terça-feira, 12 de novembro de 2024

O óbvio que precisa deixar de ser óbvio

Uma sociedade que é centrada no ter, que tem convicção de que a felicidade consiste no que o dinheiro pode comprar, nunca entenderá a razão de muitos infratores da Lei lhe tirarem a paz, com seus furtos, roubos, sequestros e outras violências.

Não pretendo, com essas palavras, diminuir a importância do dinheiro. Sei que o vil metal promove, em grande medida, os momentos felizes e em muitos casos, o alívio diante de uma dificuldade sanável.

Contudo, se este se tornar o seu deus, poderá ser invadido pelo sentimento que aniquila os mais nobres sentimentos e que nos torna motivo pelo qual, há que se duvidar se de fato, como está no livro dos cristãos, fomos feitos à imagem e semelhança de Deus. 

Um escravo se caracteriza por seu alto grau de dependência em relação a outrem, sem qualquer direito humano que o alcance. Se considerarmos que para muitos a falta total ou o pouco dinheiro é a razão de sua infelicidade, teremos então instituida a escravidão dos tempos atuais, que não se resolve com nenhum tipo de abolição, a não ser a abolição da forma de se relacionar com o dinheiro ou a falta dele.

Certamente, se conseguirmos enxergar os nossos reais valores, que quase nunca tem a ver com a quantidade de dinheiro que possuímos, teremos alcançado realmente o verdadeiro significado da vida, de ser humano, que veio do pó e a esta condição retornará.

Vivemos tempos sombrios em que os males se multiplicam e até mesmo a simples atitude de fazer o bem, uma obrigação daquele que se considera "filho de Deus", virou um negócio lucrativo e que por meio dos recursos tecnológicos, tornam-se também mecanismos de ganhar mais dinheiro. 

Não sei você, que me concede a honra de ler o que escrevo, mas eu ando muito pensativo sobre o que fazer nesse caótico mundo em que vivemos. 

Carlos Quartezani

quarta-feira, 30 de outubro de 2024

Acordo?

Se me permitem, acho que as autoridades envolvidas deveriam se debruçar sobre o tema da nova pactuação do acordo de indenização às vítimas do rompimento da barragem da Samarco, em Mariana-MG. 

Tem muita coisa que parece não estar considerada no tal acordo. Até mesmo o termo "acordo" não faz jus ao que ocorreu na última sexta-feira, dia 25 de outubro de 2024, data em que foi assinada a documentação. 

Ora, se é um acordo, por que a entidade que representa os atingidos, não participou da mesa? Pode ser que haja uma razão, mas que só contempla o ponto de vista de quem decidiu isto. 

Não acho justo que tenha sido direcionada uma quantia ínfima para os indivíduos atingidos - 35 mil reais - com a agravante de que quem já recebeu, por via do primeiro pacto, teve enorme vantagem sobre quem está com o processo pendente na Renova. 

Muitos dos quais, pendentes por morosidade de quem analisa o processo e não por parte do requerente, ou seja, aceitaram o acordo, o primeiro, mas foram preteridos. 

Vão receber? Não tenho dúvidas que sim, mas não como os outros que já puderam refazer suas vidas ou, pelo menos, melhorá-la.

Falar sobre isto nos jornais ou qualquer outro meio de comunicação, pode ser de suma importância, para uma eventual revisão desse acordo que potencializou o poder político de quem está no poder e deixou a ver navios o cidadão comum, quem de fato sofreu as consequências do acidente ambiental em Mariana-MG.

Carlos Quartezani

domingo, 13 de outubro de 2024

Continuidade

Em política, especialmente nos momentos eleitorais, o foco é sempre nas pessoas. É como se este ou aquele indivíduo (homem ou mulher), de acordo com a nossa preferência, fosse suficiente para tornar a máquina pública mais eficiente e assim, proporcionar dias melhores. 

Mas eu digo que não é simples assim e uma dessas razões vou explicar aqui, procurando, como sempre, não ser muito prolixo nas palavras, embora às vezes seja difícil dizer tudo o que é preciso, em poucas palavras.

Bom, vamos lá. Diferente de uma empresa, na gestão pública não apenas as decisões voltadas para o resultado prático devem ser consideradas. Este resultado deve contemplar prioritariamente o social, sem, contudo, abrir mão do bom funcionamento da estrutura pública. Como no futebol, o gestor precisa encontrar o jogador certo para a posição certa, inclusive. 

Não tem milagre. Se não houver pessoas certas nos lugares certos e um tempo suficiente para que um bom plano seja executado, este já nasce morto, ou, no máximo, insuficiente.

Na minha cidade, que nasci e vivi nos últimos 50 anos, tivemos recentemente a oportunidade de ver como uma gestão pública contínua, ou seja, que vai além dos quatro anos, pode trazer inúmeros benefícios para a sociedade na totalidade. Não fui apoiador do grupo que implantou o sistema à época, admito, mas com o passar dos anos ficou impossível não perceber o quanto uma boa gestão é plenamente possível e traz retorno positivo para a população. 

Trazendo agora o tema para os demais municípios do meu Estado, mais precisamente no município vizinho, eis que surge um outro exemplo de que quando o povo escolhe um bom projeto, os resultados aparecem e de quebra, reelege os responsáveis.

Estou me referindo a Pedro Canário, cidade que na década de 80 conquistou sua emancipação política e nos últimos oito anos, mudou o rumo de sua história. De lugar marcado por administrações sempre aquém do que merecia, tornou-se referência de gestão pública.

Com o Prefeito Bruno Araújo, eleito e reeleito e nesta última eleição, elegendo o seu sucessor, o município tem tudo para se tornar um gigantesco exemplo de que quando há um plano, pessoas dispostas a cumprir as etapas e união popular, é possível sim fazer um bom trabalho de gestão, sem necessariamente precisar de um milagre. 

Eu espero que a minha cidade, Conceição da Barra, com a gestão que se iniciará no próximo ano, repita a experiência que viveu há alguns anos e permita que haja um trabalho organizado, metódico, focado em áreas que contemplem a economia local (cada distrito com sua vocação) e que no futuro, possamos comemorar o nosso êxito, como o faz hoje os cidadãos de Pedro Canário, cidade-filha da Barra.

Possível eu sei que é, mas a sociedade precisa colaborar, fazendo o seu papel, especialmente os que receberam a missão nas urnas no último domingo. 

Carlos Quartezani

quarta-feira, 2 de outubro de 2024

Juntos, porém separados

Algo que eu de alguma forma já previa, aconteceu na campanha das eleições 2024 na minha Conceição da Barra: A regionalização do processo político. Estamos divididos entre a Sede do município e o maior Distrito, Braço do Rio. 

Não precisa ser muito atento para perceber que os candidatos parecem imaginar que há duas cidades. Para fazer uma comparação "cultural", e assim um melhor entendimento do que digo, estamos entre o axé e o sertanejo. 

De um lado, entre os oito pleiteantes, estão cinco identificados com a Sede e os outros três, com o Braço do Rio. Daqueles considerados em condições de disputar, segundo as pesquisas, dois são mais conhecidos no Braço do Rio e um (com o registro indeferido mas na disputa), tem seu eleitorado mais próximo da Sede.

Gostaria de destacar para a população, mais precisamente as pessoas que acompanham o meu trabalho aqui nas redes sociais, é que essa postura dos candidatos, apesar de ser em parte justificada (votos), não é bom para o município. Não se trata de uma eleição distrital, mas municipal e aquele ou aquela que vencer, não deverá ter preferência por esta ou aquela localidade.

O município é um só e não há a menor possibilidade de criação de um novo município, contemplando a região, digamos, mais rural e industrial, do ponto de vista econômico. É pura ilusão acreditar que isto um dia será possível.

No nosso caso, um sustenta o outro, já que a pesca e o turismo, além da Usina Alcon, estão na área comum à Sede e o agronegócio, no distrito de Braço do Rio, além de estar às margens da BR 101, um aspecto importante para a atividade comercial. As duas regiões são importantes!

Eu, na qualidade de "nascido e criado" na cidade que nasceu de um beijo, ou seja, pertencente à Sede de Conceição da Barra, mas consciente da importância que tem o Distrito de Braço do Rio, espero que o eleito, ou eleita, não confunda as coisas e trabalhe visando o todo. 

O município é um só, embora distantes geograficamente, Sede e Distrito. Ninguém ganha com preferências entre este e aquele. 

Pensar no todo, diga-se de passagem, não é criar factoides para que "sugira" que o gestor enxerga a outra região do município. Não faz sentido nenhum, por exemplo, Carnaval no Braço do Rio ou um Rodeio na Sede mas, explorar adequadamente os valores e a cultura de cada uma das regiões e fazer uma integração inteligente e produtiva, para o município como um todo. 

