quinta-feira, 29 de dezembro de 2022

Extremo só o amor

Estamos nos últimos dias em que o Brasil está sendo governado pela extrema direita. Sim, extrema pois acredito que no arco ideológico a direita teria uma conduta diferente, sobretudo nas relações com instituições e pessoas.

Para mim, como cidadão, é muito claro que a capacidade para governar requer equilíbrio, temperança e também energia, mas sem perder a ternura e neste particular, nunca houve um registro na conduta do governante que sai.

Em geral as pessoas idolatram aquilo que é espelho e a bem da verdade - além da idolatria não ser algo recomendável, já que somos todos humanos e falhos - as referências políticas de hoje não a merecem e nem justificam. 

Já houve um tempo em que eram merecedores, ao menos alguns, hoje não mais. O ambiente está contaminado por pensamentos e ações não republicanas e confesso que às vezes perco as esperanças de que um dia isso mude.

Política não é guerra, aliás, ela substituiu a guerra. É quando a política falha, que se estabelece as razões para a guerra. Portanto, que possamos aprender, todos, a colocar o País em primeiro lugar e no lugar de torcer para que dê tudo errado, concentremos nossas energias em fiscalizar os Poderes e suas ações e criticando nos devidos fóruns, sem negligenciar a Carta Magna a qual sabiamente, Ulysses Guimarães, dirigiu as seguintes palavras:

"Divergir sim, discordar sim, descumprir jamais"!

Que seja um governo que pela via Democrática possa criar as soluções que o País precisa e além de combater a fome, possa também combater a desesperança, este sim o grande mal a ser combatido.


Carlos Quartezani

quinta-feira, 15 de dezembro de 2022

As regras do jogo

Quem me acompanha sabe que eu sempre defendi a formação política, tanto do candidato quanto do eleitor. Não há outra maneira de discorrer sobre algo ou agir sobre um tema que não tem o mínimo de domínio.

A democracia pressupõe liberdade de escolha mas não está incluso liberdade de ofender, descumprir regras, difamar pessoas e outros absurdos que se observa nas pessoas que acham que isto é democracia.

Não digo isto direcionado a nenhuma pessoa ou grupo especificamente. Digo para todos que ainda não perceberam a urgente necessidade de entender a democracia para que possa, de fato, exercê-la.

Se o indivíduo não aceita ser governado, neste caso específico por vias democráticas, existe no espectro político o "anarquista". Contudo, a prática da anarquia é intolerável numa Nação democrática e aqueles que a aderem, devem estar preparados para as consequências.

Se você acha a política importante e até fundamental para a sua vida e de sua comunidade, o conselho que eu ofereço é que procure entendê-la para assim, contribuir para que possa mudá-la, nos pontos em que você não concorda.

Quer jogar e ganhar, primeiro conheça as regras, do contrário, você vai perder mesmo que eventualmente venha a jogar bem.

Carlos Quartezani

segunda-feira, 12 de dezembro de 2022

Pensar é existir

A Autodeterminação dos Povos, um dos princípios de nossa Constituição e que a enaltece enquanto o "documento da dignidade", me trouxe algumas reflexões e que acredito serem parte desse processo da relação do indivíduo com o Direito que vai além da letra.

Como não ficar perplexo com a notícia de que um prisioneiro iraniano foi condenado à morte - pasmem! - NA FORCA e em praça pública, por participar de atos contrários ao sistema dominante no país e que resultou na morte de dois seguranças do governo?

Como um país consegue encarar o outro, naturalmente, com base na Autodeterminação dos Povos e ignorar que o caminho da democracia, embora cheio de defeitos, é muito superior ao do autoritarismo que não dá chance de observar o aspecto humanitário? 

Pensar, logo, é existir e quando se tolhe o pensar, é o mesmo que fazer as pessoas deixarem de existir.

Carlos Quartezani

sábado, 26 de novembro de 2022

A filosofia vai salvar o mundo

Quem ainda pode duvidar de que os maiores dilemas que estamos vivendo, nesses tempos, tem a ver com a ética? As explicações estão na ciência que dedicada ao ser humano, procura interpretar e sugerir as soluções. Estou me referindo a tudo que diz respeito ao abstrato, ou seja, à filosofia.

Se uma pandemia não foi suficiente para um despertar acerca do que é voltado para a ética, temos na outra ponta, infelizmente, o ódio, esse sentimento tão disciplinadamente disseminado na nossa sociedade, sob o manto da "justiça" mas que é tão somente "vingança", cujo resultado só tem gerado mais tristeza aos corações humanos.

Os argumentos do ódio são sempre muito fortes. 

"Você diz isso porque não foi com um parente ou amigo seu!" Brada o porta-voz do senso comum, lacrando quando você se atreve a propor apenas uma reflexão sobre as razões que levam o outro ser humano, a ter uma opinião diferente da sua. 

O sucesso popular ao lacrar faz o lacrador se sentir o próprio Rui Barbosa... 

O ódio não tem paciência, não é do seu feitio tal comportamento.

Quando faço referência à filosofia no presente texto, meu intuito é destacar a necessidade preemente que as pessoas tem de reconhecer a importância do abstrato para lidar com os fatos de modo menos traumático possível.

Será que se eu parasse alguns segundos para tentar compreender o ponto de vista de quem pensa diferente de mim, não seria mais produtivo até mesmo ao discordar? 

Ao discordar da opinião de alguém e apresentar as minhas razões, eu estou dizendo a esta pessoa que eu a respeito, embora tenha um outro ponto de vista sobre aquele tema.

O poder de se comunicar foi ampliado rapidamente e não se pode ignorar esse fato, bem como, não se pode ignorar que muitas pessoas não estão preparadas para publicarem o que pensam pois não estão propensas a serem confrontadas, mesmo que educadamente.

O que as pessoas dizem ou escrevem ganham uma dimensão que era inimaginável no século passado. A "fofoca" não passava da esquina. Porém, hoje, reputações estão sendo destruídas, por falta de um exercício simples mas em desuso: Colocar-se no lugar do outro e avaliar se passar uma informação para frente sobre este, vai faze-lo se sentir um ser humano melhor ou não.

Etimologicamente a palavra Filosofia significa "amigo do sabedoria" e esta precisa ser resgatada enquanto a ciência que fundamenta a boa convivência humana.

Espero que tenha filosofado o suficiente para que os amigos e amigas que me lêem, considerem importante a reflexão e busque cada um a seu modo, lutar por um mundo melhor. Estamos precisando!

Carlos Quartezani 26/11/22

segunda-feira, 21 de novembro de 2022

Para fazer parte do jogo, tem que aceitar as regras

O assunto que me chamou a atenção neste início de semana foi a repercussão da notícia a respeito da proibição da venda de cerveja dentro e fora do Estádio, onde se realizarão os jogos da Copa do Mundo 2022, no Catar.

Não se pode negar que cada país é livre para proteger seu território, ter seu próprio idioma, criar suas próprias políticas e a sua cultura, enfim estão no seu pleno direito de fazer valer as suas regras de convivência social.

Porém, o que me chamou a atenção e para mim não ficou claro é "por que não anunciaram a proibição antes das pessoas adquirirem os ingressos, comprarem passagens e viajarem para o Catar?"

Acho que tem muita gente que poderia mudar de ideia e fazer um outro programa onde pudesse passar as férias, relaxando, curtindo o passeio e isto inclui, consumir a bebida que quiser, afinal, pagou, está de férias e não foi a uma ópera, foi a um jogo de futebol. Quem conhece o assunto sabe da relação que há entre o futebol e a cerveja.

Se o importante país árabe, o Catar, conhecia o universo do qual desejou participar - e conseguiu - o futebol mundial, deveria preparar-se para as "regras do jogo" que incluem um protagonista que não está em campo mas sem o qual, não haveria razão para o jogo: O Torcedor!

Não creio que as manifestações até agora serão suficientes para que revertam a decisão de não permitirem a cerveja nos Estádios e nem no seu entorno, no Catar, mas é certo que na próxima Copa a FIFA irá observar também esse detalhe e poderá decidir por uma Nação-Sede, cuja cultura esteja pelo menos disposta a algumas exceções em seus costumes, em homenagem às visitas que chegaram e permitiram que boa parte do mundo passasse a conhecer o país anfitrião.

Carlos Quartezani

domingo, 13 de novembro de 2022

Novo governo, velhos problemas

É preciso não perder de vista que a esquerda não ganhou a eleição sozinha, foi preciso o apoio de forças do equilíbrio no pensamento político, para convencer parcela importante da população no segundo turno das eleições presidenciais. 

