Já escrevi aqui em tempos pretéritos, a respeito da cultura do turismo de massa na minha cidade, Conceição da Barra, e suas desvantagens para a economia local. Muito gasto público e retorno insuficiente.
No entanto, mais recentemente escrevi também aqui o quanto me surpreendeu esse mesmo turismo de massa, dando visibilidade a Conceição da Barra que um dia foi a cidade que tinha o melhor Carnaval de rua do nosso Estado e ficou esquecida, em razão do avanço do mar.
Para exemplificar o que digo, num desses agradáveis dias que fui curtir a Barra (já que atualmente estou emprestado ao município vizinho) ao som de Bel Marques do eterno Chiclete com Banana e Tatau da banda Araketu, presenciei uma multidão atrás do trio-elétrico pelas ruas da Barra demonstrando que quando se é Rei, não se perde a Majestade. Parecia que o tempo havia voltado e multidão não era mais sinônimo de violência. A Barra é sinônimo de Carnaval e com trio-elétrico, sem violência.
Uma cidade turística não se cria do nada. Surge a partir de suas características peculiares e com o tempo, vai se tornando o destino turístico das pessoas que sabem o que as esperam ao chegarem lá. Na minha opinião, mexer nesse vespeiro não compensa.
Assim como já pensei diferente sobre o turismo de massa, hoje percebo que uma cidade para ser turística precisa ser lembrada e para ser lembrada, precisa de atrativos. O recurso público que é direcionado para atrair pessoas para uma cidade turística é denominado investimento e não simplesmente, gasto.
Respeito o ponto de vista de quem pensa diferente e pelas informações que obtive, o Carnaval de Conceição da Barra terá um modelo diferente do tradicional. As informações não são oficiais mas o burburinho é de que haverá uma espécie de "privatização", ou seja, o que era gratuito, será pago.
Escrevo aqui como sempre o fiz não com o intuito de simplesmente criticar o modelo que parece ser o escolhido pela nova administração pública municipal, mas fazer um alerta ao governo que, inclusive, teve o meu voto.
Se o plano já está definido e as pessoas que tem a prerrogativa de decidir acreditam ser o melhor para a cidade, me cabe tão somente torcer para dar certo, embora para mim não pareça a decisão mais acertada.
Ficarei na observação para que a eventual economia feita com o dinheiro que seria investido no tradicional Carnaval da Barra seja suficiente para que o povo não se insurja contra um governo que está apenas no início.
O ditado popular "quem avisa amigo é" vale perfeitamente para o presente texto e por isto o escolhi para o título.
Carlos Quartezani
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