Espero que a luta pelo comando da cidade, não se resuma a uma partida de futebol que quando acaba, só quem realmente ganha são os assalariados do setor, ou seja jogadores e os dirigentes. 

Carlos Quartezani

quinta-feira, 26 de setembro de 2024

Renovar

Na política (pelo menos como ela deveria ser) o mais importante é a missão e como em toda missão, cumpre-se e parte-se para uma outra. Não cabe, ao meu ver, a eternização no poder. A rotatividade deve ser praticada.

Por mais que o argumento seja forte, aquele que prescinde que o time que está vencendo não precisa mudar, na política, diferente dos esportes, o que está em jogo não é só vencer, mas fazer com que todos os cidadãos que querem contribuir, sintam-se motivados para essa participação. 

Quem daria crédito a um processo no qual o vencedor já está determinado? Qual é o cidadão que tenha realmente vontade de servir, através de um mandato político, vai se submeter sabendo que a carta já é marcada?

Sempre digo que a política, caso fosse uma modalidade esportiva, estaria mais assemelhada com as modalidades em equipe, aquela em que o mérito é de todos e não um indivíduo especificamente. É uma corrida de bastão e não os cem metros rasos. Se não for assim, não é democrático. 

Outro problema que também considero desfavorável em relação a este tema, é o mandato de pai para filho, ainda que essa "paternidade", não seja no sentido literal. 

A quem estamos escolhendo para nos representar politicamente? O que defende uma ideia, uma corrente de pensamento sobre como deve ser conduzida uma cidade, ou a substituição de uma pessoa por outra?

Sinceramente, não acho produtivo. Embora saiba que este ponto de vista vai incomodar, não se pode deixar de falar sobre o tema. Tudo que incomoda, provoca mudanças!

Nessas eleições reflita sobre as questões que realmente importam e observem quem de fato entendeu o seu papel ou se é apenas mais alguém que viu na política, um bom emprego e por isto quer continuar.

Como dizem por aí, fica a dica!

Carlos Quartezani

segunda-feira, 23 de setembro de 2024

Proposta de gestão

Eu sei que a maioria da população tem um conceito diferente acerca da função da campanha eleitoral. O carisma é de longe o que mais se leva em conta quando vai escolher seu candidato. Mas, é um aspecto que realmente importa quando o que está em questão é a administração da cidade?

Certo, eu não vou dar murro em ponta de faca, afinal, os especialistas em marketing e propaganda já sabem que as pessoas escolhem como candidato, aquele que elas gostam, seja um parente, um amigo, alguém que seja próximo, mesmo que seu histórico nada tem a ver com a política.

É assim, na nossa cultura. Não importa o seu currículo. O trabalho político, na visão da maioria, pode ser desempenhado por qualquer pessoa, inclusive aqueles que não sabem como ela funciona. As escolhas feitas até hoje revelam essa realidade. 

No entanto, não custa lembrar que o cargo de Prefeito, especificamente, requer alguém capacitado politicamente, para ter à sua volta, além de pessoas que o aconselhem acertadamente, mas que também tenha uma ideia clara a respeito de sua gestão, qual o seu objetivo nos próximos 4 anos e como se dará esses passos, até o atinjimento dessas metas. 

Ele, o Prefeito principalmente, será o responsável por decisões que vão determinar o desenvolvimento da cidade, como ele estará no período em que terá essa responsabilidade. 

A Lei determina que os candidatos apresentem seu Plano de Governo no momento em que registra sua candidatura, mas o que está escrito ali é cobrado de fato? É uma mera formalidade ou é um documento que realmente tem valor, podendo ser cobrado o cumprimento inclusive na seara judicial?

Essas perguntas devem ser feitas, embora não hajam respostas, mas se cada cidadão e cidadã que passarem a se interessar de fato pela política e não apenas pela campanha eleitoral, ainda que demore, estaremos criando um novo ambiente na política, no qual os candidatos não explorem tanto o fato de que a maioria, não tem interesse em saber se o candidato tem ou não uma proposta para governar a cidade e se tem, se realmente pretende cumprir o que propôs. 

Dar justificativas do porque não conseguiu fazer um bom governo, não nos devolverá o tempo perdido. Observar quem tem um plano efetivo para a cidade não custa nada. Escolher a "pessoa" é importante, mas esta precisa mostrar que tem proposta e clara.

Carlos Quartezani

quarta-feira, 18 de setembro de 2024

Muita calma nessa hora

Outro dia, na fila do caixa da padaria, ofereci minha vaga a uma mulher (aparentemente mais velha que eu), na expectativa de que o gesto fosse agradar. No entanto, ao ter dito em tom cordial que ela deveria "ter mais dias sobre a Terra do que eu" e portanto, merecia ter a preferência, fui bombardeado por uma reação intensa e indignada "você está me chamando de velha?!!!"

Se Deus tivesse me contemplado com a capacidade do avestruz, de esconder a cabeça num buraco, certamente seria uma solução melhor do que, já com o rosto corado, pedir desculpas e dizer que não foi a minha intenção. 

Se meus amigos mais antigos estiverem lendo este texto, estão às gargalhadas, pois sabem que sou dotado de uma capacidade enorme de dizer palavras que eram melhor permanecerem apenas em meus pensamentos. Mas, sabem também que eu jamais teria a intenção de ofender, por mais que a madame em questão não acreditasse nisso. 

O episódio remete a este tempo difícil que vivemos, onde a paciência, o equilíbrio, a mansidão, não existem mais. Poucos conseguem relevar um ato falho, uma frase mal colocada, um "dia ruim", partindo para uma atitude extrema e desproporcional ao que realmente a situação pede. 

Para não ficar apenas em um exemplo e o leitor que me acompanha não achar que estou exagerando, outro episódio em circunstâncias diferentes, também revelou com clareza essa anomalia nas relações de convívio social. 

Trafegando com o meu veículo numa determinada via, fui obrigado a freá-lo repentinamente para evitar atropelar um animal silvestre que lentamente, atravessava a via. Não atropelei o bicho, mas o motociclista que imprudentemente estava muito próximo ao meu veículo, para evitar chocar-se na traseira do veículo que eu dirigia, fez uma manobra que o levou ao chão. 

Preocupado se o rapaz havia se machucado, estacionei e fui prestar um eventual socorro. Sabia que eu não era o responsável por seu infortúnio, mas talvez precisasse de algum auxílio. 

O rapaz veio em minha direção enfurecido, questionando quem iria pagar seu prejuízo. Bom, eu não entendi nada, já que quem por pouco não me deu um prejuízo foi ele, ao bater levemente no pára-choque do veículo, mas sem danificá-lo. 

Os dois fatos aqui narrados, descreve o momento que vivemos no país ou quem sabe até no mundo, onde as pessoas não conseguem ter capacidade de conter suas emoções, sobretudo o ódio, e por motivos fúteis, explodem agindo como seres primitivos.

Proponho essa reflexão para que possamos nos permitir colocar em prática um comportamento que seja condizente com a educação que recebemos e atenda aos padrões mínimos de civilidade. Se precisar,  conte até dez e tenha muita calma nessa hora!

Carlos Quartezani

segunda-feira, 16 de setembro de 2024

Vergonha alheia

Na condição de cidadão brasileiro e de quem sempre defendeu a fundamental importância da educação, também na política, me sinto envergonhado do que dois candidatos à Prefeitura de São Paulo, a maior cidade da América Latina, fizeram ontem no debate promovido pela TV Cultura. 

O apresentador de TV, José Luiz Datena, candidato pelo PSDB, reagiu com uma cadeirada à provocação do candidato do PRTB, o ex-coach (como o próprio se denomina), Pablo Marçal. Um show de tolos que fazem sarcasmo com o povo Paulista e Brasileiro. 

Não é disso que o País precisa, principalmente enquanto quase todo o território brasileiro é assolado pela seca e incêndios que, inclusive, podem estar sendo agravados por razões políticas, algo que de certa forma, também explica o "telequete" entre os candidatos em São Paulo e a péssima formação política no nosso país. 

A política não é um ringue e mesmo que fosse, certamente teria regras e seriam cumpridas pelos atletas, algo que lamentavelmente não acontece com os gladiadores da política de hoje, que não dão a mínima sobre os efeitos ruins que podem provocar na sociedade e para o País, que surge na mídia internacional como um país que está pegando fogo, inclusive literalmente. 