Se o novo governo quer pacificação não pode ter iniciativas que visem apenas o atendimento da população que votou, mas em certa medida de quem não votou também, que diga-se de passagem, não é pouca gente.

Quanto ao choro, continua sendo livre e é preciso tolerar esses que não querem aceitar o resultado pois, certamente, é uma minoria. 

A maioria das pessoas, geralmente tem coisa mais importante para fazer do que ficar esperneando nas redes sociais.

Carlos Quartezani

quinta-feira, 10 de novembro de 2022

A força estranha

É sempre motivo de muita tristeza a partida das pessoas, especialmente aquelas por quem temos laços familiares ou de amizade. Por mais que saibamos da finitude da vida, nunca estamos preparados para perder alguém querido. Não importa a idade. A expectativa é sempre de que aquela pessoa estará sempre ali, para que possamos visitá-la para conversar, celebrar ou até mesmo, chorar junto.

Mas e quando esse "alguém" não é da família ou amigo mas cuja obra faz com que sua identidade com ela seja algo muito próximo do amor, que é a admiração? 

Pois é, isto também é real e quando acontece deixa um vazio difícil de preencher, especialmente quando essa "obra" encantou milhões por muitos anos...

Para quem ainda não alcançou onde quero chegar com essas palavras, me refiro aos artistas que nos deixaram: Gal Costa e Rolando Boldrin. Artistas que fizeram parte da geração que me antecedeu mas que encantou também a minha geração. 

Somos privilegiados por ser do país desses artistas e recebermos influência musical e poética sem perder em nada para outros países mundo afora que cultuam seus artistas, em alguns casos, não tão talentosos quanto os nossos.

Eu espero que a partida desses artistas seja também um estímulo para que surjam novos, que ocupem os seus lugares com a mesma sensibilidade e grandeza de alma. 

Que o Brasil e o mundo não perca a capacidade de se emocionar com a poesia, a arte em geral e que de onde veio esses grandes mestres da arte que hoje nos deixa, surjam sucessores que possam emocionar a nova geração e as vindouras, não permitindo que os sentimentos menores tão comuns nesses tempos, sejam capazes de superar a excelência da arte e do artista.

Obrigado por tudo, Gal e Rolando Boldrin!

Carlos Quartezani

sexta-feira, 16 de setembro de 2022

O que importa é seguir em frente

Escolher quem vai se responsabilizar pelo país nos próximos 4 anos, a partir de 01/01/2023, não é o principal desafio do eleitor. Este passo é relativamente fácil, tendo em vista que a estrutura da República está muito bem preparada para esse processo. 

O que realmente é mais difícil e pode trazer muito prejuízo para a Nação, caso não ocorra a aceitação do resultado, é o palanque continuar armado (ficou comum no Brasil de 2014 para cá) e continuarmos confundindo participação democrática nos embates políticos com "cabo de guerra", impedindo assim que a República avance e, no mínimo, dificultando o nosso desenvolvimento que traz consigo trabalho e dignidade para todos.

Ainda faltam 16 dias para o dia das eleições. Eu gostaria que fosse já, amanhã de preferência! Mas como não é possível apressar os dias para essa importante decisão, o que nos cabe é refletir e fazer uma escolha que atenda aos nossos valores e princípios e, se a maioria da população não fizer a mesma escolha que nós, que tenhamos paciência e resiliência pois em política, você nunca perde e nem ganha. Apenas prevalece a vontade da maioria.

No caso de derrota, tão somente o que acontece é que aquilo que você defende, naquelas circunstâncias, não foi o que a maioria entendeu ser o melhor para a coletividade. Portanto, haverá sempre uma próxima oportunidade para você voltar a defender o que acha ser o mais acertado fazer e, novamente, torcer para que o maior número de pessoas possam pensar do mesmo modo.

E a vida segue. Sem ressentimentos e não cultivando nada que nos impeçam de alcançar nossos ideais, nossos projetos e demais objetivos, que é o que mais importa.

São Mateus-ES, 16/09/2022

Carlos Quartezani

segunda-feira, 5 de setembro de 2022

O filho do poeta

Me enchi de orgulho ao tomar conhecimento de que a minha terra revelou um grande talento do atletismo brasileiro. 

O filho do poeta e ex-vereador Adilson Conceição, Ângelo Miguel, brilhou num campeonato nacional que reúne estudantes atletas do país inteiro. O evento aconteceu na Capital do Estado do Sergipe, Aracajú.

O "filho do poeta" voou na modalidade 100 metros rasos, perfazendo o percurso em 11 segundos e 19 centésimos!

A competição, que acontece entre os dias 3 e 5 de setembro, antecede outro grande evento de grande porte que acontecerá no Estado de São Paulo.Trata-se do Campeonato Sul-americano Sub-18, ao qual o nosso atleta Barrense já está convocado.

Um grande exemplo de comprometimento, garra e muita objetividade, é o que se pode extrair desse rapaz de Itaúnas (Conceição da Barra-ES) que no lugar de olhar circunstâncias, preferiu olhar para as possibilidades e encontrou um brilhante futuro no esporte.

Meus parabéns ao Ângelo Miguel e seus pais, que certamente têm uma importante participação na sua conquista!

São Mateus-ES, 05/09/2022

Carlos Quartezani

quarta-feira, 13 de julho de 2022

A exceção não pode ser a regra

Sobre o médico anestesista flagrado praticando estupro de vulnerável, aproveitando-se do estado de torpor de pacientes grávidas submetidas à anestesia, não tem perdão. Embora tenha direito à defesa, como estabelece o estado democrático de direito, as imagens falam por si.

O fato, ou os fatos, já que consta que o facínora praticou o crime reiteradas vezes, ocorreram em São João de Meriti, no Estado do Rio de Janeiro e é assunto na mídia nacional. Não é para menos, o infeliz é praticante de uma covardia inominável.

No entanto, e aqui justifico a minha abordagem no presente texto, esse babaca não representa a classe médica e nem muito menos a classe masculina. Homem que se preza, trata a mulher com respeito, carinho e dignidade e o ritual da conquista passa por virtudes que um canalha como esse nunca terá. 

Advogo aqui em favor do enorme número de homens, como este que vos escreve, que é preciso ser mais cautelosos quando se pratica o ativismo, seja qual for o foco.

Nós, os verdadeiros homens, não merecemos ser comparados ou, ainda que sutilmente, inseridos no hall de canalhas como este, para potencializar o movimento feminista que ao meu ver, tem toda legitimidade, porém, muitas falhas e não está relacionado integralmente à luta por correção de condutas indevidas do gênero oposto, mas ao oportunismo eleitoral. Posso ser condenado por esse ponto de vista, mas não serei por ser morno, como é próprio de muitos.

Que a HISTÓRIA, a disciplina História na grade curricular escolar, seja considerada essencial e tenha seu devido valor reconhecido, para que as pessoas passem a entender o que é o processo civilizatório e entenda, de uma vez por todas, que cada época guarda suas virtudes e não virtudes e que estas, felizmente ou infelizmente, fazem parte da nossa evolução, seja como ser humano ou membro da sociedade que fazemos parte.

Se puxar uma cadeira, abrir uma porta ou oferecer flores para uma mulher se tornou antiquado, não nos culpem por haver canalhas que não são antiquados, mas são lobos que se vestem de cordeiros para vitimar indefesos.


São Mateus-ES, 13/07/2022

Carlos Quartezani

Jornalista e Microempreendedor

terça-feira, 5 de julho de 2022

Digam NÃO ao Bipartidarismo

O que vem acontecendo no Brasil, em termos de escolha presidencial, sobretudo após a avalanche das redes sociais - que se popularizou de maneira vertiginosa - é que o país voltou no tempo. Ao meu ver, regrediu no aspecto das escolhas políticas. 

Involuntariamente, ou não, o país adotou o famigerado "Bipartidarismo", um sistema que foi adotado durante o Regime Militar (1964-1985) que consistia em ter apenas dois partidos. O do governo, a ARENA e um da oposição "tolerada", o MDB. Uma forma cínica de dizer que havia democracia no país.

Para quem não sabe e este que vos escreve tem o prazer de informar, o despautério era tão grande que por conta desse cinismo, o grande e inesquecível Ulysses Guimarães, líder do MDB, lançou em 1974 a "anti-candidatura" à Presidência da República, uma forma de protesto contra esse descalabro que era a falsa democracia no país neste período nefasto de nossa história política.

Contudo, hoje, estamos de volta ao Bipartidarismo e sem a necessidade de nenhum Ato Institucional que o legitime, como no passado.

Simplesmente, numa mistura de desleixo do cidadão em relação à Política, inflada pelo interesse dos que não vêem vantagem numa população politizada de fato, criou-se esse ambiente no qual, as escolhas políticas, passou a ter os mesmos ingredientes de um Flamengo x Vasco ou Corinthians x Palmeiras, se preferirem. 

Minha bronca, e quem me acompanha a mais tempo já sabe, é que essa receita para se perpetuar no poder, ou seja, a estratégia para continuar no poder mantendo as pessoas na escuridão - chegando ao ponto de incentivarem a absurda "escola sem partido" (como se a escola fosse um centro de treinamento de imbecis e não um ambiente do livre pensar) - é que o tal Bipartidarismo se estabeleceu por força e obra do próprio povo, que não consegue enxergar as alternativas que não estejam no lado A e a outra no lado B, lembrando uma outra relíquia do passado que era o Long Play, o famoso "élipê".

Para quem acha que o Bipartidarismo proposto no Brasil na prática e não no papel, seria uma reprodução do que acontece nos Estados Unidos da América está redondamente enganado. Para fazer tal comparação, por exemplo, seria necessário mudar nosso sistema político que equivocadamente privilegia a pessoa e não o partido. Os estadunidenses votam no partido e no Brasil vota-se na pessoa. A diferença na prática disso eu explico num outro texto.

O fato é que mesmo existindo essa nefasta polaridade nas intenções de voto no Brasil, conforme apontam as pesquisas, existe alguns partidos, dentre os quais o que sou filiado há 20 anos, o MDB, que está tentando romper o Bipartidarismo com a proposta de uma candidatura construída por partidos do chamado centro democrático. O trabalho é árduo, há muita resistência, inclusive, intra-partidária, mas até o momento, está em andamento. 

Se você que acredita que é possível ser diferente do que foi no passado, com dois partidos existentes fingindo que as nossas escolhas se resumem a um mero "par ou ímpar", pense bem e decida embarcar comigo nesse projeto. Se não formos para o segundo turno, pelo menos mostraremos que nem todos estão robotizados e que ainda há espaço para quem quer um país comprometido com o futuro e não com as necessidades particulares dos supostos mitos da esquerda e da direita.

São Mateus-ES, 05/07/2022

Carlos Quartezani

Jornalista e Microempreendedor

segunda-feira, 4 de julho de 2022

Era só o que faltava

Para usar uma expressão bem batida mas que a situação exige, usei este título para o texto em que passo a desenvolver aqui e os meus 19 leitores possam tomar conhecimento.

Ocorreu que os Vereadores de Vitória, a nossa Capital, aprovaram uma Lei na qual fica proibido homenagear com nome de rua, qualquer indivíduo que tenha seu nome envolvido em crimes, tais como corrupção, pedofilia, entre outros. O PL, de autoria de um parlamentar de nome Armando Fontoura, evidentemente foi aprovado por unanimidade.

Agora fica a indagação: Quem em sã consciência poderia ser contra um projeto de lei desse? Será que alguém poderia debater defendendo que pessoas condenadas, em última instância, ainda teriam direito a receber tal honraria? Só um débil mental o faria, com certeza.

Pois bem, mas o que leva esses representantes do povo a propor, através de projetos de lei, coisas como esta? Será que de fato é esse tipo de ideia que pode fazer avançar o Legislativo brasileiro (e neste caso capixaba) e ganhar credibilidade junto à sociedade? Acho que não, muito embora tem sempre alguém que por ter escolhido gostar da pessoa e não do que efetivamente ela poderá contribuir com a cidade no Parlamento, aprove uma ideia esdrúxula dessa.

Reiteradamente tenho dito que as pessoas precisam entender a importância da política para que possam, pelo menos, parar de culpá-la pelas más escolhas que fazemos. É como se desse um banho no bebê e no lugar de jogar a água suja fora, jogasse o bebê. Absurdo não é mesmo? Pois é, mas é exatamente assim que tratamos a política.

O Poder Legislativo, em especial aqueles sediados nas cidades e em muitos casos, nos Estados, são compostos por bons cidadãos, mas que não se preparam como deveriam para a atividade. O foco é sempre a superexposição, de preferência com bandeiras que agradam, mas sem efetivamente mostrar em que sentido trabalhará para que se torne realidade. 

É o engodo outra vez, aquela isca que se joga na água para atrair o cardume mas cujo objetivo é tão somente fisgar o peixe. Não passa disso.

O exemplo que citei vale para muitas cidades brasileiras. Por acaso foi na nossa Capital que essa "grande ideia" veio a se tornar Lei, bastando ao Poder Executivo sancionar, ou não.

De qualquer modo o que pretendo mais uma vez com essas minhas mal traçadas linhas é advertir o cidadão para que tente fazer do seu voto, algo mais construtivo, que resulte em representações mais preparadas para essa importante função e não se deixem levar por "vendedores de terreno no céu". 

Desconfie. Quando o discurso em campanha for muito absurdo, arrume uma desculpa e não dê quórum para os tais. A menos que esteja com tempo e decidiu dar umas risadas com esses que acham que todo mundo tem inteligência limitada, como a dele próprio.

Francamente, era só o que faltava!

São Mateus-ES, 04/07/2022

Carlos Quartezani

Jornalista e Microempreendedor

sexta-feira, 1 de julho de 2022

A verdade liberta

Estou acompanhando o trabalho de um historiador, através de algumas aulas oferecidas gratuitamente no Youtube, com foco no Jesus histórico. 

Não se trata de um trabalho sob o ponto de vista teológico. Este, inclusive, já é bastante explorado, mas na perspectiva histórica, baseada em documentos e que destrincham o Jesus judeu, sem adentrar no aspecto teológico.

A partir desse conhecimento é possível, inclusive - para quem é cristão - tornar sua fé ainda mais racional, reduzindo a enorme carga de argumentos que mais parecem uma forma de domínio sobre as pessoas, do que efetivamente amor a elas. 

Não quero com essas palavras invalidar o legítimo trabalho de quem escolheu ajudar as pessoas através do estímulo a fé, seja no cristianismo ou em qualquer outra religião. O coração tem razões que a própria razão desconhece, portanto, cada qual será julgado conforme as suas obras.

Após este preâmbulo que parece remeter à história e à religião, e que em ambos tenho algum respaldo para discorrer, eis que os surpreendo: Quero falar do conhecimento na seara política!

Ontem, dia 30 de junho de 2022, o Senado da nossa República aprovou em dois turnos, de forma incrivelmente célere, uma PEC (Proposta de Emenda à Constituição) que em resumo, prevê gastos de 41 bilhões de reais para subsidiar benefícios sociais diversos, sem que isto incorra em "improbidade administrativa" já que no bojo da Proposta consta a decretação do Estado de Emergência no país. O argumento são os efeitos da guerra na Ucrânia na economia do país.

Eu não vou entrar no detalhe, até porque não sou um profundo conhecedor de Economia e, caso fosse, precisaria desenvolver um texto bem mais longo que este. 

Pois bem, tanto a religião quanto a política - temas que reiteradas vezes escuta-se que "não se discute" tal qual o futebol - fazem parte de nossas vidas e estão visceralmente ligadas a nossa convivência em sociedade e quanto menos conhecemos sobre ambos, mais propensos estamos a sermos enganados ou, no mínimo, limitados a saber tão somente o básico.

A mágica que os Senadores fizeram ao aprovar a proposta do governo central terá consequências, não imediatas, mas no médio prazo. Se estou insatisfeito com a bondade do governo? Claro que não, vai ajudar as pessoas agora, mas não vivemos apenas do almoço, precisamos de outras refeições no dia e este engodo praticado, poderá ter consequências drásticas.

Não tenho como impedir esse descalabro. Sou apenas um cidadão que escreve. Mas conheço bem o processo de dominação. Por medo de não ganhar a eleição, até a oposição votou a favor. É a destruição do país a conta-gotas, pavimentado pela falta do conhecimento e o total desinteresse dos que deveriam potencializar as pessoas, através de políticas públicas voltadas ao conhecimento.

Quanto à fé, estou firme nela principalmente por saber que é racional, me permitindo ajudar a quem acha que eu posso ajudar, sem engodos.

Enfim, assim caminha a humanidade.


São Mateus-ES, 01/07/2022

Carlos Quartezani

Jornalista e Microempreendedor

terça-feira, 28 de junho de 2022

Moqueca é na Barra

Após 2 anos, Conceição da Barra-ES volta a festejar o Dia do Padroeiro dos Pescadores, São Pedro e a realização da confecção da Maior Moqueca do Mundo, na panela de barro gigante, construída pelas paneleiras de Goiabeiras da nossa Capital, Vitória!

Você e a sua família são os nossos convidados para essa grande festa onde o sabor inconfundível de nossa gastronomia, se associa ao charme da cidade que nasceu de um beijo!

A partir do dia 29 de Junho!!!

#VemPraBarra

Carlos Quartezani

Jornalista e Microempreendedor

sexta-feira, 17 de junho de 2022

Todo jogo tem regras

Se fôssemos realmente um povo civilizado, nunca chegaríamos ao ponto que chegou o ator Fábio Porchat, que classificou Jair Bolsonaro como "verme, rato, vagabundo e abjeto". Foram essas as palavras, segundo matéria do jornal Folha de São Paulo. 

Essa classe, a artística, embora eu reconheça estar sendo moída pelo atual ocupante do Palácio do Planalto, deveria ser uma das que compreende melhor o que é a liberdade de se expressar e o que é, efetivamente, desrespeitar as pessoas. 

Não se pode esperar uma Nação pacificada, se as pessoas, principalmente as mais conhecidas do grande público, se comportarem de maneira belicosa e vulgar.

Minha observação, inclusive, não vale apenas para o artista citado ou outra figura pública, mas também para o próprio Presidente da República que recentemente declarou "não levar jeito para ser Presidente", uma frase que nunca esperei escutar de alguém que lidera, principalmente uma grande Nação como a nossa.

Hoje quem está governando o Brasil é um senhor que deveria ter, no mínimo, se preocupado em se preparar caso houvesse um acidente de percurso e o povo o escolhesse.

O acidente aconteceu. Ele foi eleito e o que temos é alguém que não leva jeito para o cargo e cuja conduta provoca o que as pessoas têm de mais primitivo em sua essência, a ponto de usar palavras que não deveriam ser dirigidas a um Presidente da República. Não, mesmo.

E como um abismo chama outro, para piorar para o país e para a figura presidencial, o Presidente ganhou o desrespeito destes que a exemplo do ator Fábio Porchat, não tem noção do que significa o cargo, não respeitam o cargo. Na medida em que execram o seu ocupante, o faz também ao cargo e quem perde é o país, como um todo.

Eu não sei bem se o que faço aqui nas redes sociais - ao escrever o que penso e compartilhar - tem o poder de mudar as coisas como elas são. Seria pretensioso achar que sim. Mas existe uma outra razão, que acredito ser a que realmente me impulsiona a fazê-lo e é a que se eu não escrever nada e fingir que o problema não é meu, também terá o mesmo resultado. Ou seja, tudo continuará exatamente como sempre foi.

A diferença, destaco, é que no primeiro caso, eu posso ser surpreendido e descobrir que a partir de uma reflexão que propus, encontrei outros que pensam semelhantemente e assim, quem sabe, possamos nos juntar para combater o mal sem necessariamente ser mau.

São Mateus-ES, 17/06/2022

Carlos Quartezani

Jornalista e Microempreendedor

quinta-feira, 16 de junho de 2022

O que sobrará do Nós contra Eles?

É de assustar os mais temíveis vilões do cinema a inacreditável capacidade que algumas pessoas tiveram de lançar (desculpe a palavra vulgar) bosta em outras pessoas, num evento organizado pelo Partidos dos Trabalhadores em Minas Gerais, no dia de ontem. Pasmem, usaram um drone para este fim.

Aonde iremos chegar com tamanha insanidade? O que são as pessoas que foram ao evento senão seres humanos com liberdade para se expressar politicamente, quer eu concorde ou não com eles?

A tecnologia, neste caso, serviu para revelar a face de uma sociedade doente e que acima de tudo, não tem noção de limites. Agem como zumbis comandados por uma força diabólica que os fazem ignorar que as outras pessoas são apenas pessoas, que pensam diferente da gente. No mais, tem as mesmas necessidades, sonhos e projetos que nós.

É o absurdo dos absurdos o que fizeram em Minas Gerais e só para não deixar nenhuma dúvida sobre a minha total isenção política neste caso, pois não faço aqui e nem em qualquer outro lugar, julgamentos sobre o pensamento político de quem quer que seja, mas falo de HUMANIDADE e de respeito, princípios inegociáveis nas relações humanas.

Não é de admirar a saída de boas pessoas da vida política, em face dessa arena onde implacáveis gladiadores se esforçam ao máximo para espalhar sangue, para o deleite de uma plateia que não sabe e nem quer saber porque estão lutando.

Sinceramente, fica difícil, para não dizer impossível, encontrar palavras para incentivar pessoas a desejarem participar ativamente da política no nosso país. Embora eu saiba que sem a política o que temos é a barbárie, tenho a nítida impressão que esta já se instalou e como uma avalanche, não tem mais como detê-la.

Espero que eu esteja apenas afetado emocionalmente com os fatos e que eu possa voltar aqui em outro momento e dizer que sim, que acredito que ainda podemos impedir o pior.

São Mateus-ES, 16/06/2022

Carlos Quartezani

Jornalista e Microempreendedor

terça-feira, 7 de junho de 2022

O Patriotismo no divã

O tema que vou abordar nessas próximas linhas não está relacionado ao meu costumeiro hábito de escrever sobre o meu lugar, o meu torrão Conceição da Barra, mas ao país inteiro que, ao meu ver, em algumas regiões mais que outras, se perdeu quanto a importância de construir sua própria história, no lugar que escolheram viver e estão permitindo que outros interesses os conduzam.

Desde que o mundo é mundo, mesmo nos tempos mais remotos, a necessidade de sobrevivência obrigou o homem a viver em comunidade, estabelecendo regras e procurando sempre aprimorá-las, na medida em que as circunstâncias exijam.

O homem primitivo também percebeu que, se foi presenteado por Deus com a "racionalidade", característica inerente apenas ao homo sapiens, usá-la em benefício da coletividade é uma ação imprescindível. Do contrário, a razão não seria, assim, um benefício tão essencial.

Pois bem, dito isto, provoco aqui o meu leitor que pacientemente chegou até aqui, depois desse preâmbulo com cara de aula de ciências, a refletir sobre o "porquê" estamos tão afastados de nossa real função na sociedade, que é participar ativamente e com qualidade da vida política, apontando, na nossa opinião, os problemas e as soluções que acredita ser as mais acertadas.

Se você acredita que só usar a rede social e postar "fora este, fora aquele", se referindo ao governante do momento, lamento informar que não é suficiente. Se não estamos satisfeitos, é legítimo reclamar mas se lançarmos mão de uma poderosa arma (que não é de fogo), chamada conhecimento e buscar dentro do sistema organizacional do país a melhor forma de ser mais eficaz na "reclamação", teremos dado um passo importante e deixado de ser um mero comentarista do mundo virtual.

Conheço pessoas, por exemplo, que se dizem verdadeiros patriotas mas nunca tiveram tempo para participar de uma reunião, cujo objetivo era discutir sobre um determinado problema do bairro que vive, ou, pior, as reuniões da escola onde o filho estuda, nunca pode contar com a sua importante presença. Esse "patriota" está preocupado com o seu país? Acho que não.

Cidadania é participar de tudo que está à sua volta e que está relacionado ao lugar que você vive. Não podemos aceitar, como normal, por exemplo, a prática de todo tipo de violência como se o fato de ser uma "realidade nacional" não requisesse o nosso enfrentamento e, ao contrário, fazemos cara de paisagem, até que um dia (oro para que não aconteça com você) sejamos nós, a próxima vítima.

Não espere que as "autoridades" ajam no automático, sem a necessidade de que você se manifeste. Não funciona assim. Se a comunidade, diretamente envolvida no problema não se manifesta - nos devidos espaços criados para este fim - esqueça qualquer providência. Ela não virá e se vier, será tão lenta que você já estará absorvido por outro problema pois aquele já foi para a vala do esquecimento.

Agradeço quem me acompanhou até com a leitura do presente texto e espero que tenha sido claro o suficiente para que assumamos, enquanto sociedade, o papel ao qual ninguém pode nos substituir. 

Suas escolhas têm relação direta com a qualidade da vida no lugar que você escolheu e a responsabilidade é toda sua, se as coisas vão bem ou mal.

São Mateus-ES, 07/06/2022

Carlos Quartezani

Jornalista e Microempreendedor

sábado, 4 de junho de 2022

Conceição da Barra no Tom

A minha cidade, historicamente, não tem uma população habituada a saídas noturnas, exceto nos períodos em que os turistas "invadem" a cidade e as programações diversas estimulam ao passeio que para muitos, acabam naquela passadinha num boteco ou restaurante para aquele entretenimento musical e gastronômico.

Já temos há algum tempo alguns bons estalecimentos que oferecem esse tipo de opção. Alguns, inclusive, são visitados no período da baixa temporada por clientes que moram nas cidades vizinhas e gostam de vir à cidade que nasceu de um beijo, saborear uma moqueca capixaba entre outros pratos da cozinha barrense.

Para minha surpresa e ao mesmo tempo satisfação, verifiquei pessoalmente que este estranho, mas compreensivo hábito do barrense em não sair de casa, pode verdadeiramente estar com os dias contados. 

Na estreita Rua José Sete, bem pertinho das agências bancárias locais, observei que o ponto de encontro dos meus conterrâneos, especialmente no meio da semana, é o aconchegante boteco com o sugestivo nome "No Tom".

Sim, na Barra dificilmente a gente chama os estabelecimentos tais como os bares, pelo nome que está na placa. Invariavelmente, ao anunciar que vamos àquele estabelecimento, simplificamos e dizemos que vamos "ao proprietário" e não no estabelecimento.

O Tom, proprietário do boteco, com bastante perspicácia percebeu isto e agora, para muitos barrenses, ir No Tom virou quase um programa obrigatório. Comer, beber, escutar boa música e conversar, é No Tom, sem dúvida nenhuma.

Para quem ainda não conhece recomendo conhecer. O esforço e a determinação em empreender na sua terra natal, faz do empresário barrense Tom, merecer essa credibilidade verificada no número de pessoas que frequentam seu boteco na Barra.

São Mateus-ES, 04/06/2022

Carlos Quartezani

Jornalista e Microempreendedor

sexta-feira, 3 de junho de 2022

Vitrine Musical em Conceição da Barra-ES

Sob a batuta do Maestro (e primo) Valmar Costa Graça, o meu município de nascença, Conceição da Barra, norte do Espírito Santo, está avançando a cada dia com o projeto Vitrine Musical Barrense.

Segundo o Maestro, trata-se de um trabalho desenvolvido em parceria com a Secretaria Municipal de Educação, que consiste em percorrer todas as escolas, sobretudo no interior, capacitando a garotada para o exercício da música, essa arte que desperta no ser humano a sensibilidade e o prazer que é tocar um instrumento.

Valorizo muito o trabalho de quem vê na arte uma alternativa importante para integrar o ser humano à sociedade e transformar conceitos equivocados de riqueza e fama, por convivência pacífica, disciplina e cidadania.

São Mateus-ES, 03/06/2022

Carlos Quartezani

Jornalista e Microempreendedor

quinta-feira, 2 de junho de 2022

A mulher de Ulysses

Ela nasceu Ida Maiani de Almeida, mas "Dona Mora" é o apelido que "virou nome" e ela própria assim declarou nas palavras do jornalista Jorge Bastos Moreno (in memorian) que a entrevistou para o livro A história de Mora, Editora Rocco 2013.

Em tempos em que a política perdeu seu verdadeiro sentido, tornando-se para uns meio de ganhar o sustento e para outros, um "palavrão", como se a Política não fosse exatamente o motivo pelo qual as pessoas podem dizer o que pensam, faço aqui uma singela homenagem a essa mulher que foi simplesmente a esposa do mais importante político que o Brasil já teve e não sucumbiu um dia sequer, mantendo uma autoridade que só se verifica em pessoas de fato, iluminadas.

Dona Mora, para este singelo "fazedor de textos" que fica profundamente envaidecido quando alguém os lê, é a personificação da mulher que desempenhou seu papel com tamanha grandeza, lembrando em certa medida a conduta de outra mulher, também muito especial, a Rainha da Inglaterra, Elisabeth II.

Não confundo as lutas e conquistas de quem quer seja, minimizando sua importância, especialmente quando é impossível negar sua legitimidade. A mulher, como exemplo, vem deixando muito claro a que viera, seja na política, na economia, no meio empresarial e até em outros segmentos que certamente, não poderíamos imaginar há alguns anos atrás.

No entanto, o que considero mais importante e que pode estar passando despercebido é que a grandeza de espírito não está apenas associada a conquistas que as coloquem em pé de igualdade com o gênero oposto. Cada um tem um papel e descobrir qual é o seu e cumprir, equivale a fazer funcionar uma engrenagem cujo resultado final é a garantia de um objetivo atingido.

Não tenho receio de que essas minhas palavras sejam interpretadas erroneamente e seja aqui considerado um "machista" com saudades do tempo que não volta mais. Não, não se trata disso. Muito pelo contrário. Estou afirmando e me utilizo da história de Dona Mora, a mulher de Ulysses Guimarães, para afirmar e reafirmar que ao lado de um grande homem é fundamental a presença de uma grande mulher, pois um não existiria sem o outro.

Preparado para os embates que provavelmente hão de vir, depois dessas palavras - e é este o fardo de quem diz ou escreve o que quer - prefiro ouvir/ler o que pode ser para mim, a princípio, desagradável, mas que poderá acrescentar na minha escala de valores humanos, do que me submeter aos algoritmos e viver uma vida como quem degusta um prato sem tempero.

São Mateus-ES, 02/06/2022

Carlos Quartezani

Jornalista e Microempreendedor

segunda-feira, 30 de maio de 2022

O trânsito e a necessária revisão de conceitos em Conceição da Barra

Quanto menor é a cidade, menor é a preocupação com o trânsito de pessoas e veículos, tanto por parte dos cidadãos quanto das autoridades que, obviamente (me refiro à Polícia Militar) não teria a função de disciplinar essa conduta, caso houvesse outra autoridade, específica, para fazê-lo.

O que se tem percebido na cidade que sou nascido mas no momento não resido é o registro de diversos acidentes (pasmem, de trânsito) envolvendo veículos automotores numa cidade cujo transporte mais comum, até pouco tempo atrás, era a bicicleta. 

Alguns mais graves que outros mas sempre envolvendo pessoas que adquiriram o seu veículo há pouco tempo. Sem querer com isto explorar a habilidade ou não do motorista. Efetivamente, acidentes acontecem mas a repentina quantidade de veículos circulando, é o ponto que requer atenção.

O que quero tratar no presente texto não é especificamente o motivo pelo qual mais pessoas puderam adquirir um veículo, mas alertar as autoridades municipais a dar um tratamento adequado ao trânsito na cidade, tendo em vista a nova realidade financeira de boa parte da população, contemplada com as indenizações oriundas do acidente ambiental, ocorrido numa das barragens da Vale/Samarco em Minas Gerais.

O acidente, ocorrido em 2015 e que atingiu economicamente o município, gerou essas compensações financeiras a pescadores e outros atingidos, mudando nitidamente a realidade financeira do lugar. Pelo menos, por ora.

A sede do município de Conceição da Barra-ES, que tem 130 anos de emancipação política, não foi planejada para a presença de muitos veículos automotores. 

Suas ruas estreitas e poucos espaços para estacionamento, já dificultam bastante o trânsito quando os turistas chegam nos feriados prolongados e nas férias de verão. Hoje, esse movimento que se pode chamar de caótico - sem exagero algum - já acontece no dia a dia, gerando esse fenômeno que podemos até chamar de estranho, se considerarmos que o balneário não tem mais que 15 mil habitantes.

As mudanças ocorridas requerem um debruçar das autoridades municipais sobre como melhorar a estrutura viária da cidade, podendo, inclusive (se for o caso) a implantação de um sistema de sinalização de trânsito e assim, não apenas oferecer mais segurança aos visitantes mas os barrenses, cuja preocupação com os acidentes, já está evidente nas conversas informais na cidade.

Só para não ficar restrito aos novos proprietários de veículos a minha observação sobre a necessidade de uma maior atenção no trânsito em Conceição da Barra, vivi uma experiência recente nada agradável envolvendo uma ciclista numa rua convencional da cidade, onde fica a minha casa.

Num cruzamento comum no qual qualquer pessoa sabe de quem a preferência, fui surpreendido por uma condutora de uma bicicleta que despreocupadamente atravessou na frente do meu veículo, completamente absorvida por algo que assistia no seu aparelho celular, outro equipamento que passou também a ser muito mais comum a sua posse, após a maior circulação de mais dinheiro nas mãos dos barrenses. 

Felizmente, consegui frear em tempo e evitar o pior. A ciclista, por sua vez, continuou absorvida pelo que acontecia no mundo virtual e nem se deu conta do perigo que passou.

Como eu disse no início, a preocupação que entendo ser legítima é de que um olhar mais atento das autoridades quanto aos efeitos da maior quantidade de veículos nas ruas, pode resultar em menos dor de cabeça para todos, numa cidade cujo principal atrativo para a presença de turistas é o sossego e a certeza de que acidentes automobilísticos não nos pertencem ou não nos pertencerão mais.


São Mateus-ES, 30/05/2022


Carlos Quartezani

Jornalista e Microempreendedor

domingo, 29 de maio de 2022

O encantamento do marketing

Quando adquirimos um determinado produto ou um serviço que de fato é útil ou, simplesmente atende a um nosso desejo, estimulado por uma propaganda envolvente, bem produzida e de bom gosto, compreendo na plenitude a importância das técnicas de marketing.

Não tem como negar que mesmo não necessitando tanto assim desse produto ou serviço, somos impulsionados a adquirí-los. Um magnetismo que a boa propaganda produz.

No entanto, será que esse tipo de instrumento é realmente produtivo para qualquer área da vida? As técnicas de marketing podem ser saudáveis para qualquer tipo de produto ou serviço que você precisa ou deseja muito obter?

Acho que não e explico. A publicidade tem um fim específico de destacar o valor que tem aquela marca, suas qualidades e inclusive, sua utilidade. Contudo, sempre com o viés de vender e não de orientar sobre sua real motivação para o esforço em obter o produto especificamente.

Não, não estou aqui tentando lhe convencer a não valorizar os trabalhadores da propaganda, mas oferecer uma outra perspectiva sobre tais técnicas quando o assunto é escolher seu representante político. Não é raro o arrependimento depois de ter escolhido alguém, como seu representante político, cuja maior fonte de informação foi produzida pelos "magos do marketing".

Considero a política um exercício essencial à vida humana e que, sobretudo, não se restringe ao período que antecede ao dia da votação. Portanto, se você não a observa no cotidiano, observando os pontos de vista de cada um possível postulante a um determinado cargo público, nas questões essenciais à vida em sociedade, corremos o sério risco de escolher para uma importante função alguém que apenas simpatizamos, em face de um excelente trabalho de marketing feito em favor deste.

E já que o assunto é o marketing, atividade que tenho muita admiração mas nem por isto deixo de ter minhas restrições, no tocante à política, me surpreendi recentemente com um comercial na internet, no qual a estrela é o ator Carlos Moreno, uma lenda da propaganda para mim. 

Apesar de tanto tempo sem vê-lo em ação, o rapaz engraçado e sério ao mesmo tempo que aparecia na TV vendendo o produto Bombril, continua incrivelmente habilidoso, mesmo sendo um outro produto totalmente diferente daquele que o projetou na mídia naqueles tempos.

Detalhe: o produto que ele vende, eu já adquiri, mas fui convencido pelo conjunto de vantagens que o mesmo me proporciona e não por qualidades, muitas inventadas pelos marketeiros, quando querem vender uma candidatura.


São Mateus-ES, 29/05/2022


Carlos Quartezani

Jornalista e Microempreendedor

quinta-feira, 26 de maio de 2022

Governo do varejo

É assim que defino o governo do Estado do Espírito Santo, cujo ocupante da cadeira, que não conseguiu se reeleger em sua última hospedagem no Palácio Anchieta e que só voltou, em 2018, em virtude da falta de lideranças capazes de fazer-lhe o contraponto adequado e impedir sua nova aventura como chefe do Poder Executivo capixaba.

Em resumo, o Sr Renato Casagrande é um governador que trabalha no varejo, tapando buracos, facilitando CNH's, assinando ordens de serviço para postar nas redes sociais e por aí vai. Não tem definição melhor em face de tudo o que vi até aqui, sobretudo num período em que a pandemia por Coronavirus, obrigou a todos os governantes a se comportarem de maneira previsível, à exceção do Exmo. Sr Presidente da República que decidiu vencer o vírus com o peito de aço que adquiriu, quando brevemente ocupou um posto no Exército brasileiro.

Infelizmente, esse tipo de trabalho, de visão curtíssima, agrada o povo, cujo interesse pela política se resume a demandas pessoais ou a doutrinas de caráter duvidoso (que mais confundem do que explicam), para compreender o que é de fato governar. 

Ainda aguardo um nome, em nível nacional e estadual, que possa nos colocar de volta a um patamar que realmente nos sintonize com o futuro. Hoje, minha aposta é a Senadora Simone Tebet em nível nacional e Guerino Zanon, no estadual, mas até mesmo as candidaturas de ambos, estão sujeita às intempéries do jogo político, que só começará de fato, quando os partidos realizarem suas Convenções, em Julho próximo e assim, realmente, sabermos quem é candidato ou não.

No mais é torcer para que o pior não aconteça, que é a polarização em nível nacional e que esta se estenda, também, para o solo capixaba.

São Mateus-ES, 26/05/2022

Carlos Quartezani

Jornalista e Microempreendedor

quarta-feira, 25 de maio de 2022

Conhecimento, informação e foco

Não importa o tipo de atividade que você desenvolve. Se não se debruçar sobre como funciona, absorvendo todo conhecimento possível, será apenas alguém cujo predicado é "esforçado", uma espécie de sinônimo de fracassado, só que dito de maneira sutil.

Outro fundamento não menos importante e que faz enorme diferença na vida dos vencedores é a informação. Não me refiro a informação qualquer, algo que seja dispensável para o seu nicho de atividade ou até mesmo sua vida no cotidiano, mas aquela que agrega ao conhecimento que você já adquiriu e que o atualiza, permitindo estar conectado com as novas tendências e pronto para oferecer um produto ou serviço que seja considerado indispensável para as pessoas.

Foco, o terceiro ingrediente que faz com que a probabilidade de sucesso seja mais real na sua trajetória. O poeta já disse há muito tempo que "para quem não sabe aonde quer chegar, qualquer lugar serve", por isto se faz necessário estabelecer claramente o seu objetivo e não permitir que as intempéries o tirem da rota.

Sei que nada disso é fácil, como se fosse uma receita de bolo que é só seguir e ao final, teremos um delicioso doce para saborear, mas caso consigamos praticar esses três fundamentos, certamente teremos aprendido a valorizar os processos que fazem parte da vida de qualquer pessoa que queira, de fato, sair de onde está e alcançar seus maiores desejos, profissionais ou de qualquer outra área da vida.

Pratique esses fundamentos e saberá que quando o que fazemos tem método e faz sentido, qualquer atividade torna-se um grande prazer em nossas vidas.


São Mateus-ES, 25/05/2022


Carlos Quartezani

Jornalista e Microempreendedor

terça-feira, 24 de maio de 2022

Atitude que vale muitos aplausos

No futebol, essa paixão avassaladora que levam muitos a extremos, também é capaz de inspirar gestos que valem muito a pena passar para frente. 

Neste caso específico, refiro-me a atitude de um atleta do Fortaleza Futebol Clube, o atacante Moisés, que ao ter a possibilidade de desencadear uma jogada que poderia levar sua equipe a fazer o gol, ao perceber que o zagueiro, o jogador do Fluminense Futebol Clube, de nome Nino (que o marcava), perdeu na corrida por ter sofrido um estiramento muscular, desistiu da jogada, praticando o que no futebol é conhecido como Fair Play.

Tanto no esporte quanto em qualquer outra área da vida, precisamos compreender que vencer "a qualquer custo", principalmente se esse custo for a infelicidade de alguém, não vale a pena, não é nobre e certamente, não tem o mesmo sabor de uma vitória conquistada "na moral", como diria alguns de meus amigos.

Dedico este breve texto às pessoas que como Moisés, do time de futebol Fortaleza, compreendem o significado de uma atitude de quem é verdadeiramente nobre, mesmo sem coroa ou sangue azul nas veias, e a pratica cotidianamente.


São Mateus-ES, 24/05/2022

Carlos Quartezani

Jornalista e Microempreendedor

segunda-feira, 23 de maio de 2022

A luta é pela educação

Os governadores do Brasil e que são, claro, candidatos a reeleição, têm 320 bilhões de reais para gastar este ano, segundo reportagem do jornal O Globo. É muito dinheiro e mesmo que a finalidade seja obras, é dinheiro circulando e grandes possibilidades da compra velada de votos.

No Estado do Espírito Santo, não é diferente. Os anúncios de obras aqui e ali ocorrem, diariamente, uma tática conhecida de todos que pretendem continuar no poder.

Se a memória é curta, porque fazer antes do período que antecede as eleições? O povo continua sendo manipulado, como sempre e a educação, bem, a educação é só esse papo dos intelectuais chatos que nunca vão virar memes na internet, a não ser que cometam algum crime ou uma gafe mais grave.

No ponto de vista deste que escreve essas linhas, o que de melhor poderíamos fazer é tentar unir o máximo de nomes possíveis, que já se declararam oposição e tentar construir uma proposta para apreciação da população, ou, pelo menos, uma parte dela que não se deixa levar por anúncios de obras, como se governar fosse tão somente construir prédios para abrigar alunos e na propaganda afirmar que "faz tudo pela educação".

E já que estou escrevendo sobre esse tema, que gosto muito, mas não por simples prazer mas por sentir que ainda há uma maneira de discorrer sobre política sem ser o conhecido repetidor de mantras, assistam o filme "Educação", disponível na Netflix. Os ingleses conseguiram falar sobre a educação e a sua importância elementar, numa história passada na década de 1960, com um viés real sobre a importância da educação e o quanto ela está fazendo falta hoje e fará ainda mais, no futuro, quando o país precisar de cérebros e só teremos bundas e músculos.

São Mateus-ES, 23/05/2022


Carlos Quartezani

Jornalista e Microempreendedor

domingo, 8 de maio de 2022

A violência explode

O índice de violência tem aumentado no país e o grande paradoxo é que as facilidades para se obter uma arma de fogo, coincidem com este avanço da criminalidade. 

Em matérias jornalísticas já surgem casos de bandidos dominando bairros com grande presença de pessoas ricas. Os que são mais ricos já optam por viver em países como a Suíça. Um dos brasileiros mais ricos do mundo, por exemplo, Jorge Paulo Leman, vive lá e alguns dos diretores da sua empresa, a AmBev, também.

Por que estou escrevendo sobre isto? Porque quando a extrema direita defende o princípio de que o cidadão precisa andar armado e assim, reduzir a criminalidade - já que neste raciocínio o bandido "pensaria duas vezes antes de agir" - não condiz com a realidade. Estar armado não garante sua segurança e nem evita que o bandido, que nada tem a perder, possa não praticar o delito.

Não fiz pesquisas ou consultei alguma para chegar a esta conclusão. Está muito claro que a ideia de que para ter segurança é preciso ter sua própria arma, remonta um passado inclusive inspirado nos filmes de Bang Bang, no Velho Oeste estadunidense que tanto sucesso fez nos cinemas. 

A realidade, todavia, não é nada glamourosa e o que estamos vendo, são pessoas morrendo, fruto desse pensamento insano que é propor violência para combater a violência.

Eu espero que o meu país tenha, no futuro, um governo que acredite na inteligência associada à sabedoria e assim caminhemos para frente, desenvolvendo ideias que despertem a importância de viver em harmonia, cuidando para que a violência não contamine a todos, inclusive o próprio Estado brasileiro e assim possamos impedir a barbárie, que a julgar pelas notícias de jornais todos os dias, já se faz presente.

Parafraseando o poeta "a paz precisa invadir nossos corações e nos encher de paz, como se o vento de um tufão, arrancasse os nossos pés do chão."

São Mateus-ES, 08/05/2022


Carlos Quartezani

Jornalista e Microempreendedor

sexta-feira, 6 de maio de 2022

Dinamite!

O maior artilheiro de todos os tempos, Roberto Dinamite, foi merecidamente honrado por seu Clube, o meu Clube de Regatas Vasco da Gama, com uma estátua no nosso estádio, o São Januário, no Rio de Janeiro.

Na oportunidade, além da torcida que se fez presente em massa, fazendo o nosso ídolo não conseguir conter a emoção, antigos rivais no esporte como Zico e Júnior, estavam lá num gesto que considerei muito bacana, reconhecendo o grande atleta do futebol brasileiro ali com justiça sendo homenageado.

A postagem pode parecer ser futebolística, mas não é. É sobre honra, respeito e acima de tudo, que vale a pena ser honrado no que faz. Seja o que for, se fizermos com paixão, disciplina e dedicação, o reconhecimento chega.


Carlos Quartezani

Jornalista e Microempreendedor

Simone Tebet no Planalto

Um dirigente do MDB disse à revista Carta Capital que a candidatura própria do partido está a serviço de impedir que a ala Bolsonarista do MDB apoiasse já no primeiro turno, a reeleição de Bolsonaro. Essa conduta do MDB beneficiaria Lula, já que Simone Tebet declarou em determinada ocasião que Bolsonaro não é e nem será opção para ela num eventual segundo turno.

A informação oferecida pelo dirigente do MDB à Carta Capital faz sentido. Não se pode negar, analisando como dirigente de um grande partido, como é o caso do MDB, que ter uma candidatura própria, além de ser a base para uma maior ocupação das cadeiras no Legislativo, coloca o partido numa posição de protagonismo, que não teria ao se aliar a um dos extremos no primeiro turno.

O que a Carta Capital não explora no texto é que a candidatura própria do MDB está alicerçada nas bases do partido. Simone Tebet não foi escolhida ao acaso. Ela conquistou a confiança do partido por ser uma mulher que provou ter condições de disputar o cargo. Sua experiência na vida pública só acrescenta ao seu perfil de "mulher coragem".

Tem muito tempo pela frente, até as eleições e se o Dr Ulysses Guimarães tinha razão quando dizia que "a política é como as nuvens, se deslocam", 5 meses é uma eternidade e as nuvens certamente deverão mudar sua posição.

Por estarmos na semana em que se celebra o Dia das Mães, parabenizo a pré candidata à Presidência da República, Sra Simone Tebet, pelo seu dia e estendo o cumprimento a todas as mamães do Brasil e do mundo.


Carlos Quartezani

quinta-feira, 5 de maio de 2022

A batalha inglória de Bolsonaro contra a Cultura

Nenhum governante, que se considere democrático, pode reagir aos opositores sufocando a sua existência. 

O artista, especificamente, é um profissional importante e quanto mais e melhor o Estado o auxilia - ainda que apenas não atrapalhando seus processos - toda a sociedade sairá beneficiada. 

Ninguém vive apenas por comida e bebida. A arte e a cultura tem seu fundamento na existência humana, portanto, impedir que ela seja exercida, por infelizmente não possuirmos uma cultura de valorização daquilo que não é "nem comida e nem bebida", afasta em definitivo qualquer possibilidade de tornar as diversas formas de arte auto-sustentável.


Carlos Quartezani

terça-feira, 3 de maio de 2022

Boas escolhas e a motivação

A motivação errada tende a nos oferecer, quase sempre, uma resposta errada. Por mais que nos esforcemos, que apliquemos toda nossa energia e conhecimento em favor de um determinado projeto, se a motivação estiver errada, não chegaremos ao objetivo proposto.

Na política não é diferente. Quanto poderíamos ter avançado se a massa populacional compreendesse que o erro não está na escolha deste ou daquele, mas o que nos motivou a escolher este ou aquele?

Há quase 4 anos, por conta de uma avassaladora e necessária onda de combate a corrupção, capitaneada pelo Ministério Público, a Polícia Federal e a atuação (hoje questionável) do Poder Judiciário do Paraná, na figura do ex Juiz Sérgio Moro, o Brasil votou tendo por motivação um sentimento que é totalmente compreensível, mas que efetivamente não deve ser aplicado a todos os casos.

O ódio não é um bom conselheiro, principalmente sobre em quem votar. O político é parte do sistema que organiza a sociedade e se o ódio for o ingrediente predominante, acho que não conseguiremos chegar aonde queremos.

Mas, como dizem, um raio não cai duas vezes no mesmo lugar e espero que o mesmo não aconteça nas próximas eleições em que se usarmos, outra vez, a motivação errada estaremos repetindo o erro e tendo resultado insatisfatório.

Considero tão fundamental esse tema da motivação que proponho um questionamento, para quem até aqui acompanhou meu raciocínio e me dá o privilégio de ler o que escrevo. 

Diante mão quero deixar bem claro que não estou "profetizando" ou "desejando" a morte de ninguém, mas tão somente fazendo uma suposição.

Vamos lá, supondo que os candidatos a Presidente da República, considerados favoritos de acordo com as pesquisas recentes, viessem a morrer. Por razões naturais e sem nenhuma ação de terceiros. Qual seria a motivação das pessoas para votar, já que as figuras que até então representavam o seu conjunto de valores para liderar a Nação, não existem mais? E, convenhamos, para morrer basta estar vivo, não é?!

Neste caso o que consigo visualizar, são milhares de órfãos da política de má qualidade, sem motivo algum para votar pois a única ideia que aceitou foi a de que "o meu candidato é honesto e o do outro não", como se isto fosse o único fundamento suficiente para colocar alguém no cargo mais importante do país.

Não quero dizer com isto que a desonestidade não seja uma chaga na nossa sociedade. Isto é inegável. Mas, que transformar um princípio básico para a boa convivência humana, num atributo suficiente para aquele que vai governar, é de fato muito pouco. Merecemos mais que isto!

Se a minha suposição viesse a efeito, gostaria que os órfãos da política de má qualidade encontrassem pais adotivos que lhes oferecessem uma outra visão de mundo e que a essencial Política, com P maiúsculo, passasse a nortear as suas vidas, afinal, se a motivação estiver correta a probabilidade de ter bons resultados, é maior.


Carlos Quartezani

quinta-feira, 21 de abril de 2022

Tiradentes, o heroi brasileiro

Em 21 de Abril de 1792, era executada a sentença de morte de Joaquim José da Silva Xavier, um dos líderes da Inconfidência Mineira. Precursor da República, Tiradentes, como era chamado, foi o único a ser morto entre os líderes e de forma bárbara, para que servisse de exemplo para outros que tentassem se opôr à ordem estabelecida.

Sempre que o poder se concentra, seja uma pessoa ou instituição, a tendência é que haja excessos. Neste período específico, Portugal e boa parte da Europa vivia esse ambiente de mudanças que certamente preocupava a ordem estabelecida, especialmente na França com a revolução. A reação veio em forma de crueldade no Brasil, colônia de Portugal, com a ordem da Rainha Maria I para liquidar o foco da rebelião, matando e esquartejando Tiradentes.

Os abusos praticados pelos poderosos fizeram surgir homens com a coragem do alferes Joaquim José da Silva Xavier, que assistia ao sofrimento do povo, em virtude da alta carga tributária paga à Coroa portuguesa, e não achou justo se calar. Foi traído mas seu exemplo permaneceu.

Viva Tiradentes, o herói brasileiro!

#inconfidenciamineira

domingo, 3 de abril de 2022

Somos grandes demais para sermos tão pequenos

No meu Estado, os pré candidatos Guerino Zanon, Audifax Barcelos, Erik Musso, Cesar Colnago e Felipe Rigoni deverão dialogar e tentar chegar num denominador comum, acerca de uma candidatura ao governo do Estado. É preciso uma alternativa às duas candidaturas consideradas naturais.

Não se trata, neste caso de "projeto pessoal" mas de oferecer ao povo capixaba a chance de escolher além dos extremos. Extremos estes, no Espírito Santo, representados pelo socialista Renato Casagrande, cuja aliança com o PT está sacramentada e o Bolsonarista, Carlos Manato.

Estou nessa expectativa, tanto em nível nacional quanto no Estado. Ter uma alternativa diferente desses dois fortalecerá a democracia, possibilitará um debate mais propositivo e quem ganha é o povo, capixaba e brasileiro.

A democracia pressupõe ESCOLHER e quando só há duas alternativas esse princípio perde sua eficácia, prevalecendo o "bem contra o mal" e sabemos que na política, não é fácil identificar exatamente quem é um e quem é o outro.

Se o "mal", por exemplo, é fazer o que é preciso e o "bem" fazer o que as pessoas querem, quem é um e quem é o outro só saberemos quando vierem os resultados. 

Minha experiência aponta que na maioria das vezes, o populismo, marca indelével desse "mal contra o bem", não apresenta resultado algum. Oferece o prato de comida no momento da fome, mas ninguém faz uma refeição só. Tem o almoço e o jantar, no mínimo. 

O voto, aprisionado pelo populismo, nos faz dar um passo a frente e dois para trás e não merecemos mais isso. O Espírito Santo e o Brasil são grandes demais para serem tão pequenos.

Pensem, logo existam!

Carlos Quartezani

quarta-feira, 9 de fevereiro de 2022

Cancelar a ignorância é urgente

Esta semana, um assunto que está dominando as redes sociais do país, ou pelo menos uma boa parte dele, foi a declaração de um Youtuber conhecido como Monark, de que "no Brasil deveria ter Lei que garantisse o direito de se ter o Partido Nazista registrado".

Considerando se tratar de alguém conhecido, que apresenta um programa de entrevistas na internet (Podcast) e que certamente não é analfabeto, fica muito difícil desculpá-lo por tão infeliz declaração. 

O pedido de desculpas aconteceu. Que não foi bem isto o que quis dizer, pois estava bêbado. Soou como um arrependimento típico de quem percebeu que fez besteira. Mas a boca fala do que o coração está cheio. A outra explicação, é a ignorância mesmo.

O ambiente criado em nosso país, que fomenta o ódio em tempo integral, pode estar levando as pessoas a ler muito menos o que importa e muito mais aquilo que lhe pode conferir lucro ou simplesmente lazer. 

Acho que estamos precisando rever nosso conceito sobre a educação, inclusive política, e passar a entender exatamente o que está acontecendo e buscar soluções. 

Não só apenas obras literárias e de grande valor testemunhal, como o Diário de Anne Frank e outras mais, temos um farto material produzido pelo próprio Nazismo, que possibilitou a criação de vários documentários retratando o horror que foi a 2a Guerra Mundial, em especial para o povo Judeu, alvo do extermínio de Adolf Hitler. 

Não pode haver dúvidas quanto ao nível de barbaridade cometida pelos adeptos do Nazismo. Este "filme" não pode se repetir. É uma vergonha eterna para toda raça humana.

Não vou negar. Sempre que quero assistir a um desses documentários ou filmes baseados no horror da Guerra, me emociono e choro diante da TV. 

É muito difícil entender o que leva um ser humano a odiar tanto o outro. Como conseguir encontrar algum tipo de explicação para que crianças tenham sido colocadas aos milhares, em vagões de trens, para que fossem mortas sufocadas com gás? Não preciso nem mencionar as outras atrocidades.

Não, eu não entendo. Não entendo...

O rapaz que falou tamanha bobagem, não é o único, não está só. Por isto, no lugar de "cancelá-lo" como é comum nos dias de hoje, convido a todos que estão lendo este texto a não permitir que a barbárie que levou a morte mais de 6 milhões de seres humanos, nunca seja esquecida para que nunca mais se repita e para isto, é preciso saber mais sobre ela.

Forte abraço!

Carlos Quartezani

quinta-feira, 3 de fevereiro de 2022

Democracia, sob a ótica de quem?

Muito se fala sobre a importância da democracia, o valor da liberdade de expressão e o direito de pensar livremente e agir conforme, sem as amarras da censura.

Mas, e quanto ao direito do outro de ter um outro olhar sobre como seria um mundo melhor? 

Se realmente somos defensores da democracia, precisamos considerar que o pensamento diferente do nosso, deve ser aceito naturalmente e se houver luta, que seja tão somente no campo das ideias, afinal, se o meu semelhante não torce para o meu time, isto é bom. Como haveria jogo se não houver um adversário do outro lado do campo? 

Veja bem, ad-ver-sá-rio e não i-ni-mi-go!

No entanto, na prática, o que vemos no cotidiano, principalmente no ambiente virtual, são saraivadas de ofensas vindas muitas vezes de gente que diz defender a democracia, num misto de péssimo português com uma capacidade insuperável de agredir ao outro, apenas porque não concorda com ele.

Aonde está escrito que a democracia pressupõe apenas o seu direito de pensar como queira e o outro não? Se eu não concordo com algo e sou um defensor da democracia, eu não deveria considerar que existe um pensamento diferente do meu e para tanto preciso lidar com isto?

A frase não é minha, mas é do filósofo iluminista francês Voltaire (1694-1778): "Não concordo com uma só palavra que dizes, mas defenderei até a morte o seu direito de dizê-las".

Isto deveria por si só encerrar o assunto, mas com o passar do tempo e em especial nos dias de hoje, a máxima defendida há tanto tempo atrás, ainda se faz necessária continuar sendo lembrada em face da dificuldade das pessoas em não achar bonito o que não é espelho.

No caso específico da política, ambiente no qual o ódio é alimentado pelo simples fato de uns não concordarem com os outros e vice-versa, estaremos assistindo ao verdadeiro teatro dos horrores e o que se pode esperar para um futuro breve, quando o processo eleitoral ganhar as ruas, deverão ser cenas deprimentes de pessoas civilizadas se comportando como se não fossem - por conta de paixões que com toda certeza, está longe de ser o que resolverá o problema de ter ou não ter um país bem governado - e a verdadeira solução passando ao largo, sem que a cegueira imposta pela ignorância, nos permita ver.

Escrevo essas palavras no dia de hoje, e hoje é 03/02/2022, na esperança de que eu possa, mais a frente dizer: Eu estava errado e tudo o que eu previ, não aconteceu. 

Carlos Quartezani