sábado, 15 de fevereiro de 2025

Sem participação, não tem solução

Desde que fui meio que forçado a seguir o caminho da política, já que um desempregado na minha cidade, em 2002, só tinha como fonte de trabalho praticamente a Prefeitura (acho que isso ainda não mudou muito), mergulhei nesse universo que para muitos é apenas fonte de renda, mas para mim, influenciado pelo comportamento sempre republicano do Prefeito de então, iniciei essa minha jornada de muito mais pedreira do que glamour.

Alguns até dizem que é como a cachaça, que depois que começa, não larga mais. A comparação é justa, mas nem sempre a motivação para continuar na política é por vício. Acredito que como eu, existem muitos que acreditam que podem fazer sua parte para colaborar com o bem-estar coletivo, através da sua participação política na comunidade. 

O maior desafio, entretanto, é conseguir convencer as pessoas em geral que a participação política vai muito além de escolher seu candidato e digitar seu número na urna eleitoral. Essa é a parte mais fácil, embora seja fundamental. A não participação, que ocorre hoje, alimenta um monstro chamado autoritarismo levando sempre a um destino ruim. 

Pois bem, a participação a qual me refiro consiste em encontrar tempo para saber como andam os trabalhos daqueles a quem você outorgou poderes para lhe representar e é bom lembrar que a "representação" a qual me refiro, não é aquela que se destina a atender demandas pessoais, mas a que contempla a coletividade, o seu bairro e de preferência que a ação se reverta em benefícios de todos, não somente a sua casa. 

A organização da sociedade civil por meio de Associações em geral, empodera o povo e permite inclusive a legitimação dos Conselhos Municipais que embora não substitua o
Poder Legislativo, torna-se um parceiro importante nessa luta pela representatividade. 

Não se deixe enganar por milagres que não venham de Deus. Eles não virão. Mas se quiser de fato ver seu DNA nos avanços que a sua cidade terá, descruze os braços, páre de reclamar e procure fortalecer o associativismo e assim verá realmente com quantos paus se faz uma canoa.

A vontade do povo é soberana, mas numa democracia a participação é o elemento chave para que essa soberania se sustente.

Carlos Quartezani

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