Não é possível que o povo brasileiro irá continuar insistindo com essas "soluções" chamadas de outside, gente que não entende nada de política e se infiltra, sob o manto do "salvador da Pátria", termo muito em voga na década de 80, pela novela da TV Globo, que retratava um matuto cuja popularidade, transformou-o num "fantoche" de quem vive da ignorância alheia. 

Sinceramente, você precisa despertar para a importância da democracia e a efetiva preparação para participar dela. Não se esconda. Diga o que pensa e se tiver consciência da importância da sua opinião, sempre alicerçada em base sólida, o conhecimento, o futuro sorrirá para nós e seremos de fato uma grande Nação. 

Não posso concordar com essa bagunça que se tornou a política e se ficarmos em silêncio "no trono do apartamento com a boca escancarada, cheia de dentes, esperando a morte chegar", a bagunça só vai piorar. 

Carlos Quartezani

domingo, 15 de setembro de 2024

O voto útil

O ano era 2012 e eu me apresentava como candidato a Vereador pela primeira vez. Após 10 anos atuando, ora no Executivo, ora no Legislativo, e compondo diversos Conselhos Municipais, nos quais participava efetivamente dos debates sociais, decidi me colocar à disposição numa eleição municipal. 

Foi uma experiência bacana, interessante e que me ensinou muito sobre a política. Embora não tenha conquistado o cargo pretendido, assimilei conceitos que são fundamentais na vida em sociedade. 

Em política, nem sempre não vencer, significa que você perdeu. É um paradoxo, eu sei, mas se você fizer um esforço compreenderá exatamente o que quero dizer. 

Mas o que quero destacar aqui neste texto, é a respeito do chamado voto útil, aquele voto que embora não contemple a pessoa que você gostaria de ver no poder, mas que pode trazer resultados mais efetivos. Votar em quem efetivamente pode ganhar. 

Na época referida, em 2012, além de eu estar envolvido em diversas atividades, no ambiente político, ainda era membro de uma igreja evangélica. Fazer parte de uma denominação religiosa, além de proporcionar um conforto espiritual, também lhe permite interagir com um grupo específico, o que pode também ser um fator positivo numa eleição. 

No entanto, naquela oportunidade havia um outro candidato a Vereador, pertencente a mesma denominação religiosa que eu e que pleiteava o mesmo cargo. Um direito legítimo, tal qual o meu, mas com uma diferença: O registro de candidatura dele foi indeferido pela Justiça Eleitoral.

Essa condição, ou seja, o registro de candidatura indeferido, provoca a possibilidade dos votos não serem computados na Urna Eletrônica. O voto neste candidato, poderá ser inútil, a menos que consiga em instâncias judiciais superiores, reverter a situação. Raro, mas não impossível. 

No caso específico, os votos dados ao então candidato não foram validados e assim como eu, mas por razões distintas, não conseguiu sua eleição. 

Achei oportuno falar sobre este assunto hoje, porque esta não foi a primeira e nem será última vez que as pessoas não abrirão mão de uma candidatura, mesmo sabendo que poderão ganhar e não levar.

Carlos Quartezani

sábado, 7 de setembro de 2024

Os Poderes

Numa democracia, como é o caso de nosso país, quando nos referimos a GOVERNO estamos falando de Executivo, Legislativo e Judiciário. É esta a estrutura de poder idealizada pelo filósofo francês Montesquieu e que hoje impera na maioria das Nações. 

Essa estrutura, que dá forma ao Governo Central, se desdobra nos 27 Estados da Federação e nos mais 5.600 municípios brasileiros. Em todos eles existem os Poderes Executivo, Legislativo e Judiciário. 

O que diferencia os dois primeiros do último, é que estes são escolhidos por meio do voto popular, enquanto o terceiro, o Judiciário, a seleção é feita por meio de concurso público, com exceção dos cargos de Ministro do STF que são uma indicação do Presidente da República, os quais são sabatinados pelo Senado da República, antes de serem efetivamente incorporados ao cargo. 

Bem, o que quero dizer com essas informações é que não deveríamos considerar nenhum desses poderes superior entre um e outro. Os 3 Poderes, embora harmônicos, são independentes, portanto não justifica a subserviência deste sobre aquele. 

Numa democracia é Governo o Executivo, o Legislativo e o Judiciário. E se cada integrante desses Poderes - destaco aqui com veemência o Legislativo - compreender corretamente o seu papel, teremos sempre a possibilidade de um efetivo governo democrático, onde os representantes do povo (no caso dos municípios) os Vereadores, devidamente conscientes do Poder que lhe são conferidos nas urnas, poderão de fato governar e não serem meros capachos de quem chefia o Poder Executivo. 

A vida toda escutei a expressão "sou base aliada", uma expressão de quem ocupa um cargo de Vereador e escolheu ficar a reboque do Poder Executivo. Concordar sempre com o Prefeito, pode não ser bom inclusive para ele!

Para mim a "base aliada" é aquela que apoia mas também discorda, e assim não permitile que o Poder Legislativo seja rebaixado a um mero "puxadinho" do Poder Executivo. Harmonia não é subserviência, e isto precisa ficar claro. 

A democracia é como se fossem músculos que atrofiam, caso não seja exercitada. Pensemos nisso, especialmente quem pleiteia um cargo no Legislativo. 

Carlos Quartezani

quarta-feira, 4 de setembro de 2024

Efeito Marçal

É certo que a campanha eleitoral em São Paulo tornou-se o exemplo de como não deve ser a luta política. 

Efetivamente, quem compreende minimamente a importância da escolha de um bom gestor público, não irá relacionar os "bate-boca" proporcionados pelos candidatos ao cargo de Prefeito daquela cidade, com aquilo que de fato importa para o eleitor, para que possa fazer a escolha mais acertada possível. 

Penso que a participação do "ex-coach" nas eleições municipais da metrópole mais importante da América Latina, pode ter apenas um beneficiado: O candidato do PSOL. 

Na minha avaliação, acerta o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, quando opina que a candidatura de Pablo Marçal tem como único resultado, eleger o candidato da esquerda radical. 

Ao não se identificar com o candidato e atual prefeito, Ricardo Nunes, a direita paulistana pode entregar de bandeja a Prefeitura para Boulos. Um resultado que, com certeza, não atende os propósitos do Bolsonarismo.

A direita unificada já não tem garantia de vitórias, dividida então, esquece!

Carlos Quartezani

segunda-feira, 2 de setembro de 2024

A política e a propaganda

A política e a propaganda 

Desde que decidi frequentar um curso de Comunicação Social, há algum tempo atrás, passei a conviver com as definições e características das atividades que envolvem esta ciência. Embora estejam enquadradas na mesma área científica, o Jornalismo e o Marketing e Propaganda transitam em vertentes diferentes. 

Dito isto, entro em definitivo no assunto que de fato quero abordar e que justifica o título do presente texto. 

Tal como no Jornalismo, embora haja controvérsias em razão do uso inapropriado da Profissão por alguns, a Política tem uma função extremamente importante na sociedade e o seu compromisso é diferente do compromisso da Propaganda, em relação ao Jornalismo. 

Não se trata de desmerecer os profissionais que se dedicam a enaltecer as qualidades do seu cliente - fundamento da atividade do profissional do Marketing e Propaganda - mas de saber separar uma e outra atividade e o seu objetivo fim. Tem que estar atento para não se deixar levar por "nuvens passageiras".

Assim como no Jornalismo é preciso zelar pela qualidade da informação e de como ela é transmitida, a Propaganda também tem a obrigação de, ao destacar as qualidades do cliente, não induzir as pessoas ao erro, o que em muitos casos ocorre quando esse cliente é um Político. É certo que quem não é visto não é lembrado, mas há que prevalecer a ética, antes.

Meu objetivo aqui é o de despertar as pessoas que me dão a honra de ler o que eu escrevo, para que embora tenhamos critérios distintos e pessoais em relação às escolhas políticas que fazemos, não devemos esquecer que o que está em jogo é a representação política de sua cidade, o lugar que você escolheu para viver e cujo futuro, está visceralmente ligado a essas escolhas. 

Todos têm o direito de fazer suas dancinhas no TikTok, criar vídeos bem humorados e postar nos Reel's do Instagram e do Facebook, enviar por WhatsApp tudo que possa chamar a sua atenção. Não tenho nada contra isto, mas você eleitor que realmente tem interesse em dar sua contribuição no desenvolvimento do seu lugar, não se deixe levar por técnicas que tem o objetivo de apenas chamar sua atenção e concentre-se naquilo que realmente pode fazer valer a pena o seu nobre gesto de se dirigir a uma urna eleitoral e votar.

Enfim, ao escolher o "produto", não esqueça de distinguí-los entre o que é fato e o que é propaganda. Seria muito ruim a sensação de ter comprado uma coisa e levou outra, totalmente diferente.

Carlos Quartezani

sexta-feira, 30 de agosto de 2024

O político

É muito comum às pessoas que desejam se candidatar a um cargo político, enfatizar com um certo "orgulho" de que "não é político". 

Entendo que essa categoria (o político) não goza de tanto prestígio junto à sociedade, razão pela qual, mesmo desejando o cargo, o pleiteante utiliza essa narrativa de "não ser político" (portanto merece seu voto) como sendo uma de suas principais virtudes. 

Quero dizer ao amigo e à amiga leitora, que por aqui me acompanha, que não é possível fritar os ovos sem quebrá-los. O trabalho de quem alcança pela via do voto popular um cargo político, é soberanamente fazer política, uma atividade que só desempenha quem é político e se fosse uma ciência (defendo que  é), estaria classificada na área das "Humanas", ou seja, no lado oposto às "Exatas", contrariando os mais variados perfis que surgem nas campanhas eleitorais. 

O que quero dizer com isto? Que para representar o povo, é preciso ser político, e dos bons, do contrário não seria necessária uma eleição. Bastaria um concurso público e assim se estabeleceria quem representaria o povo. 

Pode até ser uma ideia boa e viável substituir as eleições por um concurso público, quem sabe as próximas gerações não cheguem a esta conclusão (???), mas o que temos hoje é o voto e o que espera o escolhido do povo, quando  assume  um mandato, são grandes desafios para serem vencidos e não tem ciência exata que possa suplantar a habilidade política de quem foi escolhido para exercê-la. 

Ser político é uma característica humana e é por causa dessa característica, que não somos consumidos pela barbárie. 

Carlos Quartezani

quarta-feira, 28 de agosto de 2024

Pesquisa eleitoral

Quem nunca decidiu em quem votar nas Eleições, a partir de um resultado de pesquisa divulgado nos mais diversos canais de informação ou até mesmo de ouvir alguém relatar sobre a última pesquisa? 

Pois é, mas será que este seria um bom critério para uma escolha tão importante, quanto aquele que vai decidir o futuro de sua cidade? Penso que não e explico.

Antes, porém, peço que faça a seguinte reflexão: Se fosse possível escolher quem pilotaria o avião que você vai embarcar, você se basearia em quem tem mais popularidade ou naquele que se preparou para pilotar uma aeronave? 

A comparação pode parecer exagerada, mas tenho razões para acreditar que não é exagero, dada a longa jornada que tenho na política e de ver vários exemplos que de fato, não eram aquilo que o povo esperava. 

Tem muita gente que só não vive melhor, porque nas escolhas políticas que faz, usa critérios pouco eficazes tal qual é o critério da "pesquisa eleitoral". O voto é um ato cívico que mexe com as estruturas do Poder e se essas estruturas estiverem com pessoas despreparadas, pouco ou nada acontece de importante para a coletividade. 

O processo eleitoral é a oportunidade que você tem de conhecer o candidato e suas ideias, mas também de avaliar se este tem condições de representá-lo. Se você troca a sua convicção por uma sugestão que veio da pesquisa eleitoral, sequer necessitaria da sua participação. Bastava acionar a Inteligência Artificial e esta determinaria quem seria o próximo gestor. Não é mesmo?!!

Lembre-se: O que nos coloca em vantagem em relação à máquina é que temos condições de pensar e mudar de ideia, conforme o andar da carruagem. Já a pesquisa eleitoral é apenas o retrato daquele momento, que pode mudar, mediante a nossa reavaliação. 

Carlos Quartezani

domingo, 25 de agosto de 2024

Dedicação ao Legislativo

É muito comum que as pessoas que se colocam à disposição para disputar um cargo político, especificamente no Poder Legislativo, argumente que uma de suas qualidades é não depender do salário que o cargo oferece, já que tem um emprego e portanto, não precisa do soldo parlamentar. 

Preciso alertar ao estimado leitor que me acompanha por aqui, que não é tão simples assim não. Representar o povo não é uma tarefa qualquer e caso seja este o entendimento, teremos sempre pessoas sem o devido compromisso com essa nobre tarefa. 

O cargo político no Legislativo requer um trabalho intenso nas relações entre os Poderes e a sociedade. Estar integralmente à disposição, aumenta consideravelmente a possibilidade que um parlamentar exerça o seu trabalho com resultados mais significativos para a população. 

Não se trata de levar uma mensagem de que já tem um emprego e que não depende do salário que a função oferece, mas de fazer um trabalho que resulte em benefícios para a coletividade. Fazer política é no dia a dia e não se limita aos 60 dias que antecede às Eleições. 

Usar este argumento como forma de conquistar o voto, embora pareça agradável aos ouvidos do povo, desmerece o trabalho de quem é eleito para representá-lo. Ora, se esse trabalho de representar o povo não é a prioridade, por que quer fazê-lo?

E, claro, estar presente, à disposição, a qualquer momento que for demandado faz parte da atividade, algo que nem sempre será possível já que tem outro compromisso de trabalho. 

Quem acumula uma outra função, ao meu ver, não consegue exercer a função parlamentar em sua plenitude. Se fosse possível uma licença do seu emprego enquanto exerce a função de representar o povo, o resultado certamente seria mais satisfatório. 

Carlos Quartezani

quinta-feira, 22 de agosto de 2024

Violência no trânsito

Moro há pouco tempo em uma cidade com população acima de 100 mil habitantes. Por toda vida morei na pacata Conceição da Barra onde o trânsito, em geral, nunca foi o maior problema da cidade, salvo quando chega a época da alta temporada turística e as ruas estreitas da pequena cidade não planejada, conhece alguns pequenos transtornos. 

São Mateus-ES, onde hoje trabalho, estudo e tenho o meu lazer, enfim, eu vivo, é muito diferente neste aspecto. Os interesses mais variados, em especial o econômico, fazem as pessoas terem uma vida mais agitada e a velocidade seja nas motos, carros, ônibus e caminhões, geram sim um problema a mais, especialmente quando a falta de educação no trânsito é o ingrediente inegável. 

Buzinas o tempo todo, motociclistas agindo como se tivessem num jogo eletrônico e bicicletas elétricas sem regras específicas, se juntam a uma total falta de gentileza com o outro ser humano, tornando a via pública perigosa para quem quer apenas ir ao centro da cidade pagar uma conta, comprar algo no comércio ou encontrar um amigo, etc...

Nada, nenhum problema se resolve sozinho sem que haja alguém para percebê-lo e, ato contínuo, manifestar essa insatisfação para que através da reflexão coletiva, o próprio povo ajude o poder público a sanar aquele problema. 

Não pretendo aqui entrar na seara dos especialistas do trânsito, mas através de meu olhar, minha observação, sugerir às autoridades que possam ser mais efetivas em relação aos reais problemas no trânsito. 

No lugar de multar um veículo estacionado em frente a um bar noturno, por exemplo, cuja preferência popular o faz ter espaço reduzido para um estacionamento adequado, ser mais rigoroso com aqueles que de fato pensam ser donos do espaço público, agindo com imprudência e em muitos casos, arrogância. 

Que a rigidez das autoridades se estenda a quem realmente oferece perigo à sociedade no caótico trânsito daqui e de muitas outras médias e grandes cidades do Espírito Santo e do Brasil.

São Mateus-ES, 22/08/2024

Carlos Quartezani

sábado, 3 de agosto de 2024

Família de ouro

Quem ainda tem dúvida a respeito da relação da família com o sucesso de uma pessoa no esporte, deveria observar três exemplos do Brasil nas Olimpíadas de Paris 2024. 

O primeiro veio do Judô Masculino, quando o atleta Medalha de Prata na modalidade, dedicou sua conquista ao seu filho, um bebê de 2 anos de idade. Mesmo não disfarçando sua frustração por não ter conseguido o ouro, o atleta expressou seu enorme amor à sua família, sem a qual ele não estaria vivendo aquele momento histórico. 

Outro atleta brasileiro que me chamou a atenção foi o representante do Brasil na Marcha Atlética, modalidade que jamais conquistou medalha mas que em 2024, em Paris, tornou-se o esporte cujas piadas perderam a graça, visto que o atleta precisa deslocar o quadril ao praticá-la, lembrando o movimento de rebolado. Um alvo fácil de memes e ofensas machistas, tipicas de nossa cultura.

O atleta não cansou de agradecer a sua família por ter conseguido chegar até ali. Com o apoio do pai e da mãe, ele treinador dela quando também praticava a Marcha e tal como o filho, representou o Brasil na modalidade em outras edições das Olimpíadas, após muita perseverança conseguiu atingir seu objetivo. 

O último e mais emblemático exemplo veio também do Judô, agora do Feminino. A judoca de Peruibe, São Paulo, conseguiu o ouro para o Brasil e em suas declarações emocionadas numa entrevista em que o repórter a colocou em contato com a família, num choro compulsivo, dizia "pai, mãe, eu consegui, eu consegui... foi pela vó, foi pela vó..." numa referência à outra importante membro de sua família, que morreu dois meses antes de sua histórica conquista. 

Mesmo que conquistas como essas sejam a coroação dos esforços fenomenais desses atletas, que no caso de nosso país é bem maior que em países mais ricos e organizados neste aspecto, é impossível não concluir que a Medalha premia também a mais importante instituição do Mundo que é a Família, sem a qual, as mais edificantes conquistas não aconteceriam, dito pelos próprios atletas vencedores. 

Fico aqui na torcida para que esses exemplos se multipliquem e sobretudo as novas gerações, não percam o vínculo entre o sucesso que desejam ter e o o seu maior fundamento, a sua Família. 

Parabéns aos atletas brasileiros e às suas respectivas famílias!

São Mateus-ES, 03 de Agosto de 2024

Carlos Quartezani

terça-feira, 14 de maio de 2024

Reconhecimento

Não fossem as paixões políticas, que mantém considerável parcela da população distante da razão, estaríamos celebrando nas redes sociais a grande quantidade de recursos públicos direcionados ao Rio Grande do Sul, por conta da histórica tragédia.

Seja por via de emendas parlamentares, créditos especiais, perdão de dívidas, empréstimos a longo prazo etc. se houver uma boa gestão, logo, logo o Estado se recuperará e servirá de exemplo para todo o país, sobre a importância de se planejar adequadamente para novas tragédias semelhantes. 

Por derradeiro, a notícia de que o banco dos Bric's vai liberar mais de 5 bilhões de reais para o Rio Grande, banco presidido por uma gaúcha e ex presidente da República, fecha a enxurrada de boas notícias que, como eu disse no início, é ofuscada por um comportamento inadequado de parte da população, que não consegue se livrar de um mal que só atrapalha o país. 

Despertai!

Carlos Quartezani

terça-feira, 7 de maio de 2024

O sujo criticando o mal lavado

A tragédia no Rio Grande do Sul, mais uma para ser bem verdadeiro, provocada indiretamente pela visão equivocada do que seja desenvolvimento em todo mundo, tem um ingrediente que não pude deixar de observar e que destaco aqui nas minhas mal traçadas linhas.

Não preciso sequer ser um "ecochato" para saber que tudo isso que está acontecendo tem relação com a ganância, com o mundo cujos habitantes têm certeza que se não destruí-lo, não será próspero. Uma conta que obviamente não tem como fechar. Esperam gozar o dinheirinho aonde, em Marte? Se bem que se forem prá lá, logo Marte também não terá muito tempo de existência. 

Mas voltando a um outro aspecto que percebi e que talvez muitos não tenham se atentado, é o nível de hipocrisia das pessoas (da esquerda brasileira), criticando de maneira violenta o governador neo-liberal do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite. Pelas palavras desses loucos, o culpado é o governador que na concepção deles, representa os assassinos do meio ambiente gaúcho, a saber, os neo-liberais.

Embora eu concorde que o Brasil e o Mundo necessitam rever seus conceitos no que diz respeito ao desenvolvimento, não posso me calar diante do absurdo que é ver a esquerda falando como se fosse o arauto da razão, tendo permanecido no poder, no governo central, por 16 anos e não fez absolutamente nada para conter a sanha capitalista.

Muito pelo contrário, seus ícones, sobretudo, chafurdaram na lama e de 4 em 4 anos com a ajuda (milionária diga-se de passagem) dos seus marqueteiros "top de linha", se travestem de amigos do povo para continuar a ignorar o meio ambiente. 

O único objetivo é continuar no poder, custe o que custar!

Abaixo essa hipocrisia que assola o país e que agora também afunda cidades, ou melhor, um Estado inteiro, por conta de um comportamento de pessoas que se recusam a se valer da razão, porque ela não se converte em votos. 

Se o político brasileiro não mudar e passar a fazer o que é preciso, tendo sabedoria para fazer com que o povo entenda isto, não sobrará pedra sobre pedra.

Carlos Quartezani - 07/05/2024

terça-feira, 30 de abril de 2024

Somos quem queremos ser

Hoje, na mídia estadual, a nossa Secretária Municipal de Cultura e Turismo, Ana Angélica Valpassos Motta, apresentando um dos projetos dos quais é a coordenadora, pelo Instituto Vale, na Serra-ES. 

O governo municipal de Conceição da Barra-ES, com Chico Donato (MDB), de 2001 a 2004, demonstrou ser possível fazer muito com pouco e ainda revelar grandes talentos. 

Parabéns Ana Angélica, show de bola! 

Carlos Quartezani - 30/04/2024


segunda-feira, 29 de abril de 2024

A (má) qualidade do Parlamento

Não se pode colher tomates, se plantou alface. É óbvio, mas em política isto não parece ser tão óbvio assim. Às vezes é preciso desenhar. 

O que se pode esperar de um Parlamento em que a sua composição foi eleita sem nenhum compromisso com o coletivo, mas baseado em demandas particulares, tais como uma cesta básica, uma botija de gás, a quitação de uma conta de luz, um emprego para o filho e por aí vai... A lista é enorme!

Para ter condições de cobrar alguma atitude dessas pessoas que se colocam à disposição para nos representar, é preciso considerar o que de fato nós estabelecemos como critério para essa escolha.

Se eu votei visando, por exemplo, alguém que as pesquisas informais apontavam que iria ganhar, eu não posso, no futuro (caso este vença) cobrá-lo de nada, afinal, eu não me interessei por suas virtudes ou defeitos, mas simplesmente não quis "perder o voto" já que aquele que eu votaria, não aparecia como favorito nas tais pesquisas. 

Siga sua intuição ao votar. Se por acaso o seu escolhido não vencer, não significa que fez uma escolha errada, mas que agiu legitimamente em sintonia com os preceitos democráticos, ao passo que aquele escolhido que venceu, por meio do atendimento ao interesse particular, não terá nenhum compromisso com o seu representado. O preço do seu voto, foi pago antecipadamente. 

Carlos Quartezani - 29/04/2024

segunda-feira, 22 de abril de 2024

Paixão só pelo raciocínio

Por mais que procuremos enfatizar a improdutividade da paixão política, levando em conta a notável polarização no país e no mundo, é quase impossível fazer crer que sem ela (a polarização) seja possível encontrar um caminho bom. 

Só para exemplificar, agora falando de nosso país exclusivamente, o que seria das comunicações se não houvesse um governo neo-liberal para desestatizar o setor, já que a esquerda, historicamente e ironicamente, odeia a privatização, que em tese deixa livre o mercado, mas adora a estatização que em tese, deixa livre o governo?

Se dependesse da esquerda e os adoradores de Marx e Engels, até hoje estaríamos fazendo fila num Orelhão para nos comunicar com alguém à distância. 

Repare que "liberdade" neste caso, fica a critério de quem quer definir o conceito à sua maneira. Um quer ser livre, mas nas mãos do mercado e o outro quer se livre, mas nas mãos do governo. 

Só tem uma solução: Usar as virtudes de ambos e fazer um governo bom para todos; para o povo e para quem emprega o povo. 

Sou do centro político, como já disse outras vezes, porque não posso renunciar ao direito de raciocinar. Se o fizesse, sem dúvida nenhuma seria mais um apaixonado pelo Lula ou pelo Bolsonaro. Deus me livre!

Carlos Quartezani

sábado, 20 de abril de 2024

A jabuticaba

A exemplo da fruta genuinamente brasileira, a jabuticaba, nenhum outro país possui um Sistema Único de Saúde nos moldes do SUS brasileiro. É de fato algo que deveríamos nos orgulhar, independente de nossas preferências políticas. O SUS deve estar sempre acima disso. 

Seja por meio de grandes profissionais da área médica especializada, até o servidor público lotado para fornecer o apoio, sempre que precisei, como foi o caso esta semana, fui plenamente atendido. 

A coerência da profissional da Unidade Básica ao encaminhar meu caso para uma estrutura adequada, o Hospital Dr Roberto Silvares, em São Mateus-ES, associada à competência dos médicos deste último, resultaram num atendimento de excelência, como se fosse um atendimento da rede particular que em tese, é melhor. 

O presente texto é a minha maneira de agradecer a esses seres humanos que atuam no SUS e que nos motivam a acreditar que o nosso país é sim, uma grande Nação em todos os sentidos da palavra. 

O atendimento, para deixar claro, não foi exatamente para mim, mas para alguém que é certamente uma das razões de minha vida, a minha filha!

Carlos Quartezani - 20/04/2024

domingo, 14 de abril de 2024

Líder e articulado

A respeito das características de um bom candidato a Vereador, algumas de fato são indispensáveis. Penso que ser honesto, por exemplo, é um requisito básico e que nem precisaria sequer ser objeto de análise já que a palavra candidato, tem origem no latim "candidus" ou "cândido", que significa, limpo.

No entanto, considerando ser a política um exercício que requer não só conduta moral mas também intelectual, me parece que ter um espírito de liderança associada à capacidade de se articular (a sociedade é plural portanto requer diplomacia sempre), são atributos essenciais a quem pretende realizar uma missão no Poder Legislativo e não somente vencer a eleição. 

O buraco é muito mais embaixo quando se tem um mandato, do que quando é apenas um aspirante a um mandato. 

Carlos Quartezani - 14/04/2024

sábado, 13 de abril de 2024

A "saidinha prisional" sob julgamento

O Estado, cuja evolução iniciou-se especialmente no período do Iluminismo, não pode cometer o erro de retornar ao ponto de partida. 

Punir é um ato de caráter subjetivo, portanto, requer avaliações constantes. Um exemplo dos dias de hoje, é a possibilidade do apenado, a depender de algumas condições, possa sair do presídio e ter um encontro com seus familiares.

A natureza da "saidinha" encontra fundamento na obrigação que tem o Estado de unir punição com devolução de um praticante do delito ao convívio social e o contato com a família, ainda que por um momento, contribui para que se atinja esse objetivo. 

Diferentemente do cidadão comum, que age à sua maneira, o Estado não tem o direito de tirar a vida ou de torturar uma vida, mas de submetê-la a um processo de correção de conduta para que assim o praticante do delito, volte ao convívio social. 

Carlos Quartezani

quinta-feira, 11 de abril de 2024

Polarização, a liberdade em xeque

Ninguém que conheceu a liberdade se alegraria em perde-la. Por que permitimos isto na Política? 

Ser de esquerda ou de direita, radicalmente, nos encerra num túnel escuro, nos impedindo a todo custo de ver a luz!

O ideal? Ah o Ideal, além de ser o nome de um grande e histórico bairro no município de São Mateus-ES, é não ser RADICAL e procurar um representante, ou representantes, que tenha consciência de que ambos os pensamentos (esquerda ou direita), tem VIRTUDES que sim, vale a pena tentarem conviver sobriamente, um com o outro, apesar das diferenças. 

Sou do centro político e tenho certeza de que a expressão "em cima do muro", foi criada, covardemente, por quem quer escravizar as mentes, O Grande Irmão, ao qual se referiu o escritor George Orwell em seu livro, o Clássico 1984.

#PolarizaçãoDoMal

Carlos Quartezani - 11/04/2024

terça-feira, 26 de março de 2024

A Política como deve ser

Sou incorrigível no que se refere à importância de entender a política, como ela deve ser, embora haja tantos obstáculos para a perfeita compreensão dessa maravilhosa criação humana. 

Tal qual a Arte, em toda a sua variedade e extensão, a política existe porque é o meio pelo qual o ser humano pode expressar toda sua grandeza e fazer disso uma grande corrente do bem. 

Ao contrário do que a maioria de nós pensa, não se trata de ganhar ou perder, tão somente. A política nos oferece a oportunidade de revelar quem realmente somos, se a tratarmos como ela realmente deve ser tratada. 

E já que me referi à Arte, aqui vai a recomendação de um grande filme que vi, disponível na Netflix, que faz do Cinema um outro extraordinário achado da humanidade. 

Assista "Shirley para Presidente" e entenderá com mais facilidade o que quis dizer neste post meio longo, mas com muita vontade de que seja lido e compreendido nesses tempos em que não se encontra tempo para o que mais importa. 

Carlos Quartezani

domingo, 3 de março de 2024

O conceito de punição em análise

 Muito se fala sobre os efeitos pedagógicos que determinadas regras deveriam ter na vida das pessoas. Somos seres humanos, vivemos em sociedade e para tanto, é preciso que haja limites entre o que eu posso e o que eu não posso fazer, para que eu não invada o direito alheio.

Então, eis a questão que aqui quero colocar: Se não houvesse punição para aquele que não respeita a regra, o que o levaria a não infringí-la? Caso extrapole, não havendo nenhuma punição, o que poderia impedir que praticasse, outra vez, a mesma ou outra infração?

Tudo, claro, precisa ser devidamente apurado e como no linguajar dos operadores do Direito "respeitando o devido processo legal", com o fim de eliminar toda e qualquer possibilidade de ocorrer uma injustiça. Contudo, sem punição não há qualquer possibilidade do conceito de justiça ser observado em sua íntegra. 

A punição deve ser devidamente compatível com o delito praticado e exemplar, para que o infrator, no mínimo, pense duas vezes antes de delinquir outra vez. O nosso Código Penal trata disso com bastante clareza, embora sua reforma seja muito sugerida pelos operadores do Direito. Mas este é um outro assunto a ser abordado em outro momento. 

Este assunto, contudo, que trago aqui tem o objetivo de oferecer ao leitor a oportunidade de uma reflexão a respeito do tema "punir", palavra sempre carregada de um sentimento nada nobre no ser humano, o ódio. 

Tenho percebido que talvez por conta do extremismo político já há algum tempo instalado no país, o conceito dessa palavra foi confundido, para dizer o mínimo. Os que tem identificação com a direita, no espectro político, acham que punir deve ser algo carregado de uma alta carga de sofrimento, para que assim nunca mais repita o que fez. 

Do outro lado, à esquerda do espectro (lembrando que estou falando de extremistas) a punição proposta deve considerar a fragilidade humana e que punir severamente, não tem nenhum efeito pedagógico, a não ser ferir a dignidade e os direitos humanos, tão amplamente mencionado na Constituição em suas entrelinhas. 

Ambos os lados têm suas razões. Tanto de um lado, quanto do outro existem consistentes argumentos para sustentar o ponto de vista. Embora respeite muito o contraditório mas o que observo é que há excessos de ambos os lados e há que se estabelecer um meio termo, no que se refere ao conceito e aplicação da punição. 

Pois bem mas, como fazer para que vivamos num ambiente minimamente capaz de permitir uma convivência justa entre os semelhantes, sem que seja preciso aderir a esses extremos? Pergunta de difícil resposta mas que deve ser feita diurtunamente por todos nós, para que possamos, quem sabe, indiretamente participar do aprimoramento de nossas Leis e construir um ambiente se não menos hostil, porém, menos injusto, com a punição sendo aplicada a quem de direito, mas com efeitos positivos para o conjunto da sociedade. Este seria o mundo ideal.

Punir o infrator é necessário, mas se não for algo que efetivamente dê resultado positivo para o todo, para a sociedade, não seria a sociedade que está sendo punida, com mais um indivíduo cheio de ódio nas ruas após cumprir a punição?

Agindo assim, estamos tão somente enxugando gelo ou matando moscas sabendo que, como cantava Raul Seixas "você mata uma e vem outra em seu lugar". Muitas outras em seu lugar!

Carlos Quartezani

sexta-feira, 23 de fevereiro de 2024

As tragédias e o voto

Ao longo de alguns anos em que pude me dedicar à atividade política, infelizmente atividade esta avaliada por grande parte da população como algo de pouco valor, percebi com tristeza a relação entre o sucesso nas urnas e as tragédias na vida das pessoas. 

Quando digo tragédias, estou me referindo não só aquelas que não poderiam ser evitadas mas, sobretudo as que poderiam ser evitadas. Inclusive, com a grande oferta de recursos tecnológicos, muitas dessas tragédias podem ser evitadas. 

Hoje, apenas para exemplificar o que pretendo colocar aqui para sua reflexão, ao ver o noticiário trazendo ao público os efeitos das fortes chuvas por boa parte do país, percebo que a minha teoria de que as tragédias tem íntima relação com o sucesso nas urnas, é bem real. 

Talvez você ainda não tenha conseguido compreender aonde eu quero chegar, baseando-se no titulo deste texto.  Recentemente fui alertado por um leitor que preciso ser mais detalhista para facilitar a compreensão do que quero dizer, portanto, me esforçarei para que desta vez, eu seja claro o suficiente, sem ser prolixo o que diminuiria a chance de ter a sua atenção. 

Ocorre que, via de regra, o eleitor tem dificuldade de entender o papel de um agente político, por isto, simplifica o raciocínio preferindo vê-lo como alguém que deve ajudá-lo de imediato. Tipo, eu estou com fome e quem me der um prato de comida, merece o meu voto. 

Sim, por que eu não votaria em alguém que me deu um prato de comida? Não é este o papel do político?

Eu digo: Não. O papel do político deveria ser o de não permitir que a dignidade das pessoas seja aviltada, a ponto de necessitar de um prato de comida. Bom, mas este é outro assunto, embora tenha de certa forma, relação com o que quero dizer aqui. 

As tragédias têm exatamente este efeito na vida da maioria das pessoas. Um efeito nocivo do ponto de vista da liberdade de escolha. Quando o pior acontece, aparece gente até do buraco da tomada para "ajudar" e uma grande parcela dessas pessoas, quando se aproxima a data das eleições, surgem para, no mínimo, constranger aquela família que no pior momento de sua vida, precisou de uma ajuda. 

Não quero que pensem que estou condenando o gesto de ajudar quem precisa, mas condeno sim este gesto como o único ou principal critério para as escolhas políticas pois essa conduta, estimula que a política, ao contrário de ser o mecanismo de solução, se eternize como perpetuador dos problemas e assim, alimentar esse sistema ineficaz e caro para o conjunto da sociedade. 

Cabe a quem tem a responsabilidade de cuidar das pessoas tomar atitudes preventivas, mesmo que isto, a princípio, seja impopular. Impedir construções em encostas, conscientizar ambientalmente e punir quem descumprir as regras pode até gerar insatisfação, mas quando acontecer as previsíveis enxurradas, o que parecia mau aos olhos daquela população, será bom na medida em que não terão seus bens perdidos e nos casos mais graves, vidas.

Procure associar suas escolhas políticas aqueles que não se utiliza do seu infortúnio para angariar sua simpatia e o seu voto. Prefira quem acredita que com planejamento e boas equipes é possível fazer com que sua vida melhore e assim evitar que a sua necessidade pessoal, não seja objeto de quem quer ocupar um cargo público, sem nenhuma condição de fazê-lo com um mínimo de qualidade. 

Carlos Quartezani

terça-feira, 20 de fevereiro de 2024

Política com P maiusculo



O Programa Pé de Meia, do Governo Federal, que consiste em estimular, com dinheiro, os jovens brasileiros a concluírem o Ensino Médio, é uma proposta de campanha do MDB liderada pela então candidata Simone Tebet.

Vencer uma eleição é o objetivo de quem é candidato, mas ver uma proposta sua ser implementada, mesmo sem vencer a eleição, é o que realmente importa. 

É assim que penso a política, um instrumento civilizatório e que ao ser praticada na sua essência, proporciona o bem para todos, exatamente como deve ser.

Carlos Quartezani

sábado, 17 de fevereiro de 2024

Criatividade que gera turismo

O inusitado sempre será algo que gera oportunidade para que as cidades com vocação turística, se sobressaia economicamente. Aliás, a cidade pode até não ter a vocação, mas se torna turística a partir da descoberta de algo inusitado. 

Para quem tem um pouquinho mais de idade, certamente irá se lembrar do famoso "ET de Varginha", um boato que ganhou o Brasil e o mundo por conta de um certo ser alienígena que apareceu na pacata cidade mineira, que dá origem ao nome de batismo do extraterrestre. 

Nem preciso dizer que o boato foi de grande valor para o povo daquela região, que passou a receber turistas de toda parte do país, só para ter a experiência de ver o fenômeno com seus próprios olhos. 

Pois bem, este exemplo que eu dei não é necessariamente a que me refiro, no que se refere à importância da criatividade, para que uma cidade turística resgate seus melhores tempos, como é o caso da minha amada Conceição da Barra. 

Meu foco aqui é outro e tem  a ver com a valorização de coisas peculiares, que, por exemplo, só se encontraria na Barra. O que deu certo no passado pode não dar certo hoje, mas quando a criatividade entra em campo, tudo pode dar certo. 

Vou dar outro exemplo e desta vez não se trata de uma fantasia popular que acabou dando certo lá nas terras mineiras, mas de algo real e que é fruto da criatividade de alguém que decidiu surpreender as pessoas. 

Estou me referindo à casa invertida construída no balneário de Guriri na nossa vizinha São Mateus-ES. Quem nunca, não quis dar uma olhadinha numa casa cujo telhado é na base e a base é no teto? Uma ideia realmente muito boa e que atrai pessoas para o lugar que, nessa oportunidade, acabam consumindo no comércio local, gerando renda e empregos para aquela comunidade e sem depender necessariamente da temporada de verão. 

Nossa Conceição da Barra é um lugar especial, abençoado, com muitas outros virtudes mas que precisa inovar, promover o incentivo às pessoas que tenham ideias inovadoras e que coloquem o seu talento a serviço da cidade, como deve ser todo cidadão que ama o seu lugar. Permitindo oportunidades para que no lugar de sonhar viver em outra cidade ou país, sonhe em permanecer, fazendo parte de tudo que é de bom na cidade.

Muito do que disse aqui requer incentivo do poder público, mas é preciso que a sociedade se manifeste, dê seu apoio, afinal, políticos agem conforme o povo determina. 

Que o espírito criativo do povo de Conceição da Barra seja despertado, transformando a cidade de dentro prá fora e assim será outra vez lembrada, não apenas como a cidade que nasceu de um beijo mas que cresceu e se desenvolveu com a criatividade de seu povo, que não parou no tempo mas fez do limão azedo, uma deliciosa limonada ou para quem preferir outra bebida, uma caipirinha refrescante saboreada à beira mar. 

Carlos Quartezani

quarta-feira, 14 de fevereiro de 2024

Conceição da Barra, dias melhores verão

Conceição da Barra, dias melhores verão 

A julgar pelos comentários de que Conceição da Barra não recebeu o público esperado no Carnaval 2024, me sinto à vontade para, em parte, discordar. Respeitando as opiniões diferentes. 

A nossa querida Barra, embora ainda não tenha conquistado o mesmo sucesso de outrora, em se tratando de público no feriado de Carnaval, realizou um grande verão com atrações que encantaram quem a escolheu para passar as férias de Janeiro. 

Eu fui um dos muitos que presenciou um mar de gente no show do lendário Bel Marques. Um show verdadeiramente inesquecível!

No entanto, não se pode esperar que a cidade recupere sua fama de ser uma das melhores para passar o Carnaval, com a enorme concorrência que surgiu ao longo de no mínimo 20 anos, permitindo ao folião fazer opções que antes não havia.

Um exemplo disso são os balneários de Regência e Povoação, em Linhares, cuja população por si só, já os lotaria e é sempre bom lembrar que o linharense era presença garantida na Barra principalmente no Carnaval, hoje, porém, não mais.

O desafio maior, na minha humilde opinião, é o povo de Conceição da Barra compreender que é preciso ter paciência para esperar colher os frutos do que se planta hoje. Acredito que muito mais importante do que ter uma multidão no Carnaval, muitas vezes descontrolada e causando mais transtornos do que efetivamente aquecimento econômico local, é ter uma cidade com fama de bem cuidada, limpa, segura e com boa oferta de hospedagem, para que os dias de bonança financeira sejam o ano inteiro e não apenas por 4 dias. O Turismo é uma atividade que requer planejamento e esperar os resultados, que não são imediatos, fazem parte do processo. 

Particularmente gostei muito de estar na Barra no Carnaval 2024. Me diverti prá caramba, encontrei velhos amigos, conheci novos e tudo num clima de total harmonia entre a diversão e a sensação de que a qualidade, em qualquer circunstância, sempre vai superar a quantidade e quando o foco for "quantidade" sabermos também que podemos realizar grandes eventos, como o que eu já citei aqui. 

Acho que a administração municipal acertou, manteve a cidade organizada, segura, limpa e aqueles que porventura gostam daqueles carros superequipados com sonorização, está livre para escolher outra praia para curtir o Carnaval. Na Barra, essa prática é proibida e acho difícil de que as vantagens econômicas dessa prática, sejam maiores do que o desconforto que ela proporciona. 

Parabéns conterrâneos, em especial o prefeito Walison Vasconcelos e o Secretário de Turismo, Roberto Malacarne. Os resultados virão, basta ter paciência e entender as críticas como algo que só recebe quem faz alguma coisa. 

Forte abraço!

Carlos Quartezani

quinta-feira, 8 de fevereiro de 2024

Entre o ruim e o péssimo

Muitas são as mazelas produzidas no ambiente político numa população que não se interessava pela política, mas que entrou num frenezzi no pós 2013, estimulada principalmente pela popularização das redes sociais. 

O desinteresse pela política, fator gerador da corrupção ou que no mínimo contribuiu para sua sistematização, estimulou uma fábrica de "heróis" que garantem exterminar a corrupção do país, custe o que custar. O que me faz lembrar um certo presidente que eleito como o "caçador de marajás", no exercício de um mandato não concluído, confiscou a poupança dos brasileiros, fazendo exatamente o que disse que jamais faria. 

No entanto, essa população, na realidade, não sabe e nem quer saber nada sobre os partidos e o seu funcionamento, resultando num enorme número de Comissões Provisórias que de Provisória não tem nada, já que os diretórios municipais são alterados conforme sopra o vento, para esta ou aquela direção. Os partidos, na vida como ela é, não significam nada, daí a explicação para o aparecimento dos heróis. 

Evidente que para manipular com mais facilidade, a ignorância política é o melhor caminho e não se trata de um expediente apenas de um dos lados do espectro. Todos agem da mesma forma e o que outrora era conhecido como "coronéis", evoluiu para presidente do partido cujo único compromisso é filiar pessoas com chances de vencer uma eleição, conforme a opinião dos sábios que compõem a tal Provisória, ignorando solenemente se tem ou não algum conhecimento sobre a atividade política e muito menos, o que determina os estatutos da sigla.

Os grandes partidos deveriam aproveitar o mau momento que vivem, em especial o MDB e o PSDB, para tentarem resgatar a política desse cárcere denominado polarização e apresentar à sociedade candidaturas fora desse plano polarizado, preocupando-se apenas com as mudanças de comportamento da sociedade em relação à política, minimizando o resultado. Hoje, mesmo vencendo, a sensação real é de derrota. Não tem vencedor.

O chamado status quo, expressão em latim que significa manter tudo como está, é incompatível com o mundo que vivemos. A dinâmica do mundo é experimentar novas soluções sem esquecer que em se tratando de valores, não há negociação. Ontem, hoje e amanhã, agir com grandeza de espírito, seja na vida familiar, em sociedade e especialmente na política, é a única conduta que de fato deveria permanecer, mas parece ser a primeira que foi estirpada. 

Enfim, os partidos citados acima, bem como o PDT, deveriam estimular candidaturas de pessoas que querem caminhar ao largo dessa polarização e oferecer à sociedade a chance de votar em algo que não remeta à burrice que se instalou, já que se avalia apenas os indivíduos e nunca os partidos e o que seus respectivos programas estabelecem. 

Tal qual a moda, que sempre volta, um retorno à política que defenda ideias, não seria tão estranho já que, por exemplo, o velho long play - para quem não sabe, era um disco com um furo no meio no qual escutávamos nossas músicas prediletas - voltou a ser comercializado e com um certo sucesso. 

Não seria uma má ideia o resgate da verdadeira política, num contraponto a este para ou ímpar entre o ruim e o péssimo. 

Carlos Quartezani

domingo, 21 de janeiro de 2024

Inteligência Artificial

Não se fala em outra coisa senão a tal da Inteligência Artificial. Um programa de computador que acumula dados coletados na rede mundial de computadores e que a partir de uma solicitação feita por você, com os detalhes que a informação requer, lhe proporciona um resultado.

De fato é incrível que uma máquina possa fazer esse trabalho, mesmo considerando que está apenas reunindo dados que nós, os seres humanos, disponibilizamos quando revelamos nossos gostos, sonhos, prioridades e etc... 

Filmes e séries disponíveis nesses novos canais de exibição cinematográfica, tem se esmerado em produtos que exploram a importância da IA, bem como os seus efeitos na vida humana. E podem ter certeza, esses efeitos estão longe de serem apenas benéficos. Como qualquer coisa na vida, se não soubermos usar o equilíbrio, o abismo é certo. 

Não vou trazer recomendações de filmes neste sentido, pois não é este o meu objetivo no presente texto, mas não será difícil você descobri-los, já que muita coisa tem girado em torno dessa nova realidade.

No entanto, o que eu gostaria de destacar e agora de fato entro na mensagem que eu gostaria de passar, é que a IA apenas coleta dados e através desses dados lhe proporciona uma resposta aceitável ao que você pede. Nada mais que isto, ou seja, as respostas são dadas pelos seres humanos, só que a máquina as organiza. Entendido?

Dito isto, que tal começar a manipular a IA e bombardear o seu banco de dados com coisas boas? Um poema, uma música, um bom exemplo, um perdão... Se é você quem alimenta a máquina, por que não alimentá-la com tudo o que há de bom gosto, de puro, amável, útil e generoso?

Inicie agora nas suas redes sociais um comportamento de "curtir" tudo o que é de boa índole, de bom gosto e que tem o objetivo de ajudar as pessoas. A máquina, neste caso os algoritmos, obrigatoriamente, vai tornar um "meme" tudo o que você gostou de ver e se o que você gostou de ver é bom, é o que será mostrado para você sempre que estiver rolando com os seus dedos a sua tela do celular.

Espero ter sido compreendido em minhas palavras e que a inteligência humana se una a IA e façamos um mundo melhor, pois é o que realmente importa.

Carlos Quartezani

segunda-feira, 15 de janeiro de 2024

Então eu digo que valeu

O resgate de Conceição da Barra-ES como destino turístico está consolidado, a partir do que se viu ontem na noite que encantou até mesmo o barrense mais desligado.

O show do baiano septuagenário Bel Marques, ex Chiclete com Banana, foi uma demonstração de que se quisermos ainda poderemos ser a grande potência do turismo que já fomos no passado. Foi possível perceber que o lendário cantor ficou impressionado com a multidão que o acompanhava pela avenida da praia da Barra, no trio elétrico, o palco preferido de Bel Marques.

Outra constatação é que sim é possível realizar grandes eventos abertos ao público, em Conceição da Barra-ES, sem a preocupação da violência, tão comum principalmente no balneário vizinho. Sem desmerecer as qualidades das praias mateenses e o seu público, mas não se tem registro, ao menos que tenha chegado ao meu conhecimento, de qualquer ocorrência policial de natureza grave que pudesse ofuscar o brilho do evento de ontem, na Barra.

A minha geração agradece aos responsáveis por nos proporcionar tamanha felicidade e em especial aos meu amigos Roberto Malacarne, o secretário municipal de Turismo e Everson Barcelos, o promoter que não se cansa de exaltar sua cidade-natal e que é um dos responsáveis por este merecido resgate da cidade que nasceu de um beijo.

Quanto aos custos do evento, o burburinho normal em qualquer cidade que opta por investir em cultura e turismo, prefiro não me ater. Se existe orçamento e os responsáveis por sua aprovação são legitimados pelo voto popular, só resta esperar os resultados no futuro que na minha opinião, serão melhores do que o esperado.

Carlos Quartezani

terça-feira, 2 de janeiro de 2024

Verão, é na Barra!

Meu lugar, Conceição da Barra no norte do Estado do Espírito Santo, continua sendo a melhor opção para quem quer passar dias agradáveis na temporada mais aguardada de todo povo brasileiro.

Uma programação artística bacana, público educado e gentil e a limpeza das ruas impecável, são alguns dos registros que faço ao ter o privilégio de passar o réveillon na minha amada cidade.

Com a perspicácia de sempre o meu amigo e Secretário Municipal de Turismo, Roberto Malacarne, sob a liderança do Prefeito Municipal Walison Vasconcelos, começaram a temporada com o pé direito, oferecendo aos visitantes a nossa inesquecível Bandauê, em atendimento a nós, público pós 50 anos de idade e o grupo Parangolé, sucesso baiano e nacional da atualidade, preferência dos mais jovens.

Tudo sempre muito muito organizado e dentro da expectativa de quem conhece a Barra e a prefere, para curtir o Verão que ainda terá outras importantes atrações artísticas durante todo o verão e mais adiante, o carnaval.

Um registro que também faço mas este não muito positivo, é o preço da cerveja. Restaurantes, bares e até mesmo os ambulantes poderiam pegar mais leve e permitir que o prazer de estar na cidade que nasceu de um beijo, também permita ao visitante ter acesso à bebida mais popular do Brasil sem ter seu bolso esvaziado em tão pouco tempo.

No mais, torço para que tudo dê certo e 2024 seja mais um ano em que o amor, a paz e a felicidade estejam de plantão ininterrupto na cidade que nasci e amo, embora hoje ausente mas, presente em espírito.

Carlos Quartezani