se inicia outra, não conseguimos nos conectar com o que de fato importa. As narrativas não nos permitem fazer isto. O que importa é alimentar as narrativas, nada mais. Está de fato uma loucura.

Ainda que saiba que o café, o tomate, os ovos, ou qualquer outro produto cujo preço esteja acima do normal, está relacionado a fatores que fogem à capacidade de intervenção governamental (é a lei da oferta e da procura) principalmente se este governo, mesmo ideologicamente socialista, flerte em tempo integral com as leis de mercado, as narrativas sempre nos levam ao lugar comum, ou seja, o ódio ao governo e a tudo o que está relacionado a ele. O palanque não se desfaz.

Aquele que porventura tentar explicar que falas tais como "tá caro, não compre", não está prejudicando mas apenas lembrando ao consumidor o poder que tem nas mãos, logo é massacrado pelas narrativas que insistem em focar no que não importa. A ordem é inviabilizar quem governa e ponto final. 

Não escrevo essas palavras e é bom que fique claro, com o objetivo de defender este ou aquele governo. Procuro defender quem eu ache que tem razão, seja governo ou oposição.

Não sou um eleitor que se submete a repetir mantras só porque aquele em quem votei, quer que eu o faça. Quero que me convença de que realmente este ou aquele posicionamento é o melhor para a sociedade. Não me deixo contaminar por narrativas sem antes examiná-las. Me vacinei contra isto!

Espero que a minha proposta sirva para sua reflexão. Me sinto bem em expor o que penso sobre as narrativas disponíveis e lembro ao meu estimado leitor que os profissionais do marketing e propaganda, geralmente não são especialista em governar, portanto, basear-se apenas nas narrativas, é insuficiente para fazer o que é o certo. 

Carlos Quartezani